Boa para quem está aprendendo, melhor ainda para quem já sabe. Esse é o conceito desenvolvido pela Honda na reformulação da CRF 450R. Produzida em série desde 2002, a nova geração da off-road japonesa recebeu diversas mudanças para oferecer uma pilotagem mais suave para os iniciantes, mas sem esquecer da robustez que os veteranos das pistas de terra procuram.
As mudanças já começam pelo design. Os ângulos agudos e os tons de vermelho e branco da carenagem continuam, mas foram redistribuídos. A nomenclatura CRF agora vem sobre um fundo branco, que passou a ser a cor predominante na lateral da moto. O vermelho, ainda presente no assento e no paralama dianteiro, se limitou à borda das aletas que protegem o radiador.
O assento, que antes formava um “V” com a carenagem lateral, foi substituído por um mais retangular que segue a mesma linha da nova carenagem. Já o tanque, que era protegido totalmente, agora está mais exposto, uma vez que as placas plásticas apenas cruzam sobre ele, ao invés de cobri-lo.
Entretanto, é a rabeta que apresenta as maiores alterações. Dos modelos anterior, ficou apenas a cor branca do paralama traseiro. A marca voltou a utilizar duas saídas de escapamento – design abandonado em 2011. Mas agora os canos foram instalados mais centralizados e ganharam um novo tipo de protetor de calor em cada um. A peça deixou de ser uma extensão lateral da rabeta para se tornar uma peça independente encaixada nela e está menos protuberante.
Mais agilidade
O quadro de dupla trave em alumínio também é novo e pesa cerca de 9 kg. Para o modelo 2013, os engenheiros da Honda focaram seus esforços em uma estrutura leve e com baixo centro de gravidade. Assim, a CRF 450R ficou mais ágil e oferece ao piloto mais precisão ao ser manobrada em pleno ar antes de uma curva a ser feita logo após um salto.
Mas o grande destaque mesmo fica para a suspensão dianteira. Com 310 mm de curso, o garfo telescópico invertido abandonou as molas e o óleo e passa a contar com ar comprimido dentro dos amortecedores. O novo conjunto oferece intervalos menores no ciclo de compressão e retorno, aumentando o tempo de contato do pneu dianteiro com o solo, o que, segundo a Honda, melhora as respostas da moto, principalmente nas curvas. A nova suspensão também elimina a necessidade de nitrogênio ou outros gases para o ajuste da pré-carga.
A balança traseira também está diferente. Para otimizar a tração nas saídas de curvas o amortecedor único – fixado por links - está 14,5 mm menor e fixado em um ponto mais baixo do quadro. O curso da suspensão é de 315 mm e, assim como acontece na dianteira, é totalmente ajustável.
Para novatos
Salvas algumas pequenas alterações, como o novo formato do pistão, a CRF 450R conserva o mesmo motor monocilíndrico de 449,7 cm³ - diâmetro x curso de 96 x 62,1 mm – e arrefecimento líquido. O propulsor é capaz de gerar até 52 cv a 8500 rpm e tem torque máximo de 4,8 kgf.m a 6500 rpm e mantém a partida a pedal.
No entanto, o motor foi retificado para oferecer mais torque, o que – de acordo com a Honda – promete ser um ganho tanto para os pilotos amadores, como para os profissionais, que poderão andar em velocidades maiores por mais tempo. Os freios são a disco tipo margarida nas duas rodas e têm os mesmos 240 mm de diâmetro, sendo as pinças de pistão único no traseiro e duplo no dianteiro. Este último teve ainda o seu protetor plástico redesenhado e agora é composto por duas peças, o que facilita a manutenção
O sistema de mapeamento do motor também foi reprogramado. O objetivo, todavia, vai além de oferecer perfis diferentes de pilotagem, mas simplificar o trabalho dos mecânicos. Para isso, o software PGM-FI recebeu um upgrade e ganhou uma interface mais amigável.
Outras novidades
A CRF 450R não é a única moto que a Honda renova para 2013. A CRF 250R também ganhou melhorias no motor e na suspensão, mas nada tão drástico quanto sua irmã maior, e conservou o design da última geração. Entre os modelos repaginados, a marca japonesa também aproveita o momento para mostrar um novo. Com linhas derivadas do modelo de 450cc, a CRF 110F é uma minimoto voltada para crianças de oito a onze anos que querem começar cedo no mundo das competições off-road. Por enquanto, nenhum dos três modelos tem preço ou data de chegada ao mercado definidos pela Honda.