O Centro de Design da General Motors da LAAM, região que engloba a América Latina, África e Oriente Médio, que fica no Brasil, passa por um processo de ampliação em suas instalações, a fim de atender as suas novas responsabilidades dentro da corporação. Ou seja, desenvolver, junto com as áreas de Engenharia e Manufatura, a partir de São Caetano do Sul/SP, veículos globais. Desde 2006, o Centro Tecnológico da GM do Brasil – onde se encontra o Centro de Design – tem como missão desenvolver a arquitetura global das novas gerações de picapes médias a serem produzidas pelas fábricas da empresa no mundo.
Nesta ampliação, estão sendo investidos desde 2006 até setembro de 2008 – quando as obras ficam prontas – cerca de US$ 36 milhões, tanto no aumento da estrutura física quanto na aquisição de novos e mais modernos equipamentos, além de contratação de novos profissionais. “O Centro de Design da GM no Brasil terá seu tamanho triplicado, passando dos atuais 3.000 m² para 9.150 m² de área construída”, informa Carlos Barba, diretor de Design da GM para a Divisão LAAM.
Além da área, o efetivo de pessoas também será ampliado, de 79 funcionários para 190 profissionais entre o pessoal criativo (designers), de suporte (modeladores digitais), responsáveis pela construção de protótipos (escultores) e administrativo.
No quesito equipamentos, que consumiram a maior parte do investimento, a tecnologia inerente a um Centro de Design fica ainda mais evidente. As quatro máquinas de Usinagem de Clay (equipamento utilizado na construção de superfícies físicas geradas a partir de uma imagem gráfica), serão substituídas por 16 máquinas de última geração (mesmo equipamento que está sendo utilizado na GM nos Estados Unidos).
Outros exemplos são o novo equipamento de Estereolitografia (Processo que solidifica camadas de resina foto-sensível por meio de laser, para prototipagem rápida de peças de alta precisão e finalização de superfícies) e renovação do parque tecnológico com padronização global de Hardware e Software, com duplicação na quantidade de equipamentos. No total são 23 tipos de equipamentos (incluindo Hardware e Software), entre novas aquisições e/ou modernizações.
Sala ‘3D’
Um dos locais do Centro Design que receberá novos equipamentos é a sala ‘3D’, que já era uma das três mais modernas do Brasil e, agora que recebeu máquinas de duas gerações a frente, tornou-se a mais avançada do País. “Em nível tecnológico, nossos equipamentos estão a altura dos que existem nos Estados Unidos, países da Europa, enfim, de qualquer lugar do mundo”, observa Carlos Barba.
A sala ‘3D’ ou sala de realidade virtual é pioneira na indústria automobilística brasileira.; Funcionando há mais de dois anos, permite antecipar a visualização do projeto, em tamanho real, de uma forma muito próxima à realidade, bem antes da produção de um protótipo. Ela tem sido fundamental para a criação e desenvolvimento de novos projetos e ganhou em importância na nova definição das atividades globais da GM LAAM, pois permite trabalhos simultâneos com outras subsidiárias da GM mundial.
Outras novas aquisições do Centro de Design são máquinas modeladoras – no total de 16 – utilizadas durante o desenvolvimento virtual (interno e externo) até a criação do ‘sketch’, uma representação gráfica significativa do visual dos veículos.
Design brasileiro é reconhecido internacionalmente
Desde que o mexicano Carlos Barba - arquiteto de Guadalajara que decidiu virar design de automóveis na Europa, onde ingressou na General Motors por meio da marca Opel - chegou ao Brasil, o Centro de Design de São Caetano do Sul/SP ganhou reconhecimento internacional, com criações marcantes, como o novo Vectra, o Celta Nova Geração e depois o Prisma, entre outros, todos eles projetos 100% brasileiros.
De acordo com o Carlos Barba, ao ter novo papel na corporação a subsidiária brasileira ganhou novas responsabilidades. “No passado, o Centro de Design brasileiro apenas fazia face-lift de modelos produzidos na Europa e Estados Unidos. Mas nos últimos anos, a GM do Brasil destacou-se tanto que se tornou um dos quatro centros globais de desenvolvimento de produtos no mundo que trabalham de forma totalmente integrada”, lembra.
O design da GM do Brasil também tem-se destacado na criação de carros conceitos. Alguns foram o Sabiá – que chegou a ser exposto no Salão Internacional do Automóvel de Detroit (EUA) -, o Celta Spyder, ambos em 2001; o Journey em 2002; e o Prisma Y, apresentado como atração do estande da empresa no Salão Internacional do Automóvel de São Paulo de 2006.