A Dafra apresentou a Next 250 no Salão Duas Rodas 2011 e, na época, chamou atenção com seu visual moderno e agressivo. Depois de seis meses, com direito avant première em Taiwan, ela chegou ao Brasil com a missão de enfrentar um segmento bastante disputado e de grande importância para as marcas – nicho visto pelos fabricantes como a evolução natural dos milhões de proprietários de motos street de 125 e 150cc. Além de ciclística muito bem acertada e a ergonomia ideal para o trânsito urbano, a Next oferece uma motorização diferenciada, já que usa refrigeração líquida e câmbio de seis marchas.
Para desbancar suas maiores concorrentes diretas – Honda CB 300R e Yamaha Fazer YS 250, a Next traz outros atrativos como, por exemplo, painel digital completo, sensor de cavalete lateral, banco bipartido, lanterna traseira com LED, mangueiras de freio em malha de aço e regulagem do freio no manete. Mas o principal trunfo é preço sugerido: R$ 10.190, menor que a Fazer (R$ 11.279) e CB 300R (R$ 11.690). Mas como é, na prática, rodar com esta nova Dafra?
Ciclística emancipada
Um dos pontos fortes da Next 250 está na ciclística. Freios, suspensões e chassi se mostram aptos a receberem um motor de maior capacidade cúbica, sem exageros. As soluções para cada item não trazem novidades, mas o conjunto funciona de acordo com sua proposta. O quadro tipo diamante envolve o motor e traz, na dianteira, garfo telescópico convencional (110 mm de curso) e balança traseira monoamortecida (129 mm de curso).
Para avaliar o sistema de amortecimento da Next 250 nada melhor que o asfalto irregular da capital paulista. E nestas severas condições a Next passou no teste. Não houve situação em que o conjunto chegasse ao fim de curso. Além disso, a desenvoltura nas curvas é boa.
Os freios também atendem a proposta e param a moto com segurança. Mesmo quando mais exigidos, como no momento no qual um motorista cruzou o caminho subitamente a frente da moto sem usar a seta, a Next parou antes que o susto tomasse proporções maiores. Conclusão: os freios a disco de 260 mm na roda dianteira e de 220 mm na traseira atendem as expectativas.
Já os pneus transmitem bastante confiança. A Next usa o modelo Sport Demon, da Pirelli, nas medidas 110/70-17 (à frente) e 130/70-17 (atrás) – que também equipam as concorrentes Honda e Yamaha. Este pneu oferece excelente aderência e dá conta do recado em todas as situações.
Ergonomia
Ao pilotar a Next 250 nota-se sua aptidão urbana. O guidão estilo conforto é alto e passa em alguns centímetros o canote, o que permite uma posição ereta da coluna e transpor os retrovisores dos automóveis sem problema. Todavia, cabe uma ressalva, o ângulo de esterço é um pouco limitado e exige maior espaço para mudar de trajetória. Nesse caso, o conforto foi privilegiado, sacrificando a mobilidade urbana. Mas a Dafra cometeu outro pequeno pecado ao adotar manoplas de plástico (duro), em vez de modelos de borracha, que oferecem maior aderência (grip) e, consequentemente, melhor controle em situações extremas.
Por outro lado, vale destacar o bom espaço e a altura do assento, a 790 mm do solo, que facilita a vida dos pilotos de menor estatura e confere mais segurança aos iniciantes. O banco também conta com uma espuma de alta densidade e mesmo após horas no trânsito ofereceu bom nível de conforto. A garupa fica bem acomodada, mas a alça de apoio não é prática, embora tenha design agradável.
Motor
O motor da Next 250 tem som peculiar. Os componentes instalados no interior do escapamento para atender a lei de emissão de poluentes (Promot3) deixaram o barulho grave, o que pode causar estranheza em alguns motociclistas.
O propulsor monocilíndrico de 249,4 cm³, comando simples no cabeçote (SOHC), é refrigerado a líquido. Essa característica, na teoria, permite à Next atingir giros mais altos e assim melhor desempenho.
Na prática, a moto “desliza” pela cidade, mas pede troca constante de marchas, devido ao câmbio de seis velocidades. Dessa forma, o que é um grande trunfo para as estradas, já que o motor não fica “gritando”, pedindo mais uma marcha, acaba não sendo muito cômodo para a cidade. Com a sexta engatada, a moto perde muito torque, forçando o piloto a retornar para a quinta num trecho levemente inclinado. Entretanto, a nova street da Dafra se redime no posto de gasolina. Na cidade a Next 250 fez 26,6 km/l e na estrada passou para 28,9 km/l, graças, justamente, a sexta marcha que mantém as rotações baixas.
O propulsor alimentado por injeção eletrônica Keihin produz 25 cavalos de potência máxima a 7.500 rpm - mais do que a Fazer (21 cv) e próximo da CB 300R (26,5 cv). Já o torque máximo de 2,75 kgf.m (aos 6.500 giros) também superior ao modelo da Yamaha e próximo do oferecido pela Honda.
No fim das contas
Embora seja uma moto urbana, percorremos trecho de estrada. Nessa condição o ronco do motor pode incomodar. Fora isso, seu desempenho permite viajar em rodovias rápidas, sem problemas, como a Imigrantes ou a Bandeirantes, onde o limite é de 120 km/h. Mas, o piloto se sentirá melhor em estradas secundárias e com muitas curvas onde é possível desfrutar de sua ciclística impecável.
Para quem está no começo de sua trajetória no motociclismo, mas já teve experiências com streets menores, a Dafra Next 250 surge como uma boa opção. Traz design diferenciando, motor arrefecido a líquido, preço competitivo (R$ 10.190) e está disponível em três cores vermelha, preta e pérola (branca). Além disso, o primeiro produto da Dafra em parceria com a taiwanesa SYM, o scooter Citycom 300, conquistou os brasileiros. Agora é aguardar a receptividade dos motociclistas em relação a Next 250.
Ficha Técnica Dafra Next 250
Motor monocilíndrico, SOHC, 4 válvulas, com refrigeração líquida
Capacidade cúbica 249,4 cm³
Potência máxima 25 cv a 7.500 rpm
Torque máximo 2,75 kgf.m a 6.500 rpm
Alimentação Injeção eletrônica
Capacidade do tanque 14 litros
Câmbio 6 velocidades
Suspensão dianteira Garfo telescópico com 110 mm de curso
Suspensão traseira Monoamortecedor com 129 mm de curso
Freio dianteiro Disco simples de 260 mm com pinça de dois pistões
Freio traseiro Disco simples de 220 mm com pinça de um pistão
Chassi tipo Diamante
Dimensões (C x L x A) 2.005 mm x 790 mm x 1.050 mm
Altura do assento 790 mm
Altura mínima do solo 170 mm
Entre-eixos 1.320 mm
Peso em ordem de marcha 170,6 kg
Cores Pérola, vermelha e preta
Preço público sugerido R$ 10.190