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Fenabrave revisa projeções para 2012

04/05/2012 - 16:34 - Fenabrave

A Fenabrave – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, entidade que representa cerca de 7 mil Concessionários de veículos no Brasil, apresentou em sua sede, em São Paulo, o desempenho do setor no mês de abril/2012 e acumulado do ano. Na oportunidade, a entidade reviu as projeções para o ano, que sofreu alterações devido à atual conjuntura econômica do País.

De acordo com o levantamento feito pela entidade, o setor de distribuição de veículos (automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motos, implementos rodoviários e outros meios de transporte, como carretinhas para jet sky) apresentou queda de 15,96% no mês de abril na comparação com março (foram emplacados 406.496 no mês passado contra 483.688 em março). Na comparação entre os meses de abril 2011 e 2012, o setor registrou retração de 9,95%. “Esta queda se deve à maior restrição ao crédito para a compra de um veículo novo. Os bancos estão mais criteriosos na avaliação cadastral graças ao aumento da inadimplência no setor, que cresceu nos últimos meses e chegou a 5,7% no mês de março”, avalia o presidente da Fenabrave, Flavio Meneghetti.

Com este cenário, a entidade reviu as projeções de crescimento para o ano. De acordo com a Fenabrave, 2012 deve encerrar com 5.762.871 unidades comercializadas em todos os segmentos. Este valor representa crescimento de 3,4% com relação ao volume registrado em 2011 (5.573.499 unidades). No início do ano, a entidade previa crescimento de 5,76% para o setor.

Para os segmentos de automóveis e comerciais leves, espera-se aumento de 3,50% nos emplacamentos na comparação com 2011, totalizando 3.545.584 milhões de unidades (a previsão anterior era de 4,5%). Já o setor de caminhões deverá contabilizar 177.149 mil unidades, com evolução de 2,6% (9,6% era a previsão no início do ano), enquanto o segmento de ônibus deverá crescer 13,5% - estimando vender 39.440 mil unidades (previsão anterior era de 14,3%). Já o setor de duas rodas deve encerrar 2012 com crescimento de 3,1%, com 2.000.698 unidades comercializadas. A projeção anterior para o segmento era de crescimento de 7,5%.

Análise Econômica

Durante a coletiva de imprensa, a sócia-diretora da MB Associados, Tereza Fernandez, apresentou dados sobre o cenário econômico nacional e comentou sobre as razões que levaram o governo a adotar o Regime Automotivo, assim como falou sobre as perspectivas do setor industrial brasileiro. Segundo ela, o PIB brasileiro deve chegar a 3% de crescimento este ano. Este valor é 0,5% inferior ao projetado no início de 2012 pela consultoria. “Tal resultado, ainda de crescimento, se deve à confiança que temos na economia durante o segundo semestre. E a indústria interfere diretamente neste resultado”, comenta a economista, completando que o aumento da massa salarial na segunda metade do ano pode ajudar no resultado do PIB.

Tereza Fernandez informou que o brasileiro se endividou bastante nos últimos anos. Para que esta massa volte a comprar, a sócia-diretora da MB disse que é necessário, em primeiro lugar, sanar as dívidas para aí sim voltar ao consumo. “A médio prazo, as famílias  voltarão a consumir, porém em menor volume. O consumo no Brasil terá um avanço mais lento”, disse.

Com relação ao setor automotivo, a MB Associados prevê, ainda, um crescimento nas importações, mesmo com o aumento do IPI para veículos provenientes fora do eixo Mercosul-México. “O consumidor quer um veículo com maior motorização e com preços que caibam em seu orçamento. Os fabricantes de outros países trazem esses veículos com preços competitivos”, argumentou. Para Tereza Fernandez, a indústria automotiva brasileira não acompanhou o ritmo de consumo, o que gerou maior demanda e menos produtos disponíveis.

De acordo com a MB Associados,  um dos fatores do arrefecimento do mercado de automóveis nos últimos meses é a perda do valor patrimonial dos veículos, decorrente da abertura do spread entre o produto novo e seminovo. “Além disso, elevou-se o custo da manutenção, o crédito ficou mais restrito e o consumidor mudou o seu perfil de compra”, analisou Tereza que complementou: “A inadimplência precisa cair para o crédito voltar ao setor automotivo”, conclui Fernandez.

Segundo a economista, as vendas de automóveis e comerciais leves cresceram mais de 60% nos últimos cinco anos e um aumento exponencial como este não se manteria eternamente. “Já falamos sobre isso anteriormente. O mercado automotivo não tinha como sustentar aumentos sucessivos. A tendência já era de moderação no crescimento”, avalia a sócia-diretora da MB Associados.

Segundo levantamento feito pela Consultoria, a indústria automotiva apresentou retração de 28% apenas no último trimestre de 2011. “A indústria está com problemas, não adianta apenas culpar o câmbio ou ordenar baixa na taxa de juros. O governo deve agir no sentido de garantir a competitividade do País. É isso o que trará de volta o crescimento”, finaliza Fernandez.

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