Abril terminou com o emplacamento de 257.905 novos automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus no País, segundo fonte com acesso ao Registro Nacional de Veículos (Renavam) consultado por Automotive Business -- a Fenabrave, associação dos distribuidores, só divulga sua contabilização dos números nesta quinta-feira, 3. O resultado do mês passado é 16,5% inferior ao de março e, em relação a abril de 2011, o tombo é de 12,1%. No acumulado do ano, a marca de licenciamentos pela primeira vez superou 1 milhão de unidades, mas ficou levemente abaixo das vendas do primeiro quadrimestre de 2011: houve recuo de 3,5%, para 1.076.292.
Ayrton Fontes, consultor independente de varejo automotivo, avalia que o resultado de abril aprofunda a tendência de queda dos negócios que vem sendo observada desde o início de 2012, pelos mesmos motivos já citados. Conforme Fontes, os bancos continuam rigorosos na aprovação de fichas de financiamento, muitos clientes já passaram dos limites possíveis de endividamento (com muitas contas anteriores a pagar) e, para piorar o cenário, também estão caindo as vendas para frotistas e locadoras, que vinham sustentando o mercado no ano passado, passando de 30% em alguns casos.
“Quase ninguém mais consegue comprar veículos financiados em 60 meses sem entrada, justamente o plano que manteve o mercado aquecido nos últimos cinco anos”, analisa o consultor. “Aliado a escassez de crédito de longo prazo, também existe um esgotamento do poder de compra de consumidores já endividados por compras no passado”, destaca.
O desempenho do mercado neste ano coloca em xeque as projeções de fabricantes e concessionários, que calculavam um mercado de 3,7 milhões a 3,8 milhões de unidades em 2012. Para chegar a esse resultado, a média mensal de emplacamentos terá de se manter em 350 mil veículos nos próximos oito meses.