O presidente da JAC Motors do Brasil, Sérgio Habib, aguarda um novo decreto em abril em que o governo tratará dos importadores que, como ele, vão produzir carros no Brasil nos próximos anos. Feliz pelo lançamento do sedã médio J5, ele falou de sua expectativa para os próximos dias: “O governo ainda está definindo se os futuros fabricantes terão redução de alíquota ou se pagarão os 30 pontos (a mais de IPI) e receberão o dinheiro de volta (créditos tributários) depois do início da produção.”
Mesmo assim, Habib projeta queda na venda de importados até o fim de 2012: “Haverá uma redução de 20% a 40%”, acredita. Apesar da mudança na tributação de seus carros, e também diante da dificuldade de vender os J3 que importou em 2011, ele afirmou: “Não vamos reajustar nossos preços.”
Há cerca de um ano, o empresário estimava vender cerca de 35 mil unidades de J3 e J5 e culpa a elevação da alíquota por não ter atingido o objetivo. “As notícias em torno do IPI criaram um efeito psicológico negativo sobre a venda dos importados”, reclama. “Nossas vendas caíram da casa das 3 mil para 2 mil unidades por mês. Mas estamos nos recuperando. Devemos fechar março com 2,7 mil unidades e voltaremos a 3 mil.”
Habib aguarda ansioso alguns procedimentos burocráticos para a liberação do terreno onde erguerá sua fábrica em Camaçari, na Bahia. “A pedra fundamental depende disso e está prevista para o segundo semestre, quando tem início a terraplenagem”, afirma.
A unidade terá capacidade produtiva de 120 mil carros por ano, com investimento de R$ 900 milhões, dos quais 80% serão bancados pelo Grupo SHC e 20% pela chinesa JAC. Habib estima o início da operação em 2014, com geração de 3,5 mil empregos diretos e 10 mil indiretos.
A unidade começará com a produção de quatro modelos. Um deles está em desenvolvimento na China. Terá versões hatch e sedã para competir com segmento de entrada do mercado brasileiro. A fábrica baiana implicará mudanças em curto prazo na operação da JAC no Brasil, com a transferência do centro de distribuição de peças de reposição de São Paulo para a Bahia até o fim do ano.