A Williams F1 confirmou hoje que Bruno Senna disputará o Campeonato Mundial de Fórmula 1 de 2012 pela equipe. A nomeação do brasileiro de 28 anos conclui a formação da dupla de pilotos do time, que em novembro havia anunciado a manutenção do venezuelano Pastor Maldonado em seu segundo ano pela escuderia. Bruno estreará pela Williams F1 nos primeiros testes de inverno, dia 9 de fevereiro, em Jerez.
O diretor-geral Frank Williams disse: "Bruno só começou a correr com 20 anos de idade, mas logo mostrou seu talento na Fórmula 3 e na Fórmula GP2. Em uma batalha apertada pelo título da Fórmula GP2 em 2008, Bruno terminou em segundo no campeonato com vitórias notáveis em Mônaco e Silverstone, esta última no molhado. As circunstâncias de suas duas primeiras temporadas na Fórmula 1 não lhe ofereceram a oportunidade ideal de ter uma performance consistente. Por isso, foi essencial passarmos o máximo de tempo com ele para compreendê-lo e avaliá-lo como piloto. Fizemos isso tanto na pista quanto em nosso simulador, condições em que ele se mostrou rápido, com bom entendimento técnico e, acima de tudo, capaz de aprender e aplicar esse aprendizado rápida e consistentemente. Agora estamos ansiosos em ver esse talento em nosso carro."
Bruno comentou: "Sinto-me privilegiado pelo fato de a Williams me ter escolhido como um de seus pilotos. A equipe tem uma grande tradição e espero poder escrever um bom capítulo em sua história. O processo de avaliação foi intenso e metódico, mas o tempo que passei na fábrica demonstrou que a equipe tem grandes pessoas e todos os recursos para conquistar coisas melhores nesta temporada."
"Será muito interessante pilotar por uma equipe que teve meu tio como piloto, particularmente porque algumas pessoas daqui chegaram a trabalhar com o Ayrton. Esperamos trazer de volta algumas lembranças e criar outras novas também. Quero conquistar bons resultados para retribuir o apoio que meu país tem me dado e que me ajudou a conseguir esta vaga. Sou orgulhoso de ser brasileiro e mais motivado do que nunca para mostrar o que posso fazer. Desde que sentei pela primeira vez em um kart nunca pensei em fazer outra coisa."
Pergunta - Agora que você foi confirmado como piloto da Williams, quais suas expectativas para 2012?
Resposta - Estou feliz de fazer parte de uma equipe com tamanha tradição. Estou orgulhoso de ter sido escolhido pela Williams num ano que será tão importante para eles. Todos estão muito motivados para 2012 e é ótimo integrar essa motivação. É verdade que eles não tiveram um ano muito bom em 2011, mas é também claro que a equipe está num novo caminho e todos estão empenhados em fazer desta uma temporada melhor. Espero poder demonstrar do que sou capaz, não apenas para a equipe, mas para mim mesmo. Será interessante ver o que poderemos fazer juntos.
P - Quais os seus objetivos para 2012?
R - É difícil traçar objetivos antes do início da temporada, mas pretendo tirar tudo do carro e obter o máximo de performance dele.
P - O que você acha do motor Renault, depois de ter você ter corrido com ele no ano passado, e o que a Renault pode trazer para a Williams?
R - Depois de algumas corridas com o motor Renault em 2011, aprendi bastante sobre ele. É muito bom e com ótima dirigibilidade, o que é outro passo à frente para a equipe. Como piloto, você precisa ter toda arma disponível para funcionar ao máximo e transformar isso em tempos competitivos na corrida. Estou certo de poder desenvolver ainda mais o carro com o motor Renault e será interessante transmitir esse feedback à equipe com minha experiência.
P - O que acha de seu novo companheiro, Pastor Maldonado?
R - Pastor é um grande piloto. Corri contra ele na Fórmula GP2 e sempre nos demos bem. Sempre foi um adversário duro no passado e será ainda mais agora com o mesmo carro. Vamos tentar um superar o outro, mas como companheiros vamos procurar levar a equipe para frente.
P - O que pode nos dizer sobre o trabalho que realizou até agora na fábrica?
R - Estive na fábrica da Williams em Grove antes e depois do Natal e fiz testes no simulador, na pista e na parte física. Também fizemos alguns trabalhos de avaliação em pista, mas não com um Fórmula 1. O principal objetivo da equipe foi me testar e ver como poderia tirar o máximo de mim como piloto. Mas também foi bom para me familiarizar com todos os procedimentos, como aprender o desenho do volante antes de entrar no carro de verdade. Quando começarem os testes não terei de me preocupar com isso, mas apenas em acelerar o FW34.
P - Então você já teve a oportunidade de trabalhar com os novos engenheiros...
R - Acho que começamos realmente bem e agora estou ansioso para trabalhar mais com eles ao longo da temporada. O relacionamento entre piloto e engenheiro é algo que poucas pessoas podem entender. É preciso respeito mútuo, entender um ao outro muito bem e saber como trabalhar juntos desde o início. Esse relacionamento e a continuidade podem fazer toda a diferença na performance geral.
P - Como começou sua carreira?
R - Sempre gostei de corridas, desde muito novo, e claro que a influência do meu tio foi grande, mas a partir do momento em que coloquei meus pé num kart nunca quis fazer nada mais. Sinto-me privilegiado de poder fazer o que amo, já que correr na Fórmula 1 sempre foi meu sonho.
P - Dizem que você teria afirmado certa vez que, se pudesse pilotar um carro histórico da Fórmula1, escolheria o modelo de suspensão ativa da Williams de 1993. Qual a importância de ser agora parte de uma equipe com tamanha tradição no automobilismo?
R - A equipe tem uma história incrível e passear pelo museu me deixou babando... Vi muitos desses carros na pista e sempre imaginei como seria pilotá-los. Nunca dirigi um, por isso acho que seria legal andar num carro com suspensão ativa em Goodwood só para sentir o gostinho!
P - Você tem uma grande torcida no Brasil. O que acha desse apoio?
R - Sinto-me muito orgulhoso de ser brasileiro. Saber que tenho esse suporte, pessoas que estão ali desde o início, me dá um grande sentimento. Saber que essas pessoas me escolheram para torcer me dá ainda mais motivação para proporcionar boas recordações para elas.
P - Seu tio Ayrton correu pela Williams. Qual o significado de entrar na equipe para você?
R - Será muito interessante correr pela equipe que meu tio pilotou. Aqui ainda tem algumas pessoas que trabalharam com o Ayrton e estou feliz que eles estejam agora me dando a chance de mostrar meu valor. Espero que possamos trazer de volta algumas boas recordações e criar outras novas.
P - Com relação a 2012, que resultados o deixariam satisfeito?
R - Espero que no fim de 2012 possamos dizer que tiramos 100% da performance do Williams Renault FW34. Isso é o mais importante. Quero extrair o máximo do carro e aproveitar a oportunidade. É um ano importante tanto para mim quanto para a equipe, já que moldará meu futuro. Espero que seja um futuro longo e bem sucedido, e ele começa aqui.