Em outubro, todo o mercado automotivo registrou queda nas vendas em relação a setembro. Somando-se todos os segmentos – automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motos e implementos rodoviários – as vendas caíram 12,05% em comparação com o mês anterior. Porém, para o presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Sérgio Reze, não há motivo para alarde. “Em outubro o mercado foi tumultuado por diversos motivos, a começar pela questão do IPI sobre os veículos importados. Essa indefinição gerou dúvida no consumidor. Além disso, o mês teve apenas 20 dias úteis. Isso se considerarmos 28 de outubro, ponto facultativo para os funcionários públicos, como dia útil. Mas muitos Departamentos de Trânsito não funcionaram e, portanto, os veículos não foram emplacados nesse dia”, explica Reze.
O segmento de duas rodas, não atingido pela polêmica do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), registrou a maior queda no mês de outubro: 16,27% menos unidades emplacadas do que em setembro (no mês passado foram vendidas 146.124 unidades contra 174.508). Entretanto, no acumulado deste ano a indústria de motos registra crescimento de 9,15% - entre janeiro e outubro de 2010 foram emplacadas 1.447.843 unidades contra 1.580.381 no mesmo período em 2011.
“Quem olha os números macros pode pensar que há uma crise no setor, mas se analisarmos a média de emplacamentos por dia, nota-se que a queda não foi tão grande”, comenta o presidente da entidade. Entre as motos, por exemplo, foram emplacadas 8.310 motos/dia em setembro, enquanto em outubro foram 7.306 motos/dia, ou seja, uma redução de 12,08%. – certamente menor, mais ainda assim significativa.
“Os bancos não estão exigentes como na crise em 2008, mas voltaram a ser mais seletivos para conceder crédito para a compra de motocicletas”, procurou justificar Sérgio Reze. Segundo o presidente da Fenabrave, o segmento de duas rodas deve fechar o ano com cerca de dois milhões de unidades licenciadas.
“A situação do emplacamento em outubro é uma decorrência do recuo da produção e vendas no atacado registrado no mês anterior e um reflexo às medidas adotadas de restrição ao crédito. De qualquer forma, quando analisamos os números no acumulado, notamos a recuperação do setor”, afirma Moacyr Paes, diretor executivo da Abraciclo, associação dos fabricantes de motocicletas.