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Atrasos na prestação do carro crescem de 2,6% para 4,4% no ano

18/10/2011 - 09:35 - Redação

A inadimplência dos financiamentos de veículos vem crescendo mês a mês este ano. Em setembro passado, o índice de prestações com atrasos superiores a 90 dias alcançou mais de R$ 7 bilhões, ou 4,4% do total financiado, o maior nível desde novembro de 2009 e praticamente o dobro do porcentual apurado no início de 2011, de 2,6% em janeiro, segundo levantamento mensal do Banco Central. O problema é que a tendência é de piora no quadro futuro, pois também está aumentando o volume de atrasos inferiores a três meses.

A partir do período em que o título não pode mais ser pago nos bancos e as agências de cobrança começam a agir, a falta de pagamento entre 15 e 30 dias após o vencimento dos boletos avançou de 3% do total no início deste ano para 3,6% agora. Já os atrasos de 31 a 90 dias cresceram de 3,3% para 4,5% do saldo financiado total.

“Como antecipamos, continua crescendo a taxa de inadimplência (acima de 90 dias) nos financiamentos de veículos, ao ritmo de 0,2 ponto porcentual, em média, por mês”, comenta Ayrton Fontes, economista da agência de promoção de varejo automotivo MSantos. Ele também concorda que a tendência é de alta no calote, citando um levantamento bimestral feito pela MSantos com 12 dos maiores escritórios de cobrança de São Paulo, que no mês passado apontou avanço de 28% nos atrasos entre 15 e 60 dias, e de 17% entre 60 e 90 dias, na comparação com setembro de 2010.

“Principalmente os consumidores oriundos da classe média emergente, com renda mensal de R$ 2 mil a R$ 3,5 mil, que financiaram veículos a partir de 2009 com prazos de até 60 meses, são os que estão sendo mais impactados pela inadimplência no setor, conforme notamos em nossas entrevistas com os agentes cobradores”, revela Fontes.

De acordo com o economista, os escritórios de cobrança enfrentam maior dificuldade em receber dos devedores a partir de duas parcelas vencidas. Nas negociações, os cobradores oferecem descontos nas taxas (juros de mora e taxa do escritório), mas não há parcelamento de dívida e, como o próprio bem é a garantia do empréstimo, se o atraso ultrapassar 90 dias o veículo pode ser apreendido.

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