No início de agosto, a equipe da Agência INFOMOTO viajou aos Estados Unidos para participar do lançamento mundial da linha Harley-Davidson 2012 como, por exemplo, a edição comemorativa dos dez anos da linha VRod, além dos novos modelos da família CVO (Custom Vehicle Operations). Mas, o grande destaque foi mesmo a apresentação da nova Dyna Switchback. Mix entre os modelos touring e cruiser, a Switchback traz malas rígidas laterais (saddllegags) pintadas na cor da moto e pára-brisa montado no garfo, ambos removíveis. A moto conta com rodas em liga leve de cinco raios e freios ABS, agora item de série em todos os modelos da família Dyna.
A versão brasileira adotou o motor de dois cilindros em “V”, Twin Cam 96 de 1600 cm³ e transmissão de seis velocidades. Agora, o line-up da Harley no País é composto por 19 modelos, dos quais 18 são montados em Manaus (AM), com exceção da CVO Ultra Classic Electra Glide. As vendas da HD Switchback começam em janeiro de 2012 e o preço sugerido é de R$ 43.700.
Mais “careta” que os outros modelos da família Dyna vendidos no Brasil (lê-se Fat Bob e Super Glide), a moto esbanja peças cromadas, marca registrada da Harley que tem mais de 100 anos história. No melhor estilo classic custom, a Switchbach deve agradar em cheio aos motociclistas com pouca experiência e, em especial, o público feminino. Além de confortável, a moto é mais baixa e mais fácil de manobrar e pilotar, se comparada às outros motos HD.
Como um dos grandes diferenciais do modelo, esta Harley traz saddllegags muito semelhantes ao utilizados na família Touring da Harley. A grande diferença está nos pontos de fixação. Na Switchback há três pontos de ancoragem, um deles colocado no pára-mala. Funcionalmente ficou perfeito, já que as malas rígidas podem ser retiradas em apenas cinco segundos. Mas, em minha humilde opinião, fixar malas diretamente no pára-lama pode comprometer a própria peça (em função da vibração e peso escorado). Além disso, qualquer queda, toque ou batida nas malas rígidas podem danificar o compartimento e também o pára-lama. Detalhe: cada mala lateral tem capacidade para até 6,8 quilos de carga.
Vigoroso motor Twin Cam
A Switchback “Made in Brazil” estará equipada com o motor Twin Cam 96, e não com o atual Twin Cam 103, disponível para o modelo no mercado norte-americano. A título de curiosidade, o Twin Cam 103 oferece 2 kgf.m de torque a mais que o Twin Cam 96 (13,9 kgf.m contra 11, 9 kgf.m, ambos a 3.500 rpm).
Segundo a Harley-Davidson do Brasil, o Twin Cam 96 foi o escolhido em função do feedback dos próprios clientes. “Podemos notar que seu desempenho é bastante elogiado, especialmente por seu excelente torque em baixas rotações, que garante retomadas seguras e mais conforto ao pilotar, sem a necessidade de trocas constantes de marchas. Do ponto de vista de produto, acreditamos que neste momento seja importante manter o motor Twin Cam 103 como um diferencial para os modelos da família Touring”, afirma Julio Vitti, gerente de Marketing, Produtos e Relações Públicas da Harley-Davidson do Brasil.
Impressões de pilotagem
O pequeno e pacato município de Park City, vizinho à capital de Utah, Salt Lake City, foi o local escolhido pela Harley-Davidson para o lançamento mundial de sua linha 2012. Na cidade do ski e do snowboard, tivemos a oportunidade de rodar com a Switchback por dezenas de quilômetros nas autopistas americanas com seu asfalto que lembra um tapete, algo raro no Brasil.
Antes de apertar o “start”, o que chama a atenção é a altura do assento, apenas 695 mm. Dessa forma, o piloto pode fazer manobras em baixas velocidades sem sustos. Outros itens que saltam aos olhos são o escapamento "2 em 1" e o farol com cobertura cromada integral. Além disso, o guidão recuado, o assento em dois níveis e pedaleiras plataforma oferecem maior nível de conforto ao piloto.
Com o motor Twin Cam 103 em movimento era hora de pegar uma típica highway americana. Esbanjando torque em baixos e médios regimes de rotação, o vigoroso propulsor está acoplado a um câmbio de seis marchas, sendo a última over-drive (Six-Speed Cruise Drive, como prefere a Harley). Ou seja, com a sexta marcha engatada parece que o “V2” amansa, trabalha com giro mais baixo, oferecendo um rodar mais suave, transmitindo mais conforto ao piloto (traduzindo: menos vibração) e menor consumo de combustível. Seu tanque oferece capacidade para 17,8 litros com isso sua autonomia fica na casa dos 300 quilômetros.
Para facilitar ainda mais a vida do piloto, a posição de pilotagem é bem ergonômica – braços mais abertos e quase esticados, pernas flexionadas e os pés apoiados em plataformas. O piloto fica em uma posição muito cômoda, sentado em um banco confortável com espuma de ótima densidade. Esta nova Harley traz computador de bordo, que oferece informações básicas sobre rotações do motor e consumo. Instalado no console central, sobre o tanque.
Só mais um detalhe: para quem tem entre 1,70 e 1,80m, a altura do pára-brisa protege bem o peito do motociclista, porém este ar é canalizado para a parte superior do capacete. Com o passar dos quilômetros, este turbilhonamento chega a incomodar um pouco quem está ao guidão.
Ciclística eficiente
O conjunto de suspensão da HD Switchback é bastante eficiente, com comportamento bem firme. Ou seja, copia com propriedade as (poucas) imperfeições do piso norte-americano. Na dianteira a moto conta com o tradicional garfo telescópico e na traseira dois amortecedores tipo cigar-tube (as molas ficam dentro de cartuchos cromados) e oferecem cinco ajustes na pré-carga da mola.
Mas, o que também impressionou positivamente foi a melhoria do sistema de freios, uma vez que o sistema ABS passa a equipar toda linha Dyna e, consequentemente, transmite maior segurança para quem está no comando da motocicleta. Em nenhum momento precisei alicatar os freios, mas saber que poderia contar com eles em caso de emergência tornou a viagem ainda mais tranqüila. Quem curte uma custom feita para viajar terá mais uma opção em janeiro quando a Harley Switchback deixará a fabrica de Manaus (AM) rumo às concessionárias.
FICHA TÉCNICA Harley-Davidson Switchback
Motor: Twin Cam 96, 1585 cm³, dois cilindros em V, refrigerado a ar.
Potência máxima: n/d
Torque máximo: 11,9 kgf.m a 3.500 rpm.
Diâmetro x Curso (mm): 95,3 x 111,1
Câmbio: Câmbio de seis velocidades (com cruiser drive) e transmissão final por correia dentada.
Alimentação: Injeção eletrônica.
Partida: elétrica.
Chassi: Duplo berço em aço.
Suspensão: Dianteira do tipo telescópica com 41,3 mm de diâmetro e curso de 98 mm; Traseira com duplo amortecedor, com mola em espiral com cinco ajustes de pré-carga e curso de 54 mm.
Freios: Disco simples de 300 mm de diâmetro e cáliper de quatro pistão (dianteiro) e ABS; disco simples de 292 mm de diâmetro e cáliper de dois pistões e ABS (traseiro).
Rodas e pneus: Liga de alumínio - 130/70B18 63H na dianteira e 160/70B17 73H, na traseira
Dimensões: Comprimento: 2.360 mm. Altura do assento em relação ao solo: 695 mm. Entre-eixos: 1.595 mm
Peso: 320 kg a seco.
Tanque: 17,8 litros
Cores: Preta, Prata e vermelha
Preço: R$ 43.700,00