Que tal unir a potência de um esportivo, o conforto de um sedã e por um preço menor do que se imagina? Se você se interessou, o Chrysler 300C SRT-8 é o carro ideal. Com um potente motor HEMI (saiba mais sobre essa lendária força motriz abaixo) de V8 6.1 litros, que oferece 25% mais
potência que o motor HEMI de 5,7 litros, essa máquina tira o fôlego de qualquer apaixonado por carros potentes, e de quem não gosta muito também.
Tivemos a oportunidade de ficar um dia inteiro com um modelo novinho do Chrysler 300C SRT8 para andar pelas ruas de Campo Grande-MS. Clique no vídeo ao lado e veja a reportagem completa do nosso passeio.
Mecânica
Com o motor HEMI de 6,1 litros tem maior desempenho do que qualquer motor V-8 naturalmente aspirado jamais oferecido pelo Grupo Chrysler. Sua classificação é de 69.8 cv por litro e um torque de 569 Nm.
De acordo com a montadora, quando os engenheiros do conjunto de potência SRT decidiram desenvolver um HEMI mais poderoso para o 300C SRT8, eles estavam conscientes da linhagem do motor, que levou a adotar detalhes do tradicional motor HEMI incluindo um bloco de cilindros pintado de laranja e tampas pretas de válvulas.
Os engenheiros SRT que desenvolveram esse motor alcançaram mais cavalos acrescentando mais polegadas cúbicas, aumentando a relação de compressão e reprojetando o cabeçote, sistemas de admissão e exaustão para um melhor fluxo e velocidade do motor aumentada.
Para mais deslocamento, os engenheiros SRT aumentaram o diâmetro dos cilindros no HEMI em 3,5 mm cada a fim de obter um aumento de deslocamento de 5,7 litros para 6,1 litros. A relação de compressão também foi aumentada de 9,6:1 para 10,3:1 ampliando a eficiência e a potência do
motor.
O respiro do motor foi aumentado com novos cabeçotes de maior fluxo, uma tubulação de admissão especialmente projetada, e válvulas de exaustão com tubos individuais encapsulados em uma concha de aço inoxidável, todos exclusivos do motor HEMI de 6,1 litros. Válvulas de grande diâmetro e aberturas reformuladas nos cabeçotes permitem um fluxo de ar maximizado. A tubulação de admissão foi projetada com um diâmetro maior e rampas mais curtas para melhor desempenho em alta velocidade. A exaustão é direcionada através de um sistema de exaustão de grande diâmetro (2,75" em vez de 2,5") com pontas cromadas de 3,5". O que ao carro um ronco bem esportivo.
O HEMI SRT de 6,1 litros de alto desempenho é reforçado por componentes reprojetados, incluindo um bloco de motor reforçado, virabrequim forjado em aço, bielas de alta resistência, pistões de pino flutuante (resfriados por nebulizadores de óleo), e um cárter de óleo modificado para gerenciar o retorno de óleo para o reservatório do cárter em altas velocidades.
A potência do HEMI SRT 6,1 litros é canalizada através de uma transmissão automática de cinco velocidades com AutoStick especialmente calibrada, que oferece mudanças de marcha totalmente automáticas ou manuais.
Dinâmica
O Chrysler 300C SRT8 é condicionado para um marcante desempenho. A configuração da suspensão inclui amortecedores esportivos, relações de mola e buchas de suspensão especialmente fabricadas e barra estabilizadora reforçada. Novas mangas da suspensão dianteira e traseira contribuem para uma altura de rodagem reduzida em meia polegada. Além disso, o Programa
Eletrônico de Estabilidade (ESP) foi especialmente sintonizado para as características de desempenho do carro.
O SRT8 possui um novo conjunto de rodas de alumínio forjado de 20" equipadas com pneus de alto desempenho com banda assimétrica, calçadas em pneus 245/45/20 na dianteira e 255/45/20 na traseira.
Frenagem
O desempenho de frenagem anda de mãos dadas com a marcante aceleração e velocidade do Chrysler 300C SRT8 - e o sistema de frenagem foi especialmente projetado para desacelerar e parar o carro com previsibilidade. Ao mesmo tempo, este sistema foi projetado para proporcionar um desempenho de frenagem de referência, estabelecendo um novo padrão para um sedan de sua classe.
Todas as quatro rodas oferecem pinças de alto desempenho desenvolvidas pela Brembo - bem conhecida nos círculos de competição - com quatro pistões para uma frenagem uniforme. Na dianteira, o Chrysler 300C SRT8 tem rotores ventilados de 360 x 32 mm, na traseira, rotores ventilados de 350 x 28. Este sistema de frenagem contribui para um desempenho de 100-0kmh em
aproximadamente 33 m. Muito pouco para um carro do tamanho do 300 C.
Interior
O Chrysler 300C SRT8 oferece assentos esportivos ajustáveis eletricamente na dianteira que são montados com insertos de camurça (combinados nos assentos traseiros) oferecendo excelente apoio lateral. O assento do motorista também é equipado com funções de memória que, quando combinados com o conjunto de pedais ajustáveis , se adaptam perfeitamente a qualquer
estatura.
Volante, alavanca de câmbio e trincos das portas são revestidos em couro. Completa instrumentação, incluindo um velocímetro que marca até 300 km/h, tacômetro, e medidores de temperatura para assegurar que o motorista possa monitorizar funções cruciais. Um mostrador de monitorização de pressão dos pneus dentro do painel de instrumentos é equipamento de série.
Detalhes de alta qualidade dentro da cabine do Chrysler 300C SRT8 incluem um radio estéreo AM/FM normal com trocador de seis discos CD acionando um sistema de áudio Kicker de 13 alto-falantes com um amplificador de 322 watts e um sub-woofer de 100 watts. O que proporciona um som ambiente excelente para que gosta de boa música.
O ar condicionado é automático com regulagens independentes de temperatura para motorista e passageiro dianteiro. Possui sensor infra-vermelho e sensor solar, além de filtro anti-polen.Outra característica de série do 300C SRT8 é um centro de informações eletrônicas veiculares programável. O interior do carro é oferecido em um esquema de cores cinza claro/ escuro.
E para fechar o pacote, ele vem com teto solar elétrico.
Exterior
O DNA SRT é evidente no estilo externo desse Chrysler. Os pára-choques dianteiro e traseiro modificados direcionam o fluxo de ar através de dutos exclusivos que resfriam os freios. Além disso, um spoiler traseiro especialmente projetado, enquanto refinado em aparência, também é funcional aumentando a força traseira de abaixamento em 39 por cento sem aumentar o arraste.
Outros toques exclusivos para o exterior do 300C SRT8 incluem insertos nas cores da carroçaria para os pára-choques dianteiro e traseiro, retrovisores e maçanetas na cor da carroçaria e insígnia exclusiva SRT. Além de um sensor de estacionamento na traseira, muito útil para um carro
desse porte.
Três cores exteriores estão disponíveis: prata brilhante (testado por nós), preto brilhante e azul metálico. O Chrysler 300C SRT8 é fabricado na linha de montagem de Brampton, em Ontario, Canadá.
Gastos
O que mais chama a atenção no 300 C SRT8 é o valor de mercado. Hoje, um carro como o testado por nós sai da concessionária por um valor perto de R$ 220 mil. Muito menos do que esportivos de marcas conhecidas. E mesmo com todo seu tamanho, ele não faz feio em uma arrancada ou retomada durante uma ultrapassagem. Muito pelo contrário. O único problema é que o consumo acompanha o pé do motorista. Na cidade, o computador de bordo marca 4 km/l de consumo. Já na estrada ele chega a 8 km/l, com uma velocidade média de 120 km/h.
Como funcionam os motores HEMI
Se você gosta de carros, provavelmente já ouviu falar do motor HEMI. Se nasceu na década de 60, ou antes, deve se lembrar do fenômeno criado pelos motores HEMI da Chrysler nos anos 50, 60, e 70. Se você acompanha os muscle cars ("carros musculosos") ou as provas de arrancada, sabe que o motor HEMI 426 é popular por causa de seu desempenho. É possível que você também já tenha ouvido falar dos motores HEMI que a Chrysler começou a usar nas picapes Dodge 2003.
Mas mesmo que você saiba pouco ou nada sobre carros e motores, pode ser que a palavra "HEMI" ainda signifique alguma coisa pra você. Ela se tornou um sinônimo de motores grandes e potentes.
Nasce o motor HEMI
O motor HEMI para carros surgiu em 1948 - Harry Westlake e outros desenvolveram um motor HEMI de 6 cilindros para a Jaguar. Alguns anos depois, em 1951, a Chrysler apresentou o motor HEMI V8 de 180 cavalos-vapor (cv) em vários modelos. O motor HEMI da Chrysler tem cilindrada de 5,4 litros (331 polegadas cúbicas) e por isso é conhecido como "HEMI 331".
Hoje em dia, 180 cv parece nada. Mas em 1951, 180 cv era uma coisa inédita. Era uma potência impressionante para a época, e deu vida à "lenda do HEMI".
A Chrysler continuou a melhorar o design do HEMI, lançando um motor de 5,8 litros em 1956, um de 6,4 litros em 1957, e por fim uma versão de 7 litros em 1964. O motor de 7 litros transformou o HEMI em lenda quando ele ganho a corrida da NASCAR Daytona 500 de 1964 em primeiro, segundo e terceiro lugares. O HEMI de 7 litros de rua foi lançado em 1965, com 425 cv de potência.
O bloco e os cabeçotes da versão de 7 litros ainda hoje são disponibilizados pela Dodge. O HEMI de 7 litros é um motor popular em corridas de arrancada, de funny cars (categoria de arrancada da National Hot Rod Association), e muscle cars ("carros musculosos").
O que permitiu que o HEMI da Chrysler de 1951 produzisse muito mais potência do que outros motores da época, foi a eficiência da câmara de combustão.
Em um motor HEMI, a parte de cima da câmara de combustão é hemisférica - daí o "HEMI". A área de combustão no cabeçote tem o formato de meia esfera. Dizem que um motor como este tem "cabeçotes hemisféricos". Em um cabeçote HEMI, a vela geralmente fica no topo da câmara de combustão e as válvulas abrem-se em lados opostos dela.
A maioria dos carros anteriores à década de 50 usava os chamados cabeçotes planos (flathead), e ainda hoje muitos cortadores de grama usam o design plano porque é de fabricação mais barata. Em um motor de cabeçote plano, as válvulas ficam no bloco e não no cabeçote, e abrem em uma câmara ao lado do pistão.
O cabeçote de um motor com design plano é extremamente simples - um fundido de metal sólido com um furo onde é colocada a vela. O comando de válvulas no bloco empurra as hastes das válvulas para abri-las, eliminando a necessidade de varetas de válvula e balancins. Tudo é mais simples no design de cabeçote plano. O problema do motor de cabeçote plano é a sua eficiência térmica, que discutiremos a seguir.
Uma coisa que um cabeçote hemisférico nunca vai ter é quatro válvulas por cilindro. Os ângulos das válvulas seriam tão estranhos que seria praticamente impossível projetar o cabeçote. O fato de ter duas válvulas por cilindro não é problema em corridas de arrancada ou NASCAR, pois os motores são limitados a duas válvulas por cilindro nessas categorias. Mas nas ruas, quatro válvulas ligeiramente menores deixam o motor respirar com mais facilidade do que duas válvulas grandes. Motores modernos usam o formato pentroof (telhado em "V" invertido, em inglês) para acomodar
quatro válvulas.
Outro motivo para motores de alto desempenho não usarem mais o design HEMI é o desejo de criar câmaras de combustão menores. Câmaras menores reduzem ainda mais a perda de calor durante a combustão e também diminuem a distância que a chama deve percorrer durante a combustão. Neste caso, oformato pentroof também é útil.