A cada dia, novos segmentos de veículos surgem no mercado mundial. Um dos mais comentados pelos jovens, tanto homens quanto mulheres, é o de compactos de imagem. Composto por carros como o Fiat 500, Mini Cooper e, o mais novo deles, o Audi A1, entre outros. Esse último, nos foi oferecido por 2 dias para uma avaliação completa que você confere aqui e no vídeo que está na foto de destaque.
Lançado mundialmente em 2010, o A1 chegou ao Brasil em maio deste ano para ser o menor e mais barato carro da marca alemã. Vendido em versão única e com um pequeno menu de acessórios (teto-solar, som Bose), o carrinho de 3,95 metros tem preço-base de R$ 89.900.
A própria Audi confirma que o grande inimigo do compacto é o muito conhecido Mini Cooper. Recentemente, a marca inglesa apresentou o Mini One (mostrado aqui no ShopcarNews). Em um comparativo feito recentemente por uma revista especializada, o Mini ficou na frente do Fiat 500 e do A1. De acordo com a publicação, o custo-benefício do modelo inglês foi o peso da balança (o One parte de R$ 69.950).
Mas voltando a fala do Audi, esse tipo de carro é destinado para quem busca exclusividade por um preço mais acessível. O que interessa no A1 é o fato de ele estar R$ 10 mil abaixo da barreira dos R$ 100 mil, e ainda assim ser um carro "premium". Assim, ele passa a ser o carro de entrada da marca e oferece grande parte dos predicados de típico Audi.
Uma coisa ficou bem clara em nosso teste: o A1 não pode ser tido como um carro familiar, nem mesmo para andar lotado. Quatro pessoas já andam um pouco apertadas nele, principalmente as que vão no banco de trás e que são muito prejudicadas pela queda acentuada da terceira coluna e que dá o toque de arco ao teto do veículo. O entre-eixos de 2,47 metros é até razoável para um modelo desse porte (do tamanho de um Volkswagen Polo). Esses eventuais ocupantes também não disporiam de porta para entrar nem de janela para abrir. Até o acabamento nessa parte do A1 é mais simples.
Ninguém na Audi finge que o A1 é para levar quatro pessoas. No mercado brasileiro pode haver uma distorção, mas originalmente o carrinho é voltado aos jovens europeus urbanos, talvez como primeiro carro da vida. No nosso caso, seria o primeiro carro da vida boa. Para uso fora da cidade ou por mais pessoas, o comprador fisgado pela Audi com o A1 deverá pensar em opções maiores, como o A3 e o A4.
Segundo a Audi, o compacto tem a missão de responder por 40% das vendas totais da marca no Brasil, previstas para 6.500 unidades este ano.
Sempre Audi
Um dos atrativos do A1 é acondicionar numa embalagem tamanho P, mas 100% Audi (confira a "grade-bocão" hexagonal, os faróis expressivos e o uso intensivo de LEDs), um conteúdo de dirigibilidade, conforto e segurança no nível de modelos muito mais caros -- excetuando alguns "downgrades". O ar-condicionado, por exemplo, é de resfriamento simples e analógico. Não há tração integral quattro, apenas o controle de tração. Sistemas tecnológicos avançados, como o que acelera e freia o carro autonomamente, não são nem opcionais. O revestimento interno é em tecido e material emborrachado. Mas há uma profusão de airbags (dianteiros, de cabeça etc.), freios com ABS e EBD (antitravamento e distribuição de força) e ESP (controle de estabilidade).
Mecânica impecável
O A1 traz um interessante propulsor turbo, de apenas 1,4 litro e relativamente modestos 122 cavalos, mas com excelente torque de 20 kgfm a partir de 1.500 rpm, para empurrar um carro que pesa 1.125 kg. A gerência fica por conta do conhecido e excelente câmbio automatizado S-Tronic, de sete velocidades, dupla embreagem e trocas sequencias na alavanca ou em paddle shifts (atrás do volante).
O motor pertence ao grupo Volkswagen, do qual a Audi faz parte, e já equipa uma versão do Polo europeu, com o qual o A1 divide a plataforma. Nada impede que seja usado por outros modelos da Volks. O novo Jetta turbo, por exemplo, é apenas o mais recente carro da gigante alemã a compartilhar um bloco Audi.
Ao volante
Além de levar o A1 à velocidade máxima de 203 km/h, e aos 100 km/h em 8,9 segundos, sempre de acordo com a fabricante, o motor 1.4 TFSI deveria entregar um excepcional consumo de gasolina, de cerca de 15 km/litro na cidade e 21 km/l na estrada. Nosso teste foi 100% na cidade e sempre com o ar-condicionado ligado. Exigindo pouco do motor e pelo trânsito um pouco travado, o carro fez a média de 8 km/l, longe dos 15 divulgados pela montadora.
A vida a bordo do A1 é mansa para quem passeia a dois. Os itens de conforto e a qualidade do acabamento são suficientes para criar um clima ameno na cabine, e a posição de dirigir e o cockpit passam a sensação de conduzir um carro bem esportivo. Em movimento, percebe-se rapidamente que estamos num Audi: gana nas arrancadas e retomadas, suavidade nas trocas de marcha e direção com ajuste perfeito para a proposta do modelo -- aqui, comunicando as manobras imediatamente do cérebro do motorista às belas rodas 16 do A1.
O Audinho ganha velocidade de forma espantosamente fácil para seu tamanho -- um carro menor sempre "sente" mais a aceleração e a resistência a ela. A carroceria com coeficiente aerodinâmico de 0,32 ajuda a furar o vento, e quando o motorista se toca já está a 170 km/h. Levado de volta aos limites, o A1 acaba mostrando que também sabe ser dócil e silencioso. Afinal, é um carro que precisa ser agradável no trânsito urbano.
Em trechos com curvas mais complexas, o A1 ficou agarrado ao chão e não deixou saudades da tração quattro. Aclives foram galgados em quinta marcha sem mostra de perda de força.
A Audi tem razão quando aposta nesse compacto como seu carro de "volume" e também como chamariz para o restante de sua gama. A marca pretende vender 6.500 unidades do modelo em 2011.