Junto com a divulgação dos resultados semestrais da MAN, o CEO Georg Pachta-Reyhofen anunciou oficialmente que a empresa passa oficialmente a fazer parte do Grupo Volkswagen, formando uma divisão integrada de caminhões e ônibus com as marcas Scania, MAN e Volkswagen.
“Em 9 de maio de 2011, a Volkswagen AG aumentou sua participação acionária na MAN para 30,5% e, subsequentemente, publicou uma oferta de aquisição de controle para todos os outros acionistas. Até o fim do prazo da oferta, em 29 de junho, nossos acionistas ofereceram um número de ações à Volkswagen que aumentaria sua participação com direito a voto na MAN para 55,9%. A decisão desses acionistas significa que no futuro da MAN fará parte da família Volkswagen”, informou Pachta-Reyhofen em carta distribuída pela empresa no mundo todo nesta quinta-feira, 28. A transação ainda está sujeita à aprovação das autoridades europeias antitruste.
O movimento parece ser a cartada final de uma história que começou ainda em 2006, quando a MAN tentou assumir o controle da Scania de forma hostil, fazendo uma oferta sem acordo prévio para comprar a maioria das ações da companhia sueca em bolsa. Depois de muita guerra de comunicação via jornais, com acusações de ambos os lados, o maior acionista de ambas as empresas, o Grupo Volkswagen, jogou água na fervura, fazendo a MAN recuar, ao afirmar que trabalharia em uma proposta de fusão amigável para criar uma grande operação de caminhões e ônibus no futuro.
Esse futuro chegou após uma série de manobras do Grupo Volkswagen. Primeiro, em 2008, a companhia comprou mais ações da Scania e assim assumiu o controle total da fabricante sueca. Depois, em 2009, fez uma operação inversa: vendeu para a MAN a Volkswagen Caminhões e Ônibus, com sede no Brasil, a única divisão de veículos comerciais pesados que usa o próprio nome da corporação. E agora, num jogo que mais parece troca de caixas, a Volkswagen AG volta a tomar o controle de tudo para si.
“Nossa aliança com a Volkswagen e Scania entrará numa nova fase ativa. Nisso nossa meta está clara: Pretendemos alavancar em conjunto nosso potencial, com o objetivo de obter crescimento lucrativo em todos os mercados”, diz Reyhofen no comunicado. “A cooperação mais estreita levará a sinergias em compras, desenvolvimento e produção”, antecipa.
Balanço favorável
O momento do anúncio da fusão foi favorecido pela apresentação de resultados bastante animadores do Grupo MAN no primeiro semestre deste ano. Houve aumento de 28% nos pedidos de veículos de ano para ano, a receita cresceu 18%, para € 8 bilhões, e o lucro operacional avançou expressivos 88% em relação ao mesmo período de 2010, para € 762 milhões. A perspectiva para 2011 inteiro é de faturamento de 10% a 15% maior e retorno sobre vendas um pouco maior do que a meta da média de longo prazo, de 8,5%.
A MAN Truck & Bus em particular registrou crescimento das vendas nos primeiros seis meses do ano de 31%, para € 4,8 bilhões. A MAN Latin America (ex-Volkswagen Caminhões e Ônibus) também aumentou substancialmente sua entrada de pedidos, em 19%, para € 1,8 bilhão. A unidade latino-americana, lastreada no forte desempenho no mercado brasileiro, estabeleceu novo recorde trimestral de faturamento, de € 958 milhões entre abril e junho, cifra 19% maior do que a registrada no mesmo trimestre de 2010.
A maior contribuição para o lucro operacional do grupo veio da divisão de caminhões e ônibus, com € 274 milhões. Os principais geradores do lucro foram novamente a MAN Latin America (€ 201 milhões) e a MAN Diesel & Turbo (€ 230 milhões). Com esses resultados, o retorno sobre as vendas cresceu de 6% no primeiro semestre de 2010 para 9,6% agora.