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Quatro grandes do mercado automotivo perdem mercado

09/07/2011 - 11:10 - Redação

O primeiro semestre do ano serviu para consolidar um movimento que já havia sido percebido no ano passado. O mercado brasileiro de veículos leves está mudando de mãos – e um pouco mais rápido do que acontecia antes. Após décadas de domínio quase absoluto, as quatro marcas mais vendidas no País estão perdendo terreno, embora as posições do topo do ranking nacional de vendas ainda permaneçam as mesmas. A participação nos emplacamentos de Fiat, Volkswagen, General Motors e Ford, que superava fatia de 80% há menos de dez anos, em 2010 caiu para 74% e nos últimos seis meses baixou outros 3 pontos porcentuais, para 71% no fim de junho.

Quase todas as marcas obtiveram expansão das vendas no semestre, mas de forma bastante desigual. Das dez fabricantes que mais vendem no mercado brasileiro, quem perdeu espaço maior no primeiro semestre foi a GM: 1,7 ponto, de 20,2% para 18,5% no último semestre; isso porque suas vendas no período não saíram do lugar, avançaram somente 0,36% em relação aos primeiros seis meses de 2010, bastante abaixo do crescimento médio de 9,5% do mercado de automóveis e comerciais leves. Mas ainda assim a GM manteve seu terceiro lugar no ranking.

Entre as quatro do topo do ranking, a segunda maior perda foi da Ford, que permanece na quarta posição, mas com o crescimento de 1,29% nas vendas do semestre, perdeu 0,77 ponto de participação, caindo de 10,3% para 9,53%.

Fiat e Volkswagen, em primeiro e segundo respectivamente, também cederam um pouco de espaço, mas em escala menor. Os licenciamentos da líder Fiat avançaram 7,33%, dois pontos abaixo da média do mercado, e o share ficou em 22,37%, cerca de meio ponto menor do que os 22,83% do mesmo período de 2010.

Já a Volkswagen, apesar da greve que paralisou sua fábrica de São José dos Pinhais (PR) durante mais de um mês, cresceu próxima à média dos negócios, 7,83%, e assim seu domínio permaneceu quase inalterado, deslizando de 20,96% no primeiro semestre de 2010 contra 20,63% agora (diferença de apenas 0,33).

Perda quase geral

Mas o domínio de mercado não está recuando só para as quatro maiores fabricantes do País. Das dez marcas mais vendidas, apenas duas, Renault e Citroën, tiveram crescimento acima da média do mercado e ganharam participação nas vendas. Todas as outras avançaram menos e perderam terreno, mostrando que a ameaça vem da parte de baixo do ranking, especialmente dos carros importados.

No primeiro semestre de 2010, as dez marcas mais vendidas representavam 94% do mercado brasileiro, restando só 6% para todos os outros concorrentes. Nos últimos seis meses esse espaço cresceu três pontos, para 9%, e as dez líderes reduziram sua participação para 91%.

Nos dez primeiros andares do ranking quem cresceu com mais força foi a Citroën, cujas vendas avançaram 28,44% no semestre (quase 19 pontos acima da média de mercado), com expansão de share de 2,42% para 2,84% (cerca de meio ponto), que garantiu a oitava posição em emplacamentos, duas posições acima do ano passado. A Citroën atribui boa parte de seu sucesso no período ao Aircross, lançado no fim de 2010, que rapidamente se tornou o segundo modelo mais vendido do segmento de crossovers compactos, à frente de VW Crossfox, Renault Sandero Stepway e Fiat Palio Weekend Adventure.

A também francesa Renault continua embalada: confirmou seu quinto lugar no ranking com incremento de 24,57% nas vendas semestrais, abocanhando assim mais 0,6 ponto de participação de mercado, de 4,32% para os atuais 4,91%, a caminho de chegar à meta de 5% até o fim deste ano.

As duas únicas marcas que tiveram desempenho negativo de vendas foram as japonesas Honda e Toyota, cujos emplacamentos semestre contra semestre recuaram 12,17% e 3,52%, respectivamente. A explicação para ambas é a paralisação da produção por falta de peças importadas do Japão, que tiveram o fluxo interrompido após o terremoto em abril.

Maiores ganhos

Na parte de baixo do ranking, o melhor desempenho porcentual no primeiro semestre foi da Nissan, cujas vendas cresceram 84,57%, mas com base de comparação muito baixa. Com isso, a marca superou pela primeira vez 1% de participação, chegando a 1,62% nos últimos seis meses, ficando assim na 12ª posição do mercado (duas acima do ano passado).

Outra marca que segue em expressivo crescimento no País é a coreana Kia, que avançou 77,36% e abocanhou assim 2,47% das vendas brasileiras de veículos no primeiro semestre do ano (expansão de quase um ponto). E o importador da marca afirma que o resultado só não foi melhor porque faltaram produtos para vender no Brasil, devido ao avanço da Kia em diversos outros mercados no mundo.

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