Durante o simpósio “Manufatura na Indústria Automobilística”, promovido pela SAE Brasil, a Mercedes-Benz revelou detalhes da divisão de tarefas entre suas fábricas pelo mundo e de como a planta de Juiz de Fora (MG), que produzia automóveis, será aproveitada na montagem de caminhões: “Aquela fábrica foi a alternativa encontrada pela Mercedes-Benz para o aumento da produção de caminhões. O pessoal, que era qualificado para fazer automóveis, passou por treinamento na Alemanha para a montagem de veículos de carga. Lá serão feitos os modelos Accelo e Actros”, afirma o diretor de manufatura de caminhões da empresa, André Luiz Moreira.
No entanto, os itens agregados desses caminhões continuarão saindo de são Bernardo do Campo (modelo Acello) ou vindo diretamente da Alemanha (Actros). Sobre essa divisão de tarefas, cabe ao Brasil a produção de motores e transmissões para modelos menores (inclusive os conjuntos enviados à Argentina para a linha Sprinter). Da Alemanha vêm, por exemplo, motores, eixos e câmbios para o pesado Actros.
Moreira afirma que as plataformas utilizadas pela Mercedes-Benz permitem a flexibilidade de produção de itens em diferentes unidades da Mercedes-Benz pelo mundo. Quando questionado sobre a verticalização dentro da companhia, Moreira recordou: “Em 1956 os alemães produziam tudo, até mesmo parafusos, por questões ligadas à qualidade. Nos anos 1990 houve grande terceirização e atualmente a Mercedes compra de fora acabamento, chassis, eixos.”
Moreira recorda, porém, que a atuação do Brasil é bastante reconhecida pelo grupo: “Quando começamos a produzir o Classe A, mostramos nossa capacidade. Em 2002, inclusive, passamos a fornecer ferramental para a montagem de veículos em ouras fábricas.”