A fábrica de transmissões que a General Motors decidiu construir no Brasil necessitará de um investimento superior aos R$ 350 milhões destinados à unidade de motores, que começou a ser construída em Joinville. Segundo o vice-presidente de relações governamentais da GM, Marcos Munhoz, até o fim do ano será definido o local da nova fábrica.
O executivo confirma que Joinville está na lista de municípios analisados para receber o investimento, conforme antecipou o Valor na edição do dia 2 de junho. Fontes do governo catarinense já deram como certo que as transmissões da GM serão produzidas em Joinville. Mas, segundo Munhoz, outras cidades, principalmente da região Sul, ainda estão no páreo.
A GM precisa ampliar a capacidade de produção de transmissões no Brasil, já que a linha de São José dos Campos (SP), onde esses componentes são fabricados, não consegue abastecer a demanda das fábricas de veículos da montadora no Mercosul - três no Brasil e uma na Argentina. A diferença é suprida por meio de importação de peças fabricadas pela própria GM na Europa.
Segundo Munhoz, cerca de 80 mil do total de 750 mil transmissões que a companhia necessita para fabricar os carros no Brasil anualmente são importadas. A nova fábrica deverá ser concluída depois da inauguração da unidade de motores, prevista para 2012. A montadora americana precisa acelerar os planos de aumento de capacidade de produção no Mercosul, que hoje está em torno de um milhão de veículos por ano.
A General Motors começou o ano prevendo que as vendas de veículos no Brasil cresceriam 5% a 7% este ano. "Mas o mercado mudou e agora estamos trabalhando com índices entre 4% e 5%", afirma Munhoz. O executivo se queixa do aumento da concorrência de marcas estrangeiras. "Está ficando mais barato pagar o Imposto de Importação de 35% e vender carros importados", diz. "Em 2012 estaremos numa situação dramática".