O presidente da JAC Motors, Sergio Habib, revisou nesta quarta-feira, 18, as expectativas para a marca este ano. O executivo anunciou a meta ambiciosa de comercializar 45 mil unidades no Brasil e garantir 1,3% de participação. A projeção divulgada em março, durante o lançamento do modelo J3, era de vender 35 mil carros.
O executivo parece não ter se abalado com o resultado das vendas de abril. Foram emplacados 2.095 veículos da marca no mês, cerca de metade do esperado. Na primeira quinzena de maio as vendas chegaram a 1.415 unidades, segundo dados da Fenabrave. Para alcançar o novo objetivo, a chinesa terá que acelerar para mais de 5 mil unidades mensais nos próximos meses.
O avanço de outros concorrentes e a ofensiva das montadoras para garantir fatias maiores de participação ainda não assustam Habib. “Chegamos facilmente aos 3% de market share”, acredita. Para ele, o complicado é crescer além deste percentual, o que exigiria a instalação de uma fábrica local.
O exemplo dado pelo dirigente foi o das chamadas newcomers: marcas que deram os primeiros passos no mercado brasileiro como importadoras e depois nacionalizaram a produção. Habib destaca que a única fabricante deste grupo consolidada com mais de 3% de market share é a Renault, que vende carros de diversos segmentos e oferece modelos com preços mais baixos.
A francesa garantiu 4,8% de presença no mercado em 2010. Enquanto isso, as conterrâneas Peugeot e Citroën ficaram com 2,7% e 2,5%, respectivamente. Ao contrário do que acontecia anteriormente, o Brasil começa a receber agora marcas interessadas em importar para o País modelos mais baratos, como a JAC.
Habib aponta que as newcomers têm 60% do mercado de carros com preços acima de R$ 40 mil. No entanto, 87% das vendas de veículos abaixo de R$ 40 mil são das quatro maiores montadoras do País: Fiat, Volkswagen, General Motors e Ford.
Queda nos preços
A chegada da JAC Motors balançou os preços do mercado. Houve uma corrida das montadoras para baratear os produtos e incrementar o nível de equipamentos. Segundo Habib, o movimento demonstra que os passos iniciais da chinesa foram bem sucedidos. “É a primeira vez que a concorrência com importado faz as montadoras reduzirem os preços”, afirma o executivo.