Depois de voltar às mãos da família Castiglioni, a italiana MV Agusta tenta se recuperar da crise que afetou (e ainda afeta) a indústria de motocicletas na Europa. Para isso, a empresa apresentou nesta semana uma versão mais “acessível” de sua famosa naked, a Brutale.
Logo no nome já se notam as diferenças. Ao invés da sigla “R”, indicando sua herança Racing, o novo modelo chama-se simplesmente “Brutale”. Porém o grande diferencial está mesmo no motor, que teve sua capacidade reduzida de 1078 cm³ para 921 cm³. Além de outras pequenas mudanças para reduzir o preço final da moto, cotada a 11.990 Euros, cerca de R$ 27.500 – ainda acima, porém próximo de outras motos japonesas, menos famosas e exclusivas que a Brutale.
Entretanto, a MV Agusta apressa-se em informar que o modelo mantém o design de Massimo Tamburini que transformou a Brutale em uma das nakeds mais cultuadas em todo o mundo. Defende-se dizendo que as principais mudanças foram feitas para tornar a nova Brutale mais utilizável no dia-a-dia.
De entrada, mas não básica
De fato, a nova Brutale não é exatamente uma versão básica da naked. O motor de quatro cilindros em linha, apesar da menor capacidade, traz duplo comando de válvulas, 4 válvulas radiais por cilindro, refrigeração líquida e uma moderna central eletrônica da Magneti Marelli, que é também utilizada nos modelos mais top da marca. Sem falar nos dois mapas de gerenciamento do motor e os oito níveis de controle de tração que equipam essa Brutale “acessível”.
Na verdade, a nova Brutale pretende ser mais acessível no preço, mas também na pilotagem. O diâmetro e o curso dos cilindros (73,0 x 55,0 mm) foram projetados para otimizar a entrega dos 129 cavalos de potência máxima (atingidos a 10.500 rpm). Assim como ampliar a faixa de torque e tornar a Brutale talvez um pouco menos bruta, quem sabe?
Urbana
O sistema de refrigeração líquida foi redesenhado – com radiador de óleo em separado – para manter a temperatura ideal do motor, mesmo em trânsito urbano, garante a MV Agusta.
Outra mudança para tornar a Brutale mais urbana foi o banco, agora feito em uma peça somente – antes o assento da garupa era separado e menor. Mais estreito e baixo deve garantir mais conforto tanto ao piloto quanto a garupa.
O conjunto de suspensões, contudo, manteve a excelência. Na dianteira, um garfo telescópico invertido Marzocchi com tubos de 50 mm totalmente ajustáveis. Mas com novas válvulas internas que, segundo os engenheiros, garante um funcionamento mais macio e suave. Na traseira, o mesmo monobraço de alumínio com um amortecedor Sachs, mais simples, somente com regulagem da précarga e retorno. O quadro é o mesmo dos modelos 990R e 1078RR em treliça feito em aço com painéis laterais em alumínio.
Uma mudança bastante perceptível no visual foi a posição das setas dianteiras, agora fixadas junto ao farol excêntrico. Nas versões mais top, as setas são integradas aos espelhos retrovisores.
A nova MV Agusta Brutale estará disponível apenas nas cores preta e branca, por enquanto nas concessionárias européias da marca.