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Com data marcada, carros chineses terão prova de fogo no Brasil

10/12/2010 - 20:03 - Redação

O Salão do Automóvel de São Paulo deste ano mostrou que as fabricantes chinesas de carros não estão para brincadeira. Nos corredores do Anhembi, seus modelos chamaram tanta atenção quanto os superesportivos milionários de grifes europeias. A formação de uma "onda vermelha", destinada a quebrar na praia do mercado automotivo do Brasil em 2011, parece inevitável.

Em termos quantitativos, as seis principais marcas que expuseram no salão vêm com força. Até o final de 2011 devem estar à venda no país pelo menos 21 modelos de passeio, assinados por Brilliance (quatro), Chana (três), Chery (seis, incluindo três já à venda), Haima (três), JAC (três) e Lifan (dois).

Algumas dessas marcas dividem o mesmo distribuidor no Brasil, como Chana e Haima (Districar); a Chery promete construir fábrica própria no interior paulista; e a JAC conta com a experiência de Sérgio Habib, ex-Citroën, para abocanhar 1% do mercado até o final do próximo ano. Em seu país de origem, várias dessas fabricantes têm algum tipo de parceria com montadoras tradicionais -- a Brilliance com a BMW, a Haima com a Mazda etc. Peças e componentes já são adquiridos junto a fornecedores de renome, fora da China, e o design de alguns modelos é assinado por estúdios de primeira linha (também fora da China).

Os números de emplacamentos dos principais carros chineses vendidos hoje no Brasil não impressionam. A gama mais completa e "ajeitada" é a da Chery (algo que ficou comprovado no salão, aliás). Apesar das ressalvas já feitas, a marca lançou todos os seus modelos com apresentações à imprensa, estrelou testes nas principais revistas especializadas e investiu em publicidade. Não ficou anônima, portanto.

Ainda assim, o Tiggo, SUV compacto que lembra o Toyota RAV4 e custa bem menos que o Ford EcoSport, está em 16º lugar no ranking de utilitários da Fenabrave (associação nacional dos distribuidores de veículos), com 2.415 unidades emplacadas de janeiro a novembro deste ano. Por ironia, ganha do cansado RAV4 (22º lugar, antes da chegada da versão 4x2), mas vende 16 vezes menos carros que o SUV da Ford. O plano da Chery era emplacar 3.000 Tiggo este ano.

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