A Ford promoveu, em São Paulo, workshop para debater com jornalistas a eletrificação de veículos e iniciativas da empresa com foco em sustentabilidade. Ao lado de John Viera, diretor global de sustentabilidade e meio ambiente da montadora, que veio ao Brasil especialmente para o encontro, foram convidados para as apresentações Reginaldo Arcuri, presidente da ABDI, Eude Oliveira, especialista da Ford em carros elétricos, e o presidente Instituto de Pesquisas Tecnológicas, João Fernando Gomes de Oliveira.
Arcuri revelou que o governo analisa as propostas de um amplo trabalho realizado pela consultoria CSM Worldwide na área de competitividade. O levantamento registra condições que devem ser alinhadas para o País avançar como um player global e dominar as tecnologias eletroeletrônicas e de powertrain necessárias à eletrificação.
Embora analistas do setor considerem que o incentivo ao carro elétrico está em gestação, Arcuri considera que “isso é assunto para o próximo governo”.
O presidente do IPT anunciou a modernização do instituto, que foi criado em 1899 e hoje atua em campos de vanguarda que abrangem a utilização eficiente da energia, controle de emissões veiculares, nanotecnologia e materiais mais leves e resistentes, como compósitos. Para ele, o Brasil não deve esperar para dominar as tecnologias que conduzirão à eletrificação de veículos, embora o motor de combustão interna ainda tenha longa vida no setor automotivo.
“Baterias constituem uma das principais restrições ao desenvolvimento do carro puramente elétrico, já que são caras e ainda oferecem densidade energética limitada”, registrou. O executivo admitiu que os híbridos, que combinam de várias formas os motores elétricos e a combustão para promover a tração, avançarão antes dos puramente elétricos, que dependem essencialmente da infraestrutura de eletropostos para recarga e maior autonomia.
Eude Oliveira explicou que a Ford tem programas na área de elétricos, mas afirmou que híbridos, como o Fusion, já estão no mercado e foram bem recebidos. O carro utiliza um transmissão CVT e sistema de powertrain conhecido como full split, com motor a combustão do ciclo Atkinson, que representa uma alternativa ao Otto, e dois motores elétricos – um para tração e outro para carga das baterias. O Fusion híbrido estará no Salão do Automóvel e será comercializado no Brasil em pequena escala.