Mais potência a disposição dos pilotos. Esse foi o lema da Honda para desenvolver o modelo 2010 da CRF 250R, que disputa a categoria MX2 dos campeonatos de Motocross em todo o mundo. Voltada a pilotos profissionais, a nova CRF 250R mudou completamente – da versão anterior restaram somente os pneus. Tudo, do quadro ao motor, é novo. Grande parte das melhorias foi baseada na CRF 450R, totalmente reformulada em 2009 e contou, inclusive com contribuições de brasileiros.
Ricardo Sato, engenheiro da área de Pesquisa e Desenvolvimento da Moto Honda da Amazônia, fez parte da equipe que desenvolveu os novos modelos no Japão. “A CRF 250R 2010 se beneficiou das melhorias da 450cc”, declarou Sato.
Motor injetado e mais forte
Uma das grandes mudanças é o novo propulsor, que ficou mais compacto e ganhou um sistema de alimentação por injeção eletrônica, que dispensa o uso de bateria. O motor quatro tempos de 249,4 cm³ de capacidade, quatro válvulas, comando Unicam (comando simples de válvulas no cabeçote desenvolvido pela Honda) também recebeu melhorias internas, como aumento da taxa de compressão, e menor diâmetro e maior curso do pistão (agora tem 76,8 mm x 53,8 mm). Além de um novo sistema de arrefecimento mais eficiente para melhorar seu rendimento.
“A CRF 250R 2010 é bem mais forte que o modelo anterior, nem parece uma 250cc. Tem uma aceleração progressiva e linear, o que permite aproveitar melhor todas as faixas de giro do motor”, declarou o piloto Fernando Morassi, 31 anos. Proprietário de uma Honda CRF 450X, modelo profissional voltado para competições de enduro, Morassi foi convidado pela INFOMOTO para experimentar o novo modelo. Teve a oportunidade de pilotar a versão 2009, antes de acelerar a Honda CRF 250R 2010.
“A resposta do acelerador do modelo novo é imediata e excelente nas saídas de curva”, declarou o piloto após algumas voltas na pista de motocross do Centro de Educação no Trânsito Honda, em Indaiatuba (SP). Além de não apresentar os “buracos de aceleração” comuns em modelos carburados, Morassi afirmou que a nova 250R aparenta ser mais potente. “A aceleração final parece ser bem mais forte”. Mudanças na embreagem e na transmissão primária garantem um melhor aproveitamento da potência extra, segundo a Honda.
Por se tratar de um modelo de competição, o fabricante não divulga números oficiais de desempenho. Extra oficialmente a nova moto deve oferecer entre 38 e 42 cavalos de potência máxima. A variação depende de ajustes que podem ser feitos no sistema de injeção eletrônica e na preparação do motor.
Outra melhoria fruto da injeção eletrônica foi a facilidade de se dar partida com o pedal, já que a moto não tem bateria e, portanto, não conta com partida elétrica. “Ficou bem mais fácil de pegar. Bati no pedal e ela já ligou”, elogiou o piloto convidado para o teste.
Ciclística mais equilibrada
Com quadro semelhante ao modelo de 450cc, a CRF 250R 2010 também evoluiu na parte ciclística. O novo chassi de tubo duplo em conjunto com a balança traseira foi projetado para evitar que a motocicleta “empine” em acelerações mais radicais como, por exemplo, na largada de uma prova de motocross. A massa foi centralizada para garantir estabilidade nessas situações.
O peso total, também não divulgado, foi reduzido, afirma a Honda. Só na mudança do sistema de escapamento, que voltou a ter apenas uma ponteira (no modelo 2009 eram duas), a 250R 2010 perdeu cerca de 850 gramas.
O garfo telescópico da suspensão dianteiro teve o diâmetro interno dos tubos aumentado em 1 mm (48 mm), assim como o cilindro interno do amortecedor. O curso agora é de 310 mm. Na traseira, a suspensão monoamortecida fixada por links manteve um reservatório de pressurização separado, porém com novo formato para não interferir na pilotagem. Sua posição também foi alterada para contribuir na centralização de massas. O curso da suspensão traseira é de 320 mm.
“A suspensão parecia até que tinha recebido preparação especial, de tão superior que se mostrou em relação ao modelo 2009. Funcionaram perfeitamente e transmitiram muita segurança nos saltos”, analisou Fernando Morassi. Outro ponto elogiado pelo piloto de teste foi o amortecedor de direção progressivo, presente na CRF 250R desde 2008.
Em função da economia proporcionada pela injeção eletrônica a capacidade do tanque foi reduzida para 5,7 litros. Com isso o piloto fica mais a frente na motocicleta e a posição de pilotagem mudou para 2010. “Além de oferecer mais agilidade para contornar curvas, a moto parece que está mais na ‘mão’”, elogiou Morassi. Freios a disco simples nas duas rodas completam o conjunto ciclístico.
Irmã maior
Juntamente com a nova CRF 250R, a Honda também traz para o Brasil a CRF 450R 2010, que recebeu pequenas melhorias, como um sistema de descompressão interno que facilita a partida no pedal e ajustes na suspensão, além de um novo programa do sistema de injeção.
Os dois modelos vão ser utilizados pela equipe oficial de fábrica nas competições nacionais e internacionais, porém já estão disponíveis ao público nas concessionárias Honda, apenas na cor vermelha. O modelo 2010 da Honda CRF 250R tem preço público sugerido de R$ 26.500, e a CRF 450R 2010, R$ 29.990 (ambos com base no Estado de São Paulo).
FICHA TÉCNICA HONDA CRF 250R
MOTOR Um cilindro, 4 válvulas, comando Unicam, quatro tempos, arrefecimento líquido
POTÊNCIA MÁXIMA não declarada
TORQUE MÁXIMO não declarado
ALIMENTAÇÃO Injeção eletrônica de combustível
CAPACIDADE DO TANQUE 5,7 litros
CÂMBIO 5 marchas
TRANSMISSÃO FINAL Corrente
SUSPENSÃO DIANTEIRA Garfo telescópico convencional, com 310 mm de curso
SUSPENSÃO TRASEIRA Balança monoamortecida com 320 mm de curso
FREIO DIANTEIRO Disco simples
FREIO TRASEIRO Disco simples
CHASSI Quadro de tubo duplo
ALTURA DO ASSENTO 955 mm
ALTURA MÍNIMA DO SOLO 325 mm
DIMENSÕES (C X L X A) 2.187 mm x 827 mm x 1.273 mm
ENTRE-EIXOS 1.493 mm
PESO SECO não declarado
COR vermelha
PREÇO PÚBLICO SUGERIDO (base São Paulo) R$ 26.500