O filme Easy Rider (Sem Destino), estrelado por Peter Fonda, Dennis Hopper e Jack Nicholson, completou 40 anos em 2009. Ícone entre os motociclistas, a película transformou a motocicleta em símbolo de liberdade e ousadia sobre duas rodas. Para testar a exótica MVK Spyder é preciso “incorporar” a irreverência dos hippies dos anos 60. Construída no estilo chopper pela marca chinesa Regal-Raptor, o modelo conta com garfo bastante alongado e grande ângulo de cáster, muitos cromados, tanque decorado com labaredas (flames) prateadas, freio a disco em ambas as rodas e motor de dois cilindros paralelos de quase 21 cv de potência. O preço sugerido é de R$ 15.580.
À primeira vista, a MVK Spyder parece que foi feita de forma artesanal. A moto impressiona pelo comprimento - 2.580 mm - e pela grande distância entre-eixos – 1.880 mm. Só para comparar, a Harley-Davidson Rocker tem 1.760 mm e a Yamaha Midnight Star 950 conta com 1.685mm. Os números mostram dois lados de uma mesma moeda, já que com esta configuração a moto roda com mais desenvoltura em estradas retas e bem pavimentadas. Em trechos muitos sinuosos, manobras em baixa velocidade ou para o simples ato de estacionar, o motociclista sofre um pouco para realizar as operações.
Quando o piloto sobe na Spyder e liga o motor, o som grave que se propaga pelos dois escapamentos - um cano de cada lado - lembra as motos de maior cilindrada e potência. Com o modelo em movimento, braços e pernas ficam bem à frente. Isso em função da adoção de um guidão reto (T-Bar) e também pelas pedaleiras avançadas, que em curvas muito fechadas podem raspam no asfalto. Já no trânsito urbano – piso irregular e corredores apertados, a maneabilidade desta moto fica muito prejudicada.
Motor e ciclística
A MVK Spyder está equipada com motor de dois cilindros paralelos, quatro tempos, comando simples no cabeçote (OHC), que gera 20,8 cv a 8.000 rpm de potência máxima e torque máximo de 1,85 kgf.m a 6.500 rpm. Com 270 cm³, 180 kg a seco, falta um pouco mais vigor ao propulsor fabricado pela chinesa Regal-Raptor, que gosta de trabalhar em médias e altas rotações. A configuração do motor de dois cilindros gêmeos lembra a utilizada nas saudosas Honda CB 400/450, na década de 80. A alimentação ainda é feita por dois carburadores. Outro ponto negativo, além do baixo desempenho, é a vibração.
No conjunto ciclístico, a moto traz na parte dianteira garfo telescópico de 120 mm de curso e dois discos de freio de 240 mm de diâmetro. Na traseira, balança com duplo amortecimento com 60 mm de curso, que ficam instalados sob a Spyder –similar ao utilizado em alguns modelos Harley-Davidson - e freio a disco também de 240 mm de duplo pistão.
A chopper da MVK apresenta suspensão mais macia que as tradicionais custom, isso em virtude de seu “exagerado” ângulo de cáster. No caso específico da Spyder, quanto mais rígida a suspensão dianteira, mais susceptível a torção nas bengalas. O conjunto traseiro se apresentou eficiente, de acordo com sua proposta.
Na avaliação, o acionamento do freio dianteiro se apresentou um pouco “duro” e os pequenos freios a disco apresentaram comportamento “borrachudo”, porém temos que levar em consideração que a moto testada tinha pouquíssimos quilômetros rodados. Já o freio traseiro teve o desempenho esperado para uma motocicleta da categoria. Apesar de sua origem chinesa, a MVK Motos optou em calçar o modelo com pneus Pirelli MT 66, nas medidas 80/90 - 21 (D) e 160/80 - 16 (T). Ou seja, pneus de qualidade refletem em um maior equilíbrio e melhor dirigibilidade, além de auxiliarem o conjunto de suspensão.
Desenho
O estilo desta chooper é do tipo “ame ou odeie”: garfo à frente, muitos cromados, pintura em flames, rodas em liga leve e baixa altura do assento (apenas 660 mm). Exótica, a moto conta com banco em dois níveis e sissy-bar (encosto para a garupa). Neste questio, piloto e passageiro rodam bem acomodados.
Os comandos são simples e bem posicionados. O painel de instrumentos, composto por velocímetro, hodômetros total e parcial, além das lâmpadas-espia – ficam sobre o tanque de combustível de 12,5 litros. Segundo a MVK, a Spyder faz 23 km/l e, consequentemente, oferece uma autonomia de cerca de 280 km. Segundo a MVK Motos, a Spyder modelo 2010 deverá ter motor com injeção eletrônica. Sua capacidade cúbica vai ser aumentada para 320 cm³ e a cavalaria, para 22,8 cv de potência máxima. A marca ainda revela planos de montar o modelo em sua futura planta em Manaus (AM). Porém isto só deve acontecer quando a fábrica for instalada, o que, segundo a marca, deve acontecer neste primeiro semestre.
FICHA TÉCNICA MVK Spyder
MOTOR OHC (comando de válvulas no cabeçote), 4 tempos, 2 cilindros paralelos, 2 válvulas por cilindro, refrigeração líquida.
CAPACIDADE 270 cm³
POTÊNCIA MÁXIMA 20,8 cv a 8.000 rpm
TORQUE MÁXIMO 1,85 kgf.m a 6.500 rpm
DIÂMETRO X CURSO 57 mm x 53 mm
TAXA DE COMPRESSÃO 10.2:1
CÂMBIO Cinco velocidades
QUADRO Berço duplo em aço
TRANSMISSÃO FINAL Corrente
ALIMENTAÇÃO Carburador
SUSPENSÃO
DIANTEIRA Garfo telescópico de 37 mm, com 120 mm de curso
TRASEIRA Balança com duplo amortecimento do tipo softtail, com 60 mm de curso
FREIOS
DIANTEIRO Disco duplo com 240 mm e duplo pistão
TRASEIRO Disco simples com 240 mm e duplo pistão
PNEUS
DIANTEIRO 80/90 – 21
TRASEIRO 160/80 – 16
COMPRIMENTO 2.580 mm
LARGURA 840 mm
ALTURA DO ASSENTO 660 mm
ALTURA TOTAL 1.110 mm
DISTANCIA ENTRE-EIXOS 1.820 mm
TANQUE DE COMBUSTÍVEL 12,5 litros
PESO A SECO 180 kg
COR Preta
PREÇO R$ 15.580