Pilotamos a edição especial da Buell Firebolt XB 12 R - Confira o vídeo

10/07/2009 - 16:31 - Mário Salgado

No ano de 1983 o piloto e projetista norte-americano Erik Buell conseguiu realizar um sonho: criar motos diferentes baseadas em motores Harley-Davidson. Algum tempo depois, a HD vendo a força da marca, conseguiu adquirir a Buell e hoje é quem faz as motos. No ano de 2008 a marca completou 25 anos de criação e por isso foram feitas edições especiais de suas motos para comemorar. E nós do ShopcarNews fomos convidados para pilotar uma dessas máquinas especiais, aqui em Campo Grande-MS: a Firebolt XB 12 R edição de aniversário.

Primeira impressão

No final de 2007 pudemos pilotar uma outra máquina da Buell, a Lighting CityX XB9SX. Mas toda vez que podemos andar numa moto dessa marca a primeira impressão é sempre a mesma: surpresa. O primeiro olhar deixa claro uma coisa, essa moto é muito diferente. Seus faróis superelipsoidais chamam a atenção e seu enorme quadro, que tem outra serventia além da estrutural, já mostram que ela tem algo especial. O seu entre-eixos é outro diferencia. Com apensa 1,32 m, o que fica muito próximo de uma Honda Titan 150, faz com que a moto se encaixe muito bem na posição de pilotagem. De acordo com a marca, isso para melhorar a performance nas curvas, e isso foi possível comprovar no asfalto.

Ao ligar a moto se vê que não é uma superbike normal. A “batida” da mecânica lembra as Harleys. E isso se justifica por usar um motor de 2 cilindros em V a 45º OHV de 2 válvulas por cilindro, 1203 cc e 103 cavalos a 6800 rpm, com torque: 11.9 Kgmf a 6000 rpm e refrigeração liquida é possível ver que velocidade final não importa, mas sim a retomada (argumento típico das HD).

Pilotando

Quando subir na Firebolt se vê que será uma experiência diferente pilotar essa máquina. Como ela é curta, a sensação é de estar numa moto de baixa cilindrada mas com um super motor no meio das pernas. E por falar em motor, quando a liguei, fiquei com a impressão de funcionar um carro V8, onde é possível ver o motor se mexendo a cada acelerada.

Na hora de sair da Show Room Veículos, loja onde a Buell está exposta para venda, já vi que o torque em baixas rotações é a grande atração. Como ela vai somente até 9 mil giros (as superbikes vão até 15 mil RPM), a retomada está na mão logo que o ponteiro encosta nos 6 mil RPM. De primeira para segunda marcha já estou a mais de 80 km/h e a “cara” da Buell teima em erguer a todo momento. Como ela é muito curta, empinar com ela é muito fácil.

A transmissão é feita por correia, típico das HD, e é reforçada com kevlar e, enquanto o óleo é acumulado na balança de alumínio da suspensão traseira, o combustível utiliza o quadro como reservatório (mesmo assim, apenas 14 litros de gasolina são admitidos). O objetivo dessa solução insólita é simples: se o combustível fica nos tubos do quadro e não em um tanque montado sobre ele, o centro de gravidade abaixa e as massas se distribuem melhor entre as rodas -- 48% sobre a traseira, 52% sobre a dianteira. Outra particularidade da marca é o escapamento terminando na parte inferior da moto, não em sua traseira, como em quase todas as motos do mundo.

Ter medo de fazer curvas é algo que não combina com essa moto. Como é feita para entrar nas curvas com vontade, ela dá alguns sustos nos mais desavisados que tentam não deitar muito essa máquina.

Os componentes são de plástico Surlyn, já injetados na cor definitiva. A Buell a apresenta como uma esportiva pensada para as curvas, não para as longas retas -- de certo modo, explicitando a diferença de conceito entre suas motos e as da empresa-mãe Harley.

A roda dianteira é tomada pelo imenso disco de freio de 375 mm de diâmetro, talvez o maior já usado numa moto de rua -- tão grande que é fixado no aro da roda e não em seu cubo, com a pinça de seis pistões no lado interno. A marca o denomina Zero Torsional Load Brake porque essa fixação elimina as torções do disco sob forte solicitação.

Fica evidente a tônica da Buell nos regimes mais baixos, bem ao gosto americano, pelo que suas cinco marchas são mais que suficientes. O pneu traseiro, 180/55-17, combina aparência agressiva e capacidade de tração de sobra. A suspensão dianteira tem garfo invertido e, como a traseira, amplas regulagens.

Ficha técnica BUELL FIREBOLT XB12R

Motor: 2 cil. em V a 45º OHV de 2 válvulas por cilindro - 1203 cc e 103 cv a 6800 rpm. Compressão: 10.0:1 , Torque: 11.9 Kgmf a 6000 rpm e refrigeração liquida.

Chassi: oco em alumínio fundido que também faz o papel de tanque de gasolina, com capacidade 14 litros, sendo 2,6 litros de reserva.

Balança em alumínio fundido oca, que é também o cárter do óleo, armazenando 2,4 litros.

Suspensão: traseira e dianteira Showa, invertida na dianteira.

Transmissão: por correia dentada do lado direito.

Pneus: dianteira 120/70-ZR17 e 180/55-ZR17 na traseira.

Freios: a disco na traseira 240 mm e dianteira de 375 mm com a pinça por dentro do disco.

Peso: 179 kg

Cambio: 5 marchas