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Novidade: Nova Honda CB 300R substitui a Twister 250

02/06/2009 - 14:36 - Arthur Caldeira/ Agência INFOMOTO, de Rio Preto da Eva (AM)*

Seis meses depois de aposentar a CBX 250 Twister, a Honda lança a CB 300R para substituir a bem sucedida naked urbana de 250cc. Sétima motocicleta mais vendida do Brasil em 2008, a Twister coleciona milhares de fãs: desde seu lançamento em 2001, foram quase meio milhão de unidades emplacadas. Para repetir o sucesso de sua antecessora, a CB 300R chega com o apelo de um motor de maior capacidade cúbica – 300 cc – alimentado por injeção eletrônica, além de um design inspirado nas grandes nakeds da Honda, como a CB 600F Hornet e a CB 1000R.

Clique aqui e veja a reportagem sobre a Honda XRE 300 que vem substituir Tornado e Falcon

“Nós trabalhamos no desenvolvimento de um design para surpreender o consumidor que tem na Hornet 600 um modelo de aspiração”, resumiu José Luiz Terwak, gerente de novos produtos da Honda. Basta por os olhos na nova CB 300R para identificar as linhas que marcam as motos Honda no segmento naked. A começar pelo conjunto óptico. Farol triangular mais potente (55/60W) com uma pequena carenagem que traz o painel embutido. Rabeta minimalista e uma única saída de escape mais curta na lateral da moto.

Se o desejo do proprietário de Twister for ter uma motocicleta que lembra a Hornet, como apontam as pesquisas feitas pela montadora, os projetistas da Honda acertaram a mão na CB 300R. Só não combinaram com a moto, na minha visão, as mesmas luzes indicadoras de direção (piscas) da Twister e os espelhos retrovisores cromados.

As linhas harmoniosas de todo o conjunto passam a imagem de uma moto maior que a capacidade do motor. Para isso ajuda o tanque de 18 litros (na Twister eram 16,5 l) e os dois defletores de ar que, além da função estética, ajudam na refrigeração do motor. Outro detalhe são os pneus Pirelli Sport Demon em medidas mais largas: na dianteira 110/70 e na traseira 140/70 (a Twister usava pneus 110/80 e 130/70, respectivamente). Ambos em rodas de liga leve de 17 polegadas com novo desenho.

Mais potência, menos marchas

O aumento da capacidade cúbica do motor teve como objetivo atender à terceira fase do Promot 3 sem prejudicar o desempenho da naked urbana. “Trabalhamos em um motor que atendesse à legislação brasileira. Nessa nova fase do Promot, é preciso uma maior capacidade para ter uma menor emissão de poluentes, principalmente nas medições até 120 km/h”, explica Terwak.
Os 291,6 cm³ são frutos de um aumento no diâmetro e no curso do pistão (79,0 x 59,5 mm). Afinal, a arquitetura continua a mesma: um cilindro, comando duplo no cabeçote (DOHC), quatro válvulas e refrigeração mista (a ar com radiador de óleo). Até aqui nada de novo, exceto a capacidade. Os dutos de admissão e exaustão e as válvulas foram retrabalhados para se adaptarem à alimentação por injeção eletrônica de combustível – sistema programado (PGM-FI) – projetada pela Keihin para a CB 300R.

O resultado é mais potência, 26,5 cv (contra os 24 cv da Twister), em uma rotação menor, a 7.500 rpm (eram 8.000). E também mais torque 2,81 kgf.m a 6.000 rpm – contra 2,48 kgf.m na aposentada 250. Com mais potência a uma rotação menor e mais torque, a Honda optou por equipar a CB 300R com um bem vindo câmbio de cinco marchas. Acabando com a “questão” das constantes reduções de marchas que a Twister pedia em ultrapassagens ou subidas mais íngremes.

Na pista de testes em Rio Preto da Eva (AM), no meio da Floresta Amazônica, tivemos a oportunidade de ter o primeiro contato dinâmico com a nova motocicleta Honda. Pode-se afirmar, sem dúvida, que os consumidores não sentirão falta da sexta marcha.

Primeiras impressões

Assim como os fãs da Twister, estava ansioso por experimentar a nova CB 300R. Ao montar já se nota que a posição de pilotagem mudou. O piloto fica mais próximo do guidão, que está mais elevado, e o banco mais estreito facilita o encaixe das pernas.

Ao girar a chave, que agora tem o sistema antifurto de outros modelos, o belo painel ganha vida e se percebe o enorme conta-giros ao centro e o pequeno velocímetro digital – ambos claramente inspirados nos da Hornet.

Acordado, o motor mostra vigor e mais força, além de respostas instantâneas ao acelerador. No slalom montado para o teste, a nova CB 300R contornava os cones sem engasgos. Como também fizemos o percurso com a antiga Twister percebemos claramente as mudanças. A aposentada naked tinha dificuldade para manter um funcionamento linear: em segunda marcha o motor pedia mais rotações e, em primeira, gritava demais. Com a nova CB 300R, mais suavidade e um câmbio que permite aproveitar melhor a força do motor.

Em alta velocidade, a potência não faz tanta diferença. Na reta de quase 2 km, o ponteiro analógico da Twister chegava a 140 km/h. Já na nova CB 300R os números digitais cravaram 142 km/h.

Os mesmos freios

As mudanças ciclísticas na CB 300R são poucas e percebidas apenas na prática. Na ficha técnica, o mesmo quadro berço semi-duplo em aço, com garfo telescópico na frente e monoamortecedor atrás. As especificações e o curso do conjunto de suspensão são praticamente os mesmos da Twister: curso de 130 mm na dianteira e agora mais 5 mm na traseira, ou seja, 105 mm de curso. Só ao rodar pela pista de paralelepípedo que se nota que estão mais rígidas, já que as molas internas foram recalibradas. Um ponto negativo é que a balança traseira, antes de alumínio, agora é de aço. 

Outra mudança foi feita no ângulo de cáster (a “inclinação” do garfo dianteiro) ligeiramente mais fechado e também na maior distância entre os eixos – aumentou de 1369 mm para 1402 mm, pouco mais de três centímetros maior. Com isso, a nova CB 300R ganha mais agilidade em mudanças de direção e curvas mais fechadas, e teoricamente mais estabilidade em velocidades mais altas.

Outra decepção ficou por conta do sistema de freios: são exatamente os mesmos da aposentada CBX 250 Twister. Um disco de 276 mm de diâmetro na roda dianteira e o obsoleto tambor na traseira. Sob a alegação de que o tambor oferece facilidade de manutenção, a Honda, na verdade, quis reduzir custos para não ficar muito na frente da concorrência no quesito preço.

Mercado

Disponível nas cores prata, preta, vermelha e dourada, a nova CB 300R vai ter preço público sugerido de R$ 11.490. Porém deve chegar às concessionárias da marca custando R$ 12.300.

A principal concorrente da nova CB300R é a Yamaha YS250 Fazer. Como ainda está sendo vendida em seu modelo 2008 que, apesar de injetada, ainda não atende ao Promot 3, a Fazer 250 tem preço sugerido de R$ 10.477. Porém com motor menor e um desenho mais antigo que a nova CB 300R.

A Honda acredita que até o final do ano sejam comercializadas 50 mil unidades da nova naked CB 300R, mesmo volume de vendas da Twister à época do seu lançamento.    

FICHA TÉCNICA Honda CB 300R

MOTOR Um cilindro, DOHC, 291,6 cm³, 4 tempos, 4 válvulas, arrefecido a ar
POTÊNCIA MÁXIMA 26,53 cv a 7.500 rpm
TORQUE MÁXIMO  2,81 kgf.m a 6.000 rpm
DIÂMETRO X CURSO 79,0 x 59,5 mm
ALIMENTAÇÃO Injeção eletrônica de combustível PGM-FI
RELAÇÃO DE COMPRESSÃO 9,0 : 1
FAROL (ALTO/BAIXO) 60/55W
SISTEMA DE PARTIDA Elétrica
CAPACIDADE DO TANQUE 18 litros (3,0 litros de reserva)
ÓLEO DO MOTOR 2,0 litros  (1,5 litro para troca)
CÂMBIO 5 velocidades
EMBREAGEM Multidisco em banho de óleo
TRANSMISSÃO FINAL por corrente
SUSPENSÃO DIANTEIRA Garfo telescópico com 130 mm de curso
SUSPENSÃO TRASEIRA  Monoamortecida com 105 mm de curso
FREIO DIANTEIRO   Disco simples de 276 mm de diâmetro  com pinça       de pistão duplo
FREIO TRASEIRO A tambor com 130 mm de diâmetro
PNEU DIANTEIRO 110/70 – 17M/C (54H)
PNEU TRASEIRO 140/70 – 17M/C (66H)
CHASSI Berço semiduplo
ALTURA DO ASSENTO 781 mm
ALTURA MÍNIMA DO SOLO 183 mm
DIMENSÕES (C x L x A) 2.085 x 745 x 1.040
ENTRE-EIXOS 1.402 mm
PESO SECO  143 kg
CORES Preta, vermelha, amarela metálica e prata metálica
Preço público sugerido R$ 11.490 

*O jornalista viajou a convite da Honda.

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