As vendas de veículos no varejo (automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motos e implementos rodoviários) retraíram 8,05% comparando o primeiro quadrimestre de 2009 com o do ano anterior, caindo de 1.551.772 para 1.426.863 unidades. De março para abril, o desempenho também foi negativo. Foram emplacadas 368.780 unidades em abril, contra 418.435 unidades em março, numa queda de 11,87%.
“Os resultados podem ser considerados positivos se comparados aos últimos meses de 2008 e início de 2009. Não podemos ter como parâmetro o mês de março de 2009, que já foi analisado como um mês atípico, com consumo aumentado de automóveis em função do temor da não renovação dos incentivos do IPI pelo governo e pelas constantes promoções”, avaliou Sérgio Reze, presidente da Fenabrave - Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores.
Automóveis e comerciais leves
O segmento de automóveis e comerciais leves foi o único a registrar dados positivos nos primeiros quatros meses do ano. Foram negociadas 866.444 unidades no primeiro quadrimestre de 2009, ante 865.329 unidades no mesmo período do ano passado, numa pequena elevação de 0,13%. De março para abril, o segmento também apresentou retração, de 14%, passando de 260.959 unidades para 224.413 unidades.
“As 224 mil unidades comercializadas em abril são significativas. Uma conquista comparada ao que vivemos nos meses de outubro e dezembro”, disse Sérgio Reze, presidente da Fenabrave. Para ele, a soma dos primeiros três meses de 2009 resulta no novo patamar do mercado - uma média de 210 mil carros por mês. A Fenabrave já havia previsto que o mercado se acomodaria em 210 mil a 220 mil unidades e, se isso acontecer, segundo Reze, o acumulado de 2009 poderá ser melhor do que o de 2008. “Ainda que o setor não cresça nada o resultado já terá sido positivo”, avalia o presidente da Fenabrave.
Caminhões e ônibus
As vendas de caminhões no varejo diminuíram de 36.954 unidades para 29.886 comparando os acumulados, num decréscimo de 19,13%. “O segmento de caminhões tem bons produtos, financiamento com juros baixos, prazos para pagamento. O que falta é frete. Os três segmentos que movimentam o setor de transporte – mineração, industrial e agronegócio estão em dificuldade. Além disso, a exportação também retraiu, por isso as vendas de caminhões não deslancharam”, comentou Reze.
No entanto, a queda de março para abril foi menor. O segmento somou 8.643 unidades emplacadas em março, contra 8.382 unidades em abril, retraindo 3,02%. O desempenho do segmento de ônibus também foi negativo. Foram vendidas 7.028 unidades no primeiro quadrimestre de 2009, contra 6.371 em no mesmo período do ano passado, num decréscimo de 9,35%. Comparando março com abril, o setor apresentou queda de 11,39%.
Motos
O segmento de motocicletas registrou decréscimo de 18,55% no acumulado de janeiro a abril de 2009 contra igual período de 2008, passando de 609.736 unidades vendidas para 496.618. De março para abril, as vendas do setor duas rodas caíram de 139.230 unidades para 126.592 unidades. “Não falta crédito ao segmento, mas há dificuldade cadastral do comprador de motocicleta”, disse o presidente da Fenabrave.
Implementos rodoviários
As vendas de implementos rodoviários caíram 23,62% comparando os acumulados de 2009 e de 2008, passando de 16.161 unidades para 12.344 unidades. Outros meios de transportes (carretinhas para transportar jet sky etc.) retraíram 8,23% comparando os mesmos períodos, caindo de 16.564 unidades para 15.200 unidades.
Diante de um cenário favorável, que corresponde à retomada da economia, o ano de 2009 poderá ser encerrado com crescimento médio de 3% para o setor de veículos em geral. No entanto, se o cenário for desfavorável e, portanto, a economia nacional não se recuperar como o governo espera, o setor pode, ao contrário, decrescer iguais 3%, conforme previsões da Fenabrave. “Imaginamos dois cenários possíveis, mas consideramos, também, uma média que igualaria os resultados de 2009 aos obtidos em 2008, o que já será positivo”, conclui Sérgio Reze.
A Fenabrave fará nova coletiva de imprensa no início do mês de julho, quando apresentará o balanço do primeiro semestre e avaliará as perspectivas do setor para o ano. Na oportunidade, já terá sido definida a renovação ou não dos incentivos concedidos pelo governo em relação à redução do IPI. “Só vamos refazer as projeções depois de saber como foi o desempenho do setor no primeiro semestre e após o governo divulgar se irá ou não renovar os incentivos”, finalizou Reze.