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Andamos no Peugeot 207 1.4 Flex

23/03/2009 - 11:07 - Mário Salgado

As grandes reclamações dos proprietários do 206 eram o barulho interno e a falta de força, tanto no motor 1.4 quanto no 1.6 litro. Pelo menos na versão que nos foi enviada pela Peugeot  para teste, a 1.4 Flex XR Sport, foi possível ver que esses problemas acabaram. Nas versões  hatchback e perua (SW), com motorização 1.4 e 1.6 flex, o 207 é primeiro carro da marca  totalmente fabricado no país. O novo 207 é uma evolução do 206, só que com nome europeu. Traz  melhorias na troca de marchas, aceleração e sistema acústico. A Peugeot investiu cerca de R$ 250 milhões no novo projeto.

A linha 207 "tupiniquim" substituiu a gama de modelos 206 em maio de 2008. Na gama hatch, saem de cena as nomenclaturas Allure, Sensation e Presence, e entram as versões correspondentes 1.4 flex XR e XR Sport, com câmbio manual, e 1.6 flex XS, com uma opção de transmissão manual e duas com câmbio automático Tiptronic. O mesmo acontece com a linha SW. No caso da perua, porém, as versões especiais Escapade e Moonlight deixam de ser oferecidas - pelo menos por enquanto, segundo a Peugeot – e a versão 1.6 só estará disponível apenas com câmbio automático. E ainda tem o modelo de 3 volumes, Passion.

Estilo

Além de xará do 207 produzido na Europa, o 207 nacional também herda seu design, o que dá para notar logo de 'cara', literalmente. Sua frente, em todas as configurações, está mais agressiva, graças aos faróis alongados e ampla grade frontal, característica marcante de outro francês familiar no Brasil, o 307. Mas, acredite, o que o 207 menos tem é sangue europeu. Nascido em berço fluminense, na fábrica do Grupo PSA Peugeot Citroën, em Porto Real (RJ), o sucessor do 206 foi totalmente concebido por brasileiros e ganhou banho de nacionalização das peças, das quais 250 são novas e mil foram modificadas.

As linhas arredondadas dão ao "olho de gato" a imponência de um tigre - o bico do capô, agora destacado pelo recorte horizontal, lembra o felino de nariz grande. A tomada de ar, maior que a do 206, ajuda a complementar o jeitão robusto do modelo, e chega sofisticada nas versões 1.6 hatch, perua e sedã (XS, XS Automático e XS Automático com opcionais), com barras na cor metálica. Os faróis de neblina dianteiros, que só não saem de fábrica na versão 1.4 XR (hatch, perua e sedã), ficam nos cantos laterais, seguindo o 206, ao invés de envolverem as linhas de contorno da grade, como acontece no 207 europeu.

Por outro lado, se você estiver atrás de um 207 no trânsito, seja hatch ou perua, dificilmente vai perceber, à primeira vista, que ele não é um 206. Afinal, pouca coisa mudou na traseira. Quer uma dica? Repare bem nas lanternas, pois elas ganharam piscas prateados e outras funções coloridas. O pára-choque também recebeu uma nova barra de proteção, na cor preta, que traz as lanternas de neblina nos cantos laterais, e não mais no centro, em todas as versões. "O design traseiro do 206 que sempre foi o forte do modelo, por isso não quisemos abrir mão", justificou a diretora de Marketing e Planejamento da Peugeot do Brasil, Ana Theresa Borsari, durante a coletiva de imprensa, na época do lançamento.

Nas dimensões, o 207 nacional, nas versões hatch e perua, é menor que o xará europeu e levemente maior que o 206. Já o 207 Passion, o três volumes novato no pedaço, tem 4.235 mm de comprimento, 363 mm maior que o hatch. Ele, aliás, é um capítulo à parte. Apesar de ter visual frontal semelhante às demais configurações, o Passion transmite a sensação de requinte, graças a uma combinação harmoniosa de suas linhas. O desenho da traseira agrada, e tem sua própria identidade, fugindo totalmente do aspecto de outros sedãs da marca, como o 307 Sedan.

Por falar em bancos, o motorista precisa tomar cuidado ao ajustar o encosto para frente ou para trás enquanto dirige: o sistema, que não é giratório e sim por uma alavanca na lateral, como no 206, é brusco e pode colocar o corpo do condutor quase abraçado ao volante. Os comandos para acionar os vidros dianteiros continuam entre os dois bancos da frente, ao lado do freio de mão, assim como o controle elétrico dos retrovisores externos, que é item opcional apenas na versão 207 hatch XR 1.4 flex. Não seria melhor na porta? "Os donos do 206 nunca reclamaram, é uma questão de costume", afirmou o presidente da marca, Laurent Tasté. O painel de instrumentos é inspirado no 207 europeu, com três mostradores arredondados (rotação do motor à esquerda, nível de gasolina e temperatura do motor no centro, e velocidade à direita), de boa visualização. Já o computador de bordo, que vem de série nos modelos com motorização 1.6, na 1.4 flex é apenas um display com horário, calendário e temperatura, está localizado na parte superior do console central, próximo ao pára-brisa - sob a forte luz do sol, no entanto, fica difícil enxergar as informações. Abaixo dele, estão os difusores de ar, como no 206, rádio CD player com leitura de MP3, e ar condicionado, que nas versões topo de linha é digital.

Todos os modelos da linha 207 saem de fábrica com direção hidráulica, brake-light, cintos de segurança dianteiros de três pontos com regulagem de altura, desembaçador de vidro temporizado, lanterna traseira de neblina, limpador do pára-brisa com temporizador, limpador de vidro traseiro, saída de energia 12 volts, vidros elétricos dianteiros, além de maçanetas externas e pára-choques pintados na cor da carroceria. A gama de cores inclui doze opções, com destaque para duas novas tonalidades de cinza (Grafito e Dolomites) e azul, sob encomenda.

Desempenho

Segundo a Peugeot, uma das principais mudanças no 207 seria a arrancada mais dinâmica do veículo, proporcionada pelo novo mapeamento eletrônico do acelerador. No primeiro contato com o hatch 1.4 já foi possível sentir como o acelerador responde rapidamente.

Na estrada, o hatch se manteve estável a 100 km/h, a 3.000 rpm. Ao dirigir o 207 hatch, o motorista sente o carro "na mão", já que o volante é rígido e proporciona segurança durante as curvas. A suspensão também é rígida nos dois modelos, já que recebeu modificações na calibração e novos amortecedores. Não é à toa que, no banco de trás, a sensação do passageiro é a de que o carro está mais duro.

As trocas de marcha são curtas e macias, mas a melhor notícia aos consumidores do 206 é que o câmbio não 'treme' - não mesmo. A partir de agora, o acionamento do câmbio é feito por cabos, o que garante a neutralização das vibrações transmitidas pelo motor. Para diminuir o ruído interno, a Peugeot também aplicou placas de isolamento acústico nas junções das peças, além de forrações e revestimentos isolantes sobre a separação do compartimento do motor e o habitáculo. Apesar de não incomodar, o som do motor ainda é perceptível, mesmo com o rádio ligado.

Ficha técnica 207 Hatch XR Sport 1.4 8V (flex)

Motor/Performance
Motor:  1.4 8V Flex
Alimentação:  Injeção eletrônica multiponto sequencial
Combustível:  Gasolina  Álcool
Potência:  80.0 cv  82.0 cv
Torque:  12.8 kgf.m  12.8 kgf.m
Consumo cidade: 8 km/l, quando abastecido com álcool e 10 km/l, quando abastecido com
gasolina. Sempre andando com ar condicionado ligado. (média feita pelo ShopcarNews)

Mecânica
Câmbio:  Manual de cinco marchas
Tração:  Dianteira
Suspensao Traseira:  Rodas independentes, barras de torção transversais, amortecedores
hidráulicos semi-horizontais e barra estabilizadora
Suspensão Dianteira:  Rodas independentes, pseudo McPherson, molas helicoidais e
amortecedores hidráulicos integrados
Freio Traseiro:  Tambor
Freio Dianteiro:  Disco Sólido
Direção:  Hidráulica
Dimensões
Altura:  1446 mm
Largura:  1669 mm
Comprimento:  3872 mm
Tanque:  50 L
Porta Malas:  245 L
Ocupantes:  5

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