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Com patrocínios e ativações, empresas de games ganham espaço no automobilismo

27/05/2022 - 09:53 - Redação - Foto: Divulgação

A expansão do cenário de games e esports segue cada vez mais rápida e presente no cotidiano das pessoas, e no automobilismo isso não é diferente. Segundo a pesquisa “O mundo dos games”, feita pela Kantar IBOPE Media, 72% da população mundial que usa internet joga videogame. Atualmente, o Brasil é hoje o terceiro país com maior número de gamers no mundo, ficando atrás apenas dos EUA e da China.

No último dia 22, terminou o Six Major Charlotte, campeonato internacional de Rainbow Six Siege promovido pela Ubisoft na Carolina do Norte. Dentre as ativações presentes no primeiro evento mundial com público depois da pandemia, a NASCAR teve um carro exposto customizado com o tema da competição durante os playoffs e a grande final. É a primeira vez que a empresa automobilística firma parceria com a Ubisoft e ela foi facilitada pelo local do evento: Charlotte. A cidade é o lar do Hall da Fama da NASCAR, diversas equipes da Carolina do Norte chamam o estado de “casa”.

“Colaboramos regularmente com propriedades de jogos e criadores de conteúdo para expor nossa marca a novos públicos”, disse Nick Rend, diretor administrativo de jogos e esports da NASCAR, ao Sports Business Journal. “Sendo este o primeiro Six Major do ano e em Charlotte, surgiu uma oportunidade orgânica de mostrar o esporte para um público ao vivo.”

A FURIA Esports, organização de esporte eletrônicos, também viu oportunidade de entrar no mercado do automobilismo com os irmãos Enzo e Pietro Fittipaldi, que foram streamers da equipe em 2021. Além de produzirem livestreams na Twitch.TV - no canal Fittipaldi Brothers, o maior de automobilismo no Brasil e segundo no mundo - ambos são fãs declarados do streamer Alexandre “Gaules”. Enzo chegou a estampar o logo de Gaules em seu carro na F3.
 
“A pandemia acelerou e expôs o que já era fato: a indústria de games é muito poderosa e permeia todos os públicos. A conexão com esportes tradicionais, que era restrita aos games específicos desses esportes, já se expandiu. Esse é mais um exemplo de que os esportes tradicionais passaram a ser plataformas de comunicação, relacionamento e crescimento do negócio, confirmando que os Games já deixaram de ser nicho e se tornaram mainstream”, revela Armênio Neto, especialista em novos negócios do esporte e que, em 2021, foi responsável pelo acordo entre Free Fire e CBF.

E o caminho inverso também é possível. Cem Bolukbasi, piloto turco de 24 anos, foi o primeiro gamer a fazer a transição dos esports para competições em pistas reais. Bolukbasi foi um dos 22 aspirantes à Fórmula 2, categoria de acesso à Fórmula 1.
 
Diferente de seus rivais, o piloto não passou boa parte do seu tempo em pistas reais, mas sim em simuladores de corridas. Hoje, Cem acredita que as equipes de automobilismo ficarão mais atentas aos talentos de competições de esports, e que ele não será o único piloto a participar dessa transição.
 
“Eu acredito 100% que outros pilotos também podem fazer carreira em carros reais a partir dos esports. Posso ser o primeiro, mas tenho certeza que não vou ser o único. Quanto mais essas categorias se aproximarem da vida real e desenvolverem tecnologias de ponta, mais acessível vai ser para que outros pilotos também apareçam nesse caminho”, destaca Bolukbasi em entrevista ao Estadão.

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