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GWM compra fábrica de automóveis da Mercedes-Benz em Iracemápolis

18/08/2021 - 10:11 - Mário Salgado - Fotos: Divulgação GWM

A GWM adquiriu a planta que foi desativada em dezembro de 2020 depois de a alemã encerrar a produção do sedã Classe C e do SUV GLA. A montadora chinesa foi registrada na revista do INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial). Aqui no Brasil, a empresa está registrada como Great Wall Motor Company Limited. Recentemente, várias publicações afirmaram que a GWM produzirá a picape média Série P (foto) por aqui.

Com capacidade para montar 20 mil carros por ano, a fábrica de Iracemápolis foi inaugurada em 2016 e funcionou por apenas quatro anos. O município fica próximo de Campinas, no interior paulista, e está “dentro dos padrões necessários para a produção de carros da GWM”, conforme diz a publicação interna à qual o jornalista Marcelo Ninio teve acesso.

Quem é a Great Wall Motors?

Fundada em 1984, a Great Wall Motors é uma montadora chinesa jovem. Nem “quarentou” ainda. Entretanto, é considerada a maior fabricante de capital privado do país. Sua especialidade são os SUVs e picapes, alguns deles muito populares por lá. Atualmente, a fabricante reúne quatro marcas de veículos: Great Wall, Haval, WEY e ORA.

Nos últimos anos, a Great Wall vem expandindo seus negócios, com planos de se tornar uma montadora global. Em 2013, a GWM comprou a Haval, marca especializada em SUVs e crossovers. Quatro anos depois, em 2017, lançou a WEY, divisão de veículos de luxo. Na sequência, em 2018, criou a ORA/Euler, marca de carros elétricos - trata-se da fabricante que apresentou o Punk Cat, um clone elétrico do VW Fusca.

Marca pode produzir picapes e SUVs

No portfólio da Great Wall há veículos de todos os tipos e tamanhos. Só a marca Haval, especializada em SUVs, possui 16 utilitários disponíveis em seu site oficial. Já a marca-mãe tem cinco modelos de picapes, algumas com tração 4×4 e, portanto, mais voltadas ao off-road. Dessa forma, é certo que a montadora vai apostar em modelos para estes segmentos.

Recentemente, a marca chinesa registrou o SUV Jolion no Brasil, um dos modelos mais novos da Haval. O batismo é uma fusão das iniciais de “Joy Life On”, algo como “alegria de viver”. Entretanto, em chinês, se pronuncia Chulian, que significa “primeiro amor”. Com 4,47 metros de comprimento e 2,70 metros de entre-eixos, o Haval Jolion tem porte similar ao do Jeep Compass e é um dos cotados a ganhar produção em Iracemápolis.

Da mesma maneira, o SUV médio Haval H6 já está patenteado e pode ser outro modelo a ganhar produção nacional. Sua carroceria é um pouco maior, com 4,65 metros de comprimento, e se aproxima de modelos como o Caoa Chery Tiggo 8 e Volkswagen Tiguan Allspace.

Os dois SUVs, por sinal, podem usar o mesmo conjunto mecânico, combinando um motor 1.5 turbo a gasolina com injeção direta, 150 cv de potência e 22,4 kgfm de torque, e uma transmissão de dupla embreagem e sete marchas, com tração dianteira.

Além destes, a picape média Série P é forte candidata a ser feita localmente. O modelo foi registrado há um ano e é peça-chave no plano de globalização da Great Wall. Com ela, a montadora pretende concorrer com a Toyota Hilux e se tornar uma das maiores fabricantes de picapes do mundo, ao lado da GM e da Ford, que dominam a categoria nos EUA.

O que diz a MB?

A Mercedes-Benz vendeu sua fábrica de automóveis premium de Iracemápolis (SP) para a Great Wall Motors, que está adquirindo o terreno de 1,2 milhão de metros quadrados, juntamente com todos os prédios e os equipamentos de produção.

A venda desta fábrica faz parte da estratégia da Mercedes-Benz AG para otimizar sua rede de produção.

Jörg Burzer, Membro do Conselho de Administração da Mercedes-Benz AG, responsável pela Gestão da Cadeia de Produção e Abastecimento: “Com a transformação da Companhia e o realinhamento da capacidade produtiva da nossa rede global de produção, estamos aumentando de forma sustentável a nossa eficiência produtiva. Com a Great Wall Motors, encontramos um comprador que dará à fábrica de Iracemápolis e região uma nova perspectiva para o futuro.”

A empresa confirma também que todos os proprietários de automóveis premium da marca Mercedes-Benz no Brasil continuarão a ser atendidos pelas mais de 50 concessionárias em todo o país.

Apesar da venda da fábrica de Iracemápolis, o Grupo Daimler AG continua comprometido com o Brasil, mantendo forte presença com suas unidades de São Bernardo do Campo (caminhões, chassis de ônibus e agregados) e Campinas (Peças e Serviços ao Cliente, Reman e Global Trainning), em São Paulo; além da planta de Juiz de Fora (cabinas de caminhões), em Minas Gerais.

O Campo de Provas da Mercedes-Benz e o Centro de Testes, que está sendo construído em parceria com a Bosch, ambos em Iracemápolis, também não serão afetados.

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