Com o encerramento do primeiro semestre do ano, a Kelley Blue Book Brasil, empresa especializada na pesquisa de preços de veículos novos e usados, divulga a variação acumulada dos preços de carros novos, seminovos e usados do mercado no período. Com base em dados mensais dos Monitores de Variação de Preços (MVP) da KBB, os preços dos veículos usados, de quatro a dez anos de idade, tiveram reajustes de 13,04% para o período.
O levantamento aponta que, dentro do grupo dos usados, foram os carros “mais velhos” que puxaram as altas de preços ao longo do semestre, acumulando variação de 15,01%, portanto, acima da média do segmento. De qualquer maneira, todos os anos modelos analisados, de 2011 a 2017, tiveram aumentos acima dos 10% no período.
Os números observados no segmento de seminovos, com até três anos de uso, reforçam o momento de valorização que os carros usados vêm passando em 2021. Neste semestre, a variação acumulada dos quatro anos modelos enquadrados nesta categoria foi de 9,75%. O ano modelo 2018 foi o que obteve a maior média de reajuste, de 12,18%.
O comportamento dos preços dos carros usados (incluídos os seminovos) no semestre esteve em linha com o momento aquecido do setor. Segundo a Fenauto, federação dos revendedores, a média diária de vendas de veículos usados (incluindo motos e pesados) do período totalizou 59.037 transações, o que representa um aumento de 7,8% em relação às 54.768 do primeiro semestre de 2019, ano em que não havia crise sanitária no País. Entre janeiro e junho deste ano, já foram comercializados mais de 5,4 milhões de automóveis e comerciais leve usados no Brasil.
No caso dos carros novos, os aumentos monitorados pela KBB mostram que a variação média do semestre foi de 4,28% no acumulado do ano até aqui.
O resultado semestral da variação dos veículos 0 km aponta uma pressão maior dos preços de modelos ainda fabricados pelas montadoras, em comparação com o movimento dos carros novos de estoque. Tal visão é corroborada pelo índice de aumento significativamente acima da média dos modelos 2022, passando dos 7,5% de acréscimo, o que demonstra como os custos de produção ainda impactam os carros novos no mercado.
Enquanto isso, modelos 2021, que foram sendo substituídos ao longo do semestre, e mais desatualizados, como os 2020 e 2019, tiveram seus preços sendo estabilizados durante os primeiros seis meses do ano. A partir de junho, inclusive, tal estagnação de preços acompanha o aparente arrefecimento de demanda dos carros novos (além dos conhecidos obstáculos que a produção vem enfrentando), apontada pela Fenabrave (associação das concessionárias), que registrou queda de -3,31% nas vendas no mês.