No primeiro semestre de 2021, as fabricantes de motocicletas instaladas no PIM (Polo Industrial de Manaus) produziram 568.863 unidades. Segundo dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – Abraciclo, o volume é 45% superior às 392.217 motocicletas produzidas no mesmo período do ano passado. Ainda de acordo com levantamento da Abraciclo, este é o melhor resultado para o semestre, desde 2015 que fechou com 697.540 motocicletas fabricadas.
Em junho, 105.450 motocicletas saíram das linhas instaladas no Polo de Manaus, o que representa alta de 1,6% na comparação com maio (103.792 unidades) e de 35% em relação ao mesmo mês de 2020 (78.130 unidades).
Na avaliação do presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, o setor mantém seu ritmo de recuperação de forma consistente. “Ainda estamos trabalhando para atender a demanda reprimida resultado da pandemia. Todas as unidades fabris trabalham para recuperar parte do atraso registrado no primeiro bimestre devido à crise sanitária enfrentada pela cidade de Manaus”, explica.
Ao analisar o cenário atual, o presidente da Abraciclo afirma que o volume produtivo segue o ritmo esperado pela Associação, mas não descarta a possibilidade revisar para cima a projeção anual nos próximos meses. A perspectiva atual da Abraciclo é de fabricar 1.060.000 motocicletas neste ano.
“Se necessário, isso será feito no segundo semestre. Existem condições favoráveis, mas também uma série de fatores, como o aumento dos juros, do índice de desemprego e da diminuição da renda dos brasileiros, que ainda pode impactar o mercado”, explica Marcos Fermanian. “Além disso, precisamos avaliar se o que temos hoje é uma demanda cíclica, em função da redução da produção, ou se é algo sustentável”, conclui.
Vendas no varejo
No primeiro semestre, os licenciamentos somaram 517.154 unidades, aumento de 47,7% em relação ao mesmo período de 2020 (350.141). As categorias mais emplacadas foram Street (250.131 unidades e 48,4% do mercado), Trail (109.401 unidades e 21,2%) e Motoneta (70.503 unidades e 13,6%).
Em junho, foram emplacadas 106.680 motocicletas, retração de 3,3% na comparação com maio (110.376 unidades). No entanto, esse foi o melhor resultado para o mês desde 2013, que teve 125.046 licenciadas. Na comparação com o junho do ano passado, que teve 45.855 unidades licenciadas, houve aumento de 132,6%. “A entrega de modelos de média e alta cilindrada já está regularizada. Já as motocicletas de baixa cilindrada e scooters ainda têm fila de espera e os consumidores precisam esperar um pouco mais”, diz Fermanian.
Com 48.580 unidades emplacadas e 45,5% de participação no mercado, a Street liderou o ranking das categorias mais vendidas. A vice-liderança ficou com a Trail (24.748 unidades e 23,2% do mercado), seguida pela Motoneta (15.962 unidades e 15%).
A média diária de vendas em junho, que teve 21 dias úteis, foi de 5.080 motocicletas. Em relação a maio que teve o mesmo número de dias úteis, o volume foi de 5.256 motocicletas vendidas/dia, queda de 3,3%. Já na comparação com o mesmo mês do ano passado, que teve 20 dias úteis, foram emplacadas 2.293 motocicletas/dia, alta de 121,6%.
Exportações
No primeiro semestre, foram exportadas 26.260 motocicletas, volume 148,7% superior ao registrado no mesmo período do ano passado (10.558 unidades). De acordo com dados do portal de estatísticas de comércio exterior Comex Stat, que registra os embarques totais de cada mês, analisados pela Abraciclo, a Argentina foi o país que mais recebeu motocicletas produzidas no Brasil, com 8.345 unidades e 30,8% do total exportado. Os Estados Unidos ficaram em segundo lugar (5.838 unidades e 21,6% das exportações), seguido pela Colômbia (5.457 unidades e 20,1%). “Os Estados Unidos se tornaram um mercado cativo, graças aos investimentos das fabricantes nacionais para aperfeiçoar cada vez mais seus processos produtivos e, com isso, elevar os níveis de qualidade e segurança das motocicletas”, afirma o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian.
As exportações em junho somaram 4.409 motocicletas – praticamente o mesmo volume registrado no mês anterior, que foi de 4.410 unidades. Na comparação com o mesmo mês de 2020 (3.071 unidades), a alta foi de 43,6%.
A Argentina foi o principal parceiro comercial com 1.425 motocicletas embarcadas, o que corresponde a 30,7% do volume total exportado. Na sequência do ranking, vieram Colômbia (1.208 unidades e 26% das exportações) e Austrália (616 unidades e 13,3%).