As fabricantes de bicicletas instaladas no Polo Industrial de Manaus produziram 66.760 bicicletas em maio. De acordo com levantamento da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – Abraciclo, esse foi o melhor resultado alcançado este ano: o volume é 30,2% superior às 51.281 unidades que saíram das linhas de montagem em abril e 209,3% maior na comparação com mesmo mês de 2020 (21.587 bicicletas), quando as fábricas foram fortemente impactadas pela pandemia.
Nos cinco primeiros meses do ano, a produção de bicicletas totalizou 288.943 unidades, o que corresponde a uma alta de 42,6% em relação ao mesmo período do ano passado (202.581 unidades).
Na avaliação do vice-presidente do segmento de bicicletas da Abraciclo, Cyro Gazola, os números registrados em maio e no acumulado do ano comprovam a força do setor, que ainda tem capacidade de produzir mais, porém está limitado pelo desabastecimento de peças e componentes. “Hoje ainda não conseguimos atender toda a demanda de bicicletas. Temos a capacidade, mas ainda faltam insumos para abastecer as linhas de produção, já que cerca de 50% das peças são importadas”, comenta. “A questão de insumos é global e atinge não apenas o nosso segmento, mas diversas outras cadeias produtivas em todo o mundo devido os impactos da pandemia”, explica.
O vice-presidente acredita que a normalização do ritmo de produção ainda deve demorar alguns meses. “Todas as associadas da Abraciclo estão se esforçando para suprir o mercado o mais rápido possível e atender ao consumidor”, diz.
Diante desse cenário e levando em consideração a procura pelas bicicletas como instrumento de trabalho e um meio seguro de deslocamento urbano para evitar a aglomeração do transporte público, Gazola acredita que a tendência é de que o mercado continue aquecido. “Nossa expectativa é de fabricar 750.000 unidades, o que representa um aumento de 12,8% em relação ao ano passado”, diz.
Produção por categoria
Com 45.909 unidades e 68,8% do total fabricado, a Moutain Bike (MTB) foi a categoria mais produzida em maio. “A preferência por essa categoria se deve aos recursos tecnológicos como suspensões, maior número de marchas e freios hidráulicos, por exemplo, que permitem usá-la tanto nos centros urbanos como nas trilhas. Essa versatilidade atrai o consumidor brasileiro”, afirma Gazola.
No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, a liderança do ranking também é da MTB (181.839 unidades e 62,9% do total produzido). Em segundo lugar, ficou a Urbana/Lazer (83.276 bicicletas e 28,8% da produção), seguida pela Infanto-Juvenil (17.202 unidades e 6,0%).
Exportações
Em maio, as exportações totalizaram 1.390 unidades. Os dados são do portal Comex Stat, que faz um levantamento dos embarques totais de cada mês, e foram analisados pela Abraciclo. Na comparação com abril, quando foram embarcadas 1.303 bicicletas, houve aumento de 6,7%. Já em relação a maio do ano passado, foi registrada alta de 61,4%. Naquele mês, foram exportadas 861 unidades.
Os principais mercados foram os países do Mercosul. O Paraguai recebeu 1.216 bicicletas, o que corresponde a 87,5% do volume total exportado. O segundo país que mais recebeu bicicletas foi o Uruguai, com 163 unidades embarcadas e 11,7% do total exportado.
No acumulado do ano, foram exportadas 6.058 unidades, aumento de 113,5% em relação ao mesmo período de 2020 (2.838 bicicletas). As posições do ranking mensal foram mantidas: Paraguai (3.560 unidades e 58,8% do total exportado), Uruguai (2.018 unidades e 33,3% das exportações), seguido da Bolívia (438 unidades e 7,2%).
“Tivemos no mês de maio o melhor resultado mensal de 2021 com mais de 66 mil bicicletas produzidas no Polo Industrial de Manaus (PIM). Esse volume é 30,2% superior ao registrado em abril. No acumulado do ano o resultado também foi positivo, com quase 289 mil unidades produzidas”, Cyro Gazola, vice-presidente do segmento de bicicletas da Abraciclo.
Cyro ainda afirma que “a crise global na cadeia de suprimentos ainda afeta a indústria de bicicletas. Se recebermos os insumos para abastecer as linhas de produção, temos capacidade para produzir mais bicicletas e atender à demanda do mercado. No entanto, ainda dependemos de componentes vindos do exterior. Cerca de 50% das peças de uma bicicleta são importadas.”