A Honda anunciou o preço da nova geração da CB 1000R: R$ 58.690. Completamente renovada, a naked, anunciada para o nosso mercado no ano passado, já está em pré-venda e chega ao mercado em março após um hiato de três anos - a antiga CB 1000R foi produzida aqui até 2016, quando saiu de linha em função das regras brasileiras de emissão de poluentes que estavam um passo à frente da Europa.
Com a chegada da nova CB 1000R, resolvemos comparar as duas gerações que, embora tenham o mesmo nome, são bem diferentes entre si. Do design à proposta, a evolução da CB 1000R mostra também um pouco as mudanças do mercado de motos nesses quase 10 anos de diferença entre elas.
Design e proposta
A "antiga" CB 1000R foi lançada no exterior em 2007, quando a tendência na categoria naked eram motos derivadas das superesportivas, mas só chegou aqui em 2011. Chamadas de "streetfighters" (lutadoras de rua), os modelos eram praticamente uma esportiva sem carenagem, mas com o guidão mais alto e um visual radical. E a Honda não fugia à regra.
Já a nova CB 1000R traz um conceito de design completamente novo, chamado de Neo Sports Cafe. Nas palavras do italiano Valerio Aiello, chefe de design da Honda Europa, onde a moto foi desenvolvida, o conceito “procura resgatar as clássicas nakeds da marca, sem ser vintage; e ter bom desempenho, mas sem seguir a receita streetfighter, ou seja, as nakeds derivadas das esportivas”.
Motor
O motor é a única coisa herdada da antiga geração. O propulsor de quatro cilindros em linha, 998 cm³, DOHC, é o mesmo que equipava a antiga geração da CB 1000 R, mas recebeu melhorias. Pistões forjados, taxa de compressão mais alta, válvulas com maior abertura e um corpo de borboleta com 44 mm de diâmetro garantiram mais potência: 141,4 cv a 10.500 rpm, quase 20 cv a mais do que a antiga CB 1000.
Segundo a marca, o torque entre 6.000 e 8.000 giros também cresceu, até atingir o máximo de 10,6 kgf.m a 8.250 rpm. Ou seja, no quesito potência e torque a nova CB 1000R leva vantagem.
O câmbio de seis marchas tem relações mais curtas, o que aumenta a sensação de que a nova naked está mais rápida que a anterior. Outra diferença é a embreagem, que agora é assistida e deslizante.
Tecnologia
O único auxílio eletrônico que a antiga CB 1000R oferecia eram os freios ABS combinados (C-ABS). Já a nova geração traz, além do ABS de dois canais, três modos de pilotagem (mais um personalizável), controle de tração, nível de entrega da potência e até nível do freio motor. Tecnologias que, à época da antiga versão, não estavam disponíveis.
Na prática, a nova CB 1000R pode se comportar de forma pacata como o modelo anterior se o piloto optar pelo modo "standard", mas também pode ser nervosa como uma esportiva no modo "Sport". E ainda com a segurança do controle de tração que evita derrapagens na roda traseira. As maravilhas da tecnologia a serviço da segurança e, por que não, da diversão.
Ciclística
Na parte ciclística, o quadro usa a mesma arquitetura monotrave superior feito em aço com um monobraço traseiro, que deixa a roda à mostra. As suspensões, entretanto, evoluíram. Continua o garfo invertido na dianteira, mas agora são Showa SFF-BF, que oferece ajuste de compressão e retorno no tubo direito, e acerto da pré-carga, no esquerdo. O monoamortecedor traseiro, da mesma marca, também é totalmente ajustável. A antiga "CBzona" tinha a mesma configuração com ajustes, porém com itens mais simples e convencionais. A tecnologia de funções separadas é mais recente e proporciona um amortecimento mais progressivo.
No total, a nova CB 1000R perdeu 12 kg e agora pesa 212 kg em ordem de marcha. Uma receita que não tem como dar errado: mais potência e menos peso.
Nos freios, a nova CB 1000R também leva vantagem. Além do ABS de dois canais, mais moderno, ela conta com pinças de freio radiais da marca Tokico. A geração anterior usava pinças normais da Nissin.
Preço
Claro que com toda a tecnologia extra, que vai dos controles eletrônicos, painel totalmente digital, passando pelas suspensões e freios até a iluminação full-LED, a nova CB 1000R tem um preço mais elevado. Quando saiu de linha, a antiga CB 1000R com C-ABS custava R$ 46.590 - o que à época equivalia a cerca de US$ 13.500.
Já a nova geração, que terá preço sugerido de R$ 58.690, custa o equivalente a US$ 15.600. Um belo aumento que pode ser justificado pelas novas tecnologias. Mas a dúvida é se o consumidor está disposto a pagar por elas. Sem falar que, hoje, a concorrência no segmento também está mais acirrada.