Os veículos de coleção são cada vez mais populares. Somente no Estado de São Paulo existem 28.782 veículos com a placa preta, dentre os quais 1.987 são motocicletas. A diferença entre uma moto com status de antiga ou uma “velha” pode ser a justamente a placa preta. Chamada pelas autoridades de trânsito como Placa de Veículo de Coleção, a placa de fundo preto é um atestado que o veículo está em boas condições e mantém sua originalidade. Para consegui-la é necessário que o veículo atenda diversas exigências e o proprietário tenha paciência e dinheiro.
Os custos para ter a placa preta giram em torno de R$ 1.000 incluindo certificado de originalidade, vistoria, taxas e tributos. Para o colecionador Diego Rosa – que mantém o site www.motosclassicas80.com.br – o valor vale a pena, pois a placa preta valoriza a moto. “A placa preta é, antes de qualquer coisa, uma satisfação pessoal do proprietário, pois a cada ano que se passa, manter um veículo em perfeito estado de conservação é um desafio maior”, completa Diego, proprietário de cinco motos com placas pretas. O colecionador deu dicas valiosas e explica em cinco passos como ter a placa preta na sua moto.
1 - Questão de idade
O primeiro passo é a idade da motocicleta que deve ter, pelo menos, 30 anos de fabricação para ser elegível para a placa de coleção. O que vale é o ano de fabricação que consta no documento e não o ano/modelo.
2 - Tem que ser original
Se a moto tem mais de trinta anos, mas um monte de peças de outros modelos ou adaptações para continuar rodando, não pode receber a placa preta. Além disso, a moto deve estar em boas condições e com todos os equipamentos de segurança em perfeito estado de funcionamento. Aí sim é possível solicitar o Atestado de Originalidade.
3 - Como comprovar a originalidade
Para conseguir o Atestado de Originalidade é necessário ser sócio, pagar uma anuidade ou ter o aval de algum Automóvel Clube que seja filiado a FBVA (Federação Brasileira dos Veículos Antigos), veja a lista no site da entidade www.fbva.com.br. Além disso, o clube deve ser credenciado pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). O custo do atestado varia entre R$ 200 e R$ 600.
4 - Vistoria é fundamental
Feito o contato com o clube é a hora de passar na vistoria. Nesse processo o integrante do clube avalia as condições da moto, o funcionamento dos equipamentos de segurança e também a originalidade das peças. Depois que a moto estiver aprovada você receberá o Certificado de Originalidade.
5 - Encomendar a placa
Após conseguir o Certificado de Originalidade é a hora de reunir outros documentos necessários para o novo emplacamento. A moto deve estar licenciada e não ter débitos como multas, IPVA e DPVAT atrasados. Com os documentos originais da moto, comprovante de residência é preciso também ter o documento de transferência (CRV). Será necessário recolher a taxa de transferência, de R$ 181,34 no Estado de São Paulo, pois é como se a moto estivesse sendo transferida para você mesmo, mas agora com uma nova classificação. Em geral, a placa preta, que custa R$ 97,97, leva cerca de dez dias para ficar pronta.
O fim da placa preta
Com a implantação das novas placas no padrão do Mercosul, prevista para 1º de dezembro, a placa preta estará extinta. Em seu lugar entrará a placa de Colecionador que tem como diferenciação apenas a cor das letras que será, segundo o Denatran, prateada. Entretanto, até lá, a placa preta ou de veículos de coleção ainda está valendo e pode ser solicitada.