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Testamos o lançamento do ano: Novo Gol na versão 1.6 Trend - veja o vídeo

11/09/2008 - 11:09 - Mário Salgado - Redação ShopcarNews / Fotos: Mário Salgado

Lançado a pouco mais de 2 meses, o Novo Gol ainda chama muita atenção por onde passa. Vimos isso de perto, ao ficar uma semana com um modelo 1.6, disponibilizado pela Volkswagen. O carro, que já é um sucesso de público e crítica, faz jus ao ser tido como o lançamento mais aguardado do ano no Brasil.

O carro testado foi um 1.6 Trend, com o pacote completo de opcionais. ABS, duplo airbag dianteiro, som com MP3 e entradas USB e SD com comando no voltante (e que ainda vem com sistema Bluetooth), vidros, travas e retrovisores elétricos, entre outros opcionais ficam esquecidos quando se olha o design e o interior do Gol G5.

Desde seu lançamento, só se fala como o carro se parece cada vez mais com um mini-Tiguan, o SUV compacto que a Volks lançou em Frankfurt em 2007, e que hoje é o mais vendido do segmento na Europa.

Tudo no carro é novo. A base é do Fox, a suspensão do novo Polo e o desenho totalmente novo. Isso é o que dá tanto valor ao lançamento. Nada de reutilizar chassis ou portas. E o resultado ficou agradável aos olhos.

Na capacidade 1.6 litro, o novo motor VHT (sigla de Volkswagen High Torque), que equipa toda a linha 2009 de compactos da marca (Gol, Fox, Polo, e ainda uma versão do Golf), confirmou sua dupla adequação para uso urbano e em estradas. Leve e aerodinâmico, o Gol vira um "canhãozinho" com esse propulsor, agora disposto transversalmente.

Há bom torque disponível já em baixas rotações, o que confere ao carro esperteza para driblar as chateações do tráfego urbano e muita disposição para engolir a estrada numa viagem. Em velocidade de cruzeiro de 120 km/h, com quinta marcha, o VHT provavelmente vai trabalhar numa faixa entre 2.800 e 3.300 giros. O motorista fica com a sensação de que o Gol nem precisa fazer tanta força para agradá-lo. E o carro é bom de retomada; ultrapassagens são realizadas com bastante segurança.

É uma delícia fazer curva com o novo Gol (tudo bem que o nosso carro tinha rodas aro 15 polegadas com pneus esportivos). A suspensão, privilegia a estabilidade, e por isso é um tanto firme -- mas sem exageros, pois não se trata de um carro esportivo. O sistema cumpre a função de segurar o Gol colado ao asfalto, mas também evita que a maior parte das irregularidades do piso incomodem os ocupantes. Claro, se houver saliências demais, o Gol vai quicar.

O trem de força é completado por um câmbio manual de curso curto, com engates muito fáceis; alguns podem até achar que são fáceis (leia-se, moles) demais -- mas é bom poder engatar as 2ª e 4ª marchas usando um único dedo para mover a alavanca. O pedal da embreagem é um pouco alto, mas isso não chega a cansar o motorista.

Por dentro

O novo Gol conseguiu ganhar um ar de premiun, pelo menos na versão topo de linha testada. O problema do voltante ser desalinhado com os pedais, não existe mais. Ajuste de direção em profundidade e altura, regulagem do banco do motorista e mais espaço interno também chamam atenção.

Acomodado, nos vemos cercados de comandos, displays e iluminação de bom gosto -- basta notar que no painel central e nas portas as teclas têm luzes vermelhas. O acabamento cuidadoso, embora com alguns materiais plásticos baratos, chama a atenção. O I-System, que comanda a interatividade do Gol, possui um computador de bordo mais completo que o de muito sedã com preço acima de R$ 70 mil.

Mas lembre-se: estamos a bordo de um carro cheio de opcionais! Desse jeito, é fácil o novo Gol rivalizar até com compactos premium, como o Citroën C3 e o Polo, da própria Volks. A montadora gabou-se de ter aumentado a rigidez da carroceria do Gol e diminuído espaços entre suas partes e também entre as peças do acabamento. E disso não podemos duvidar: dentro do carro tem-se a impressão de estar numa espécie de cápsula inteiriça, sem emendas ou encaixes.

Nem tudo é perfeito

Alguns equipamentos são mal-resolvidos. Faltam porta-objetos, mesmo num exemplar fortemente equipado como o que testamos. E retornamos a esse aspecto, que para nós é um ponto fraco: custa caro ter um novo Gol com um leque interessante de itens de segurança, como airbags e antitravamento nos freios, e mimos, como ar-condicionado e bom conjunto de luzes internas até para os espelhinhos dos pára-sóis. Mas no quesito consumo, o Gol deu de goleada (desculpem pelo trocadilho). Já que o carro estava com quase 3 mil quilometros rodados, as médias foram melhores de quem testou o modelo antes. Em trecho urbano, abastecido com gasolina, que o deixa com 101 cavalos de potência (no álcool ele fica com 104 cv), o consumo foi de 10 km/l, algo muito bom para um 1.6l. Em trecho de estrada, com o mesmo combustível, ele fez 15 km/l.

Concorrência dentro de casa

É indiscutível que o novo Gol com motor 1.6 é um belo carro. Design, tecnologia e comportamento dinâmico o colocam à frente da concorrência, em alguns casos a anos-luz de distância. Não há risco de ter sua liderança ameaçada por qualquer outro modelo. E, se é óbvio que a Volks não rasga dinheiro e deve ter estudos e estratégias prontos sobre o tema, a nosso ver o novo Gol inutiliza o Fox (ao menos conceitualmente) e pode roubar compradores do Polo. Este ainda é o carro compacto "world class" da marca, mas uma diferença de alguns milhares de reais em favor do novo Gol pode fazê-lo sangrar. São sinais claros, aliás, que ambos -- Fox e Polo -- devem ganhar cara nova em breve.

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