Com mudanças pequenas de estilo e na lista de equipamentos, a Ford lança a linha Fiesta 2018, que chega às concessionárias em dezembro com preço inicial de R$ 56.690. A renovação dará algum fôlego ao hatch para competir com os recém-lançados Fiat Argo e Volkswagen Polo, os veteranos Citroën C3, Peugeot 208 e em certa medida com Honda Fit e Hyundai HB20. O Fiesta é montado na fábrica da Ford em São Bernardo do Campo, assim como os caminhões. Ainda bastante afetada pela recessão, a unidade opera em apenas um turno. Em três dias da semana são montados os veículos comerciais e em outros dois, o Fiesta.
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“Estamos nos adequando ao momento atual para nos mantermos competitivos com preço, posicionamento de mercado e pontos de venda”, afirma o gerente geral de marketing, Maurício Greco. As vendas do Fiesta foram bastante afetas com a crise. Caíram das 40 mil unidades emplacadas em 2015 para 17 mil em 2016. O volume total de 2017 será bastante parecido com este.
Mais triste ainda é o cenário para a versão sedã, fabricada no México. Ela teve a importação retomada, mas a soma das unidades 2016 e 2017 não atinge 200 unidades licenciadas no acumulado até outubro. Greco não foi categórico, mas admitiu a possibilidade de não trazer mais o carro e tratou a questão como “parte do ciclo de vida natural do produto”. Sedãs com este foram atingidos não só pela crise, mas também pela migração de seus consumidores para os SUVs.
Como ficou o hatch 2018
A mudança mais fácil de notar aplicada pela Ford está na grade dianteira, em que a colmeia recebeu pequenos pontos cujo acabamento muda conforme a versão. São prata para SE e SEL, pretos brilhantes no pacote opcional Style e cromados no Titanium. Os para-choques dianteiro e traseiro também estão diferentes.
A Ford adotou ainda novos bancos, reposicionando os encostos de cabeça, e recalibrou os amortecedores, o que melhorou as respostas da direção e o conforto quando o carro passa por lombadas. A carroceria foi reforçada com aços de alta resistência na coluna central para aumentar a proteção dos ocupantes em impactos laterais.
Há também uma nova câmera de ré para a versão topo de linha. O motor 1.6 Sigma agora produz até 128 cavalos com etanol (3 cv a mais). Com gasolina são 125 cv. O motor 1.0 Ecoboost manteve os 125 cavalos e passa a ser oferecido dentro de um pacote de opcionais da versão SEL.
Apesar de os novos concorrentes Argo e Polo terem opções de entrada com motor 1.0, a Ford preferiu manter o Fiesta num patamar acima e deixar esse mercado para o Ka: “Tínhamos de evitar a canibalização. O maior prejudicado seria o Fiesta se isso ocorresse”, admite o gerente de marketing Fernando Pfeiffer.
As versões automáticas do Fiesta mantiveram a transmissão Powershift de dupla embreagem e seis marchas, que, segundo a Ford, recebeu mudanças por causa das queixas frequentes e problemas relatados também fora do Brasil. “Estamos fazendo melhorias desde 2015 e já alteramos o material de atrito da embreagem, os retentores e o módulo de controle da transmissão”, afirma o engenheiro-chefe de powertrain, Volker Heumann. No novo EcoSport essa caixa foi substituída por outra automática convencional, com conversor de torque.
Mercados vizinhos
A pequena renovação é um motivo a mais para ampliar as exportações do Fiesta, que já é vendido na Argentina, Uruguai, Paraguai, Peru, Bolívia e Chile. Com a ajuda desses mercados a Ford superou a marca de 250 mil unidades produzidas em São Bernardo do Campo desde a nacionalização desse modelo, em 2013.
Oferta ainda em três versões
Na linha 2018, desde a opção SE 1.5, de R$ 56.690, o Fiesta passa a trazer como itens de série a central multimídia Sync 1 com assistência de emergência (que gera uma chamada ao Samu em caso de batida com disparo de airbags), sensores de estacionamento traseiros e faróis de neblina.
Direção elétrica, ar-condicionado, travas, retrovisores e vidros dianteiros elétricos, alarme, computador de bordo e conta-giros também fazem parte da versão de entrada, assim como ajuste de altura do banco do motorista, regulagem de altura e profundidade da coluna de direção, banco traseiro bipartido (60/40), tomada de 12 volts no console e chave canivete.
O pacote opcional Style eleva o preço do SE para R$ 59.590 e acrescenta rodas de liga leve de 16 polegadas e acabamento preto brilhante na grade dianteira, nos retrovisores e na moldura dos faróis de neblina.
A versão SE Plus 1.6 sobe para R$ 62.390 porque recebe transmissão automática Powershift, central multimídia Sync 3 com tela de 6,5 polegadas, controles de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa e vidros traseiros com acionamento elétrico.
O Fiesta SEL 1.6 começa em R$ 61.090. Tem ar-condicionado digital, rodas de liga leve de 15 polegadas, central Sync 3 com tela de 6,5 polegadas, controles de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa e vidros elétricos traseiros. A transmissão de série é manual, mas há a opção Powershift por R$ 65.390.
Entre as mudanças feitas pela Ford na linha 2018 está a oferta do motor 1.0 Ecoboost (equipado com turbo e injeção direta de gasolina) agora apenas no Fiesta SEL. O carro tem preço sugerido de R$ 69.790, também recebe o câmbio Powershift, todos os equipamentos anteriores mais o pacote Style (aquele formado por rodas de liga leve aro 16 e vários detalhes com acabamento preto brilhante).
O New Fiesta Titanium 1.6 sai por R$ 71.790. Traz câmbio Powershift, rodas de liga leve de 16 polegadas, sistema de navegação, câmera de ré, bancos de couro e tecido, faróis com luzes diurnas de LED e lanternas traseiras parcialmente em LED. Com o pacote Plus ele sobe para R$ 75.190 e oferece bancos de couro, sete airbags, partida por botão, chave presencial, acendimento automático dos faróis, sensor de chuva e retrovisor interno com escurecimento automático.
Nota "A" no selo do Inmetro
O Fiesta recebe nota A no selo de eficiência energética do Inmetro. Na cidade, o 1.6 manual faz 8,2 km/l com etanol e 12 km/l com gasolina. Na estrada esses números passam a 10 km/l (e) e 14,6 km/l (g).
O 1.6 automático percorre 7,8 km/l com etanol e 11,2 km/l com gasolina em uso urbano. Em rodovia são 10,3 km/l (e) e 14,9 km/l (g). Movido apenas a gasolina, o 1.0 Ecoboost faz 12,1 km/l na cidade e 14,9 km/l na estrada.
No começo de 2018 a Ford passará a produzir em Taubaté o novo motor 1.5 de três cilindros (veja aqui) fabricado na Índia que já equipa o EcoSport; o Fiesta deve ser o próximo a recebê-lo.
Bem acertado
O Fiesta já era um carro muito agradável de dirigir e as pequenas mudanças em bancos e amortecedores reforçaram essas características. Tem boas acelerações ou retomadas de velocidade e transmite muita segurança em curvas. Ele está entre aqueles hatches que privilegiam o conforto no banco de trás em detrimento do espaço no porta-malas, que leva 281 litros. Como comparação, os novos Polo, Argo e o já veterano HB20 comportam 300 l. Mas também é verdade que o Chevrolet Onix, carro mais vendido do Brasil, carrega 280 l de bagagem, um a menos que o Fiesta.