Enquanto o mercado de veículos leves começa a dar sinais de crescimento, o segmento de duas rodas amarga quedas consecutivas. O cenário desanimador persiste desde 2012. A Abraciclo, associação que reúne os fabricantes de motos, refez as contas e projetou para baixo a previsão de produção e vendas de motos para 2017. Serão licenciadas apenas 860.000 unidades este ano – praticamente o mesmo patamar de 2004, com 878.110 motos. Mas no meio de tantos números negativos duas categorias apresentam resultados acima da média: scooters e nakeds.
Veículo pensado para dar maior mobilidade, principalmente nos grandes centros, o scooter apresentou bons números nos primeiros nove meses deste ano. Entre janeiro e setembro foram comercializados 42.864 unidades, contra 26.408 em 2016. Um incremento de 62,3%. “O scooter conseguiu atrair o motorista que não quer mais enfrentar o trânsito caótico das metrópoles. Além disso, este tipo de veículo é mais amigável e seguro se comparado com as motos. Conta com escudo frontal e plataforma que protege os pés do piloto”, avalia Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo.
Só em setembro de 2017 foram emplacadas 6.278 unidades. Para comparar, em setembro de 2016 haviam sido licenciados 2.568 scooters, o que representa crescimento 144,5%.
Pior resultado
Outra categoria de motos que apresenta bom desempenho este ano é a naked. É formada por modelos entre compactas premium, médias e de alta capacidade cúbica. Em 2017, de janeiro a setembro, já foram comercializadas 13.886 unidades deste tipo de moto. Crescimento de 6,7% em relação ao mesmo período do ano passado, que emplacou 13.019 motos.
O segmento que mais sofre com a crise é o de motos de entrada, as populares street de até 160cc e que representa a maior fatia do setor. Segundo dados da Abraciclo, de janeiro a setembro foram vendidas no atacado 310.535 unidades, contra 381.272 motos no mesmo período do ano passado. Queda de 18,6%, que representa menos 70.737 unidades nas ruas.
Previsão e exportação
Em virtude deste quadro, a entidade e suas associadas foram obrigadas a rever suas projeções de produção para baixo. Este ano a produção ficará na casa das 885.000, unidades (- 0,3%). Já as vendas no atacado – da fábrica para os concessionários – cairão para 813.000 (-5,4%). As vendas no varejo – das revendas para o consumidor final – devem atingir apenas 860.000 motos (-4,4%).
Fora da curva, as exportações devem apresentar crescimento de 35,5% em 2017 e encerrar o ano com volume de 80.000 motos vendidas para Argentina, Colômbia e Estados Unidos, nossos principais mercados consumidores.