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Com novo Polo, Volkswagen amplia uso da MQB no Brasil

31/07/2017 - 15:24 - Automotive Business - Fotos: Divulgação Volkswagen

A chegada do novo Volkswagen Polo ao mercado brasileiro, prevista para novembro próximo, amplia o uso da plataforma modular do Grupo VW MQB no País e traz evolução tecnológica à antiga fábrica Anchieta, a primeira da empresa fora da Alemanha, inaugurada no fim dos anos 50 em São Bernardo do Campo (SP). Apresentada em 2012, a MQB (sigla em alemão para Matriz Modular Transversal) hoje é utilizada por mais de 20 modelos de quatro marcas do grupo: Audi, Skoda, Seat e a própria VW. No Brasil, o Polo será o terceiro a usar a base, já aplicada no Golf 7 e Audi A3 Sedan produzidos em São José dos Pinhais (PR). 

Na planta Anchieta, além do novo Polo, também já está certa a construção sobre a plataforma MQB compacta do sedã derivado Virtus, a ser lançado no início de 2018. Com a nova base modular, é possível produzir carros mais modernos, com inclusão de powertrain mais eficiente e diversos sistemas eletrônicos para aumentar segurança, conforto e conectividade a bordo. Esta semana a Volkswagen revelou que boa parte desses sistemas já utilizados na Europa também chegarão ao Brasil embarcados no Polo. 

O novo hatch deverá usar dois motores, 1.0 de três cilindros e 1.4 de quatro, ambos turbinados e com injeção direta de combustível, que poderão ser acoplados a câmbio manual ou automático de seis marchas. É, portanto, a mesma motorização do Golf – por isso e por causa das dimensões parecidas muitos já chamam o novo Polo e “pequeno Golf”. 

Usando o motor 1.0 TSI tricilíndrico de 128 cavalos, o novo Polo vai inaugurar a sigla “200 TSI” colada na tampa traseira, para destacar o torque de 200 Nm do propulsor, o maior do segmento disponível no País. 

Mais segurança e conforto

Com a plataforma modular MQB, a Volkswagen informa que vários sistemas de assistência e infoentretenimento passarão a ser oferecidos, em linha com o modelo a ser lançado na Europa em setembro. Entre eles a montadora destaca o sistema de frenagem automática pós-colisão, que aciona os freios quando o veículo se envolve em uma batida detectada pelos sensores dos airbags, para reduzir a energia cinética residual e mitigar danos. 

Outro destaque será o painel de instrumentos totalmente digital, em uma tela TFT de 10,25 polegadas: o novo Polo é o primeiro Volkswagen a trazer a segunda geração do Active Info Display, em que o cluster é configurável, podendo mostrar o mapa de navegação em 2D ou 3D, além de velocímetro, conta-giros e diversas outras informações do veículo. A montadora não informou, contudo, se o painel digital será de série em todas as versões do Polo ou apenas nas mais caras, como costuma acontecer por aqui. Alguns modelos Audi já estrearam o mesmo sistema no País. 

No centro do painel o Polo poderá ter outra tela de 8 polegadas, sensível ao toque e com aparência de smartphone, que integra os comandos e informações do sistema multimídia de infoentretenimento Discover Media, com duas entradas USB com capacidade de 2 amperes. O sistema também entende comandos de voz, pode ser operado por meio dos botões do volante multifuncional e “conversa” com smartphones por meio de aplicativo próprio da VW, o App-Connect, já conhecido do novo Up! e outros modelos da marca.

Entre os recursos de segurança também está o detector de fadiga, que analisa a forma como o motorista dirige e compara com os 15 primeiros minutos de direção. Caso detecte desvio no comportamento ao volante, o equipamento emite um alerta, sugerindo uma parada para descansar e tomar um café. 

O chassi sobre a MQB usa direção com assistência elétrica, que além de garantir mais conforto e precisão, demanda menos energia do motor em comparação com a assistência hidráulica, o que representa redução no consumo de combustível de até 3%. 

O sistema de freios ABS integra também controle de tração e outros recursos de segurança, como o EBD (distribuição eletrônica das forças de frenagem) e ESS (Emergency Stop Signal ou Sinal de Frenagem de Emergência). A Volkswagen também oferecerá o Polo com Controle eletrônico de estabilidade (ESC), assistência de partida em rampa (HHC) que em aclives acima de 5% mantém o veículo freado por até 2 segundos após o motorista aliviar o pedal do freio, assistência de frenagem de emergência (HBA) que aumenta a pressão aplicada no pedal, bloqueio eletrônico do diferencial (EDS) que em situação de baixa tração em uma das rodas motrizes aciona o freio da roda com menor tração para transferir o torque para a com maior tração, proporcionando assim melhor eficiência à saída do veículo. 

O novo Polo ainda terá sistema de limpeza automática dos discos de freio e será calçado com pneus verdes, de baixa resistência ao rolamento, além de monitoramento da pressão, que ajuda a reduzir o consumo de combustível. 

Estratégia MQB de produção

A plataforma MQB é, antes de tudo, uma estratégia de produção modular utilizada pelo Grupo VW para ampliar a flexibilidade de suas linhas de montagem e reduzir custos de desenvolvimento. Entre os principais objetivos está a padronização do processo de manufatura, estabelecendo uma mesma sequência de montagem para diversos modelos, reduzindo o tempo de produção dos veículos. 

A MQB permite ainda a padronização e comunização de peças e sistemas dos veículos produzidos sobre a plataforma modular. Dessa forma, ela expande inovações para um maior número de modelos, com o intercâmbio de tecnologias entre todas as classes de automóveis, ao mesmo tempo em que reduz a complexidade da produção, gerando economia de escala. 

A MQB tem como base quatro principais módulos padronizados: elétrico/eletrônico; powertrain; chassi e carroceria; ar-condicionado, bancos e airbags. A plataforma usa algumas dimensões fixas – por exemplo, a distância entre os pedais do veículo (acelerador, freio) e o centro da roda dianteira –, mas também oferece parâmetros variáveis para poder ser utilizada por diversos modelos, entre eles a distância entre eixos e as bitolas e os tamanhos das rodas.

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