As superesportivas exercem um fascínio inegável sobre os motociclistas e até mesmo sobre quem nem pilota uma moto. Seus motores potentes, o visual de moto “de corrida” e o ronco do escapamento em alto giro fazem o coração de muitos bater mais rápido. Bem mais rápido! Afinal, hoje as esportivas têm cerca de 200cv - praticamente 30% a mais de potência do que tinham há uma década.
Para ajudar a domar toda essa cavalaria, as fábricas investem cada vez mais em tecnologia. As esportivas não são apenas as motos mais velozes, são também as mais avançadas quando se fala em tecnologia e eletrônica embarcada.
De um simples botão que restringia a potência da Suzuki GSX-R 1000 no início dos anos 2000, os controles eletrônicos evoluíram para sensores de inércia em seis eixos, sistema anti-wheeling, controle de tração, de derrapagem, suspensões semi-ativas...Uma infinidade de sistemas que, além de torná-las mais seguras, ajudam os motociclistas “mortais” a domar essas máquinas.
Pensando nisso, resolvemos fazer uma lista com as superesportivas top de linha à venda no Brasil. E também com algumas novidades que devem chegar ao nosso mercado ainda neste ano. Confira!
Ducati 1299 Panigale S
Além de figurar entre as mais belas superesportivas atuais, a Ducati 1299 Panigale S tem uma ficha técnica de dar inveja às concorrentes. Potência de sobra, peso de menos e o desempenho de uma moto de corrida, mas que pode rodar nas ruas. Confira os destaques dessa italiana sangue quente.
Motor – Batizado de Superquadro, o propulsor da Panigale 1299 tem dois cilindros em “L” (um V2 a 90°) com 1.285 cm³ de capacidade. Capaz de produzir 207 cv de potência máxima a 10.500 rpm é a mais potente dessa lista. Mas a arquitetura “L2” e o comando desmodrômico conferem a esse motor um comportamento diferente dos quatro cilindros em linha que equipam a maioria das motos japonesas.
Ciclística – Outro ponto forte da fábrica italiana é sua ciclística precisa e o baixo peso – 190,5 kg em ordem de marcha –, o menor da lista. Fruto do quadro monocoque em alumínio e do belo monobraço traseiro. Freios dignos de motos de pista também fazem parte do pacote.
Eletrônica – A Ducati não economizou em tecnologia na versão “S”: além de modos de pilotagem, sensor de medição inercial (o tal IMU) em seis eixos, controle de tração, anti-wheeling, sistema que evita que a roda traseira levante em frenagens mais fortes e ABS otimizado para curvas, o modelo conta com suspensão semi-ativa Öhlins Smart EC, que ajusta o conjunto eletronicamente de acordo com o piso. E não podia faltar o quick shift, que permite subir ou reduzir marchas no câmbio de seis velocidades sem o uso da embreagem.
Preço - R$ 92.500
BMW S 1000RR
Em sua terceira geração, lançada em 2015, a superesportiva alemã seguiu uma receita infalível para ser mais rápida: ficou mais leve e potente. Embora tenha um desenho controverso, ou seja, que agrada uns mais causa repulsa em outros, a S 1000 RR é uma das mais dóceis e controláveis do segmento no melhor estilo germânico. Conheça em detalhes esse foguete bávaro.
Motor – O motor tetracilíndrico de 999 cm³ passou por diversas mudanças internas, que o deixaram mais potente – 199 cv a 13.500 rpm – e com uma curva de torque mais plana, facilitando assim a pilotagem “civilizada”. Aliás, esse é um dos diferenciais da S 1000RR: além de ser rápida na pista é também amigável para rodar em ruas e estradas.
Ciclística – O tal regime fez que a mais recente geração do modelo perdesse 4 kg: agora ela pesa 204 kg em ordem de marcha. A estrutura do quadro de dupla trave em alumínio foi redesenhada para oferecer equilíbrio entre rigidez e flexibilidade.
Eletrônica – Com uma das interfaces mais amigáveis entre as esportivas, a S 1000 RR também oferece uma infinidade de controles eletrônicos. Destaque para o moderno sistema Dynamic Damping Control (DDC), praticamente uma suspensão ativa, que se adapta ao piso. Mas você pode confiar nos cinco modos de pilotagem: cada um altera desde a resposta do acelerador, potência do motor, a atuação do ABS, controle de tração e até os parâmetros da suspensão.
Preço – R$ 75.900
Yamaha YZF-R1M
Versão topo de linha da famosa superesportiva da Yamaha, renovada em 2015, a R1M traz peças em fibra de carbono na carenagem e um visual muito semelhante à M1 de Valentino Rossi na MotoGP. Importada, é vendida sob encomenda e traz como principal diferencial um sistema de telemetria por GPS integrado à moto. Conheça.
Motor – O motor de quatro cilindros e 998 cm³, mais compacto, foi completamente reformulado: do curso e diâmetro dos pistões, bielas fraturadas e até o cabeçote. Mas ainda utiliza o virabrequim crossplane e seu intervalo de ignição desigual (270°-180°-90°-180°), que proporciona um controle maior sobre o torque transmitido à roda traseira. A alimentação foi aprimorada para produzir 200 cavalos de potência máxima a 13.500 rpm.
Ciclística – Bastante leve também, com 199 kg em ordem de marcha, e uma curta distância entre-eixos (1.405 mm), a R1M parece ser uma 600cc, apesar de seu motor de 1.000 cc. Estreita e com uma posição bem Racing, a R1M tem freios sensacionais e unificados.
Eletrônica – Foi a primeira moto de rua a sair de fábrica com a tal Unidade de Medição Inercial (Inertial Measurement Unit, ou “IMU”) de seis eixos. Com isso, controle de tração, modos de pilotagem e os freios ABS atuam de forma mais precisa. Na R1M, soma-se a toda essa tecnologia o conjunto Öhlins Electronic Racing Suspension (ERS), e também a central de comunicação e a antena GPS para permitir a telemetria e até mesmo ajustes por meio de aplicativos móveis.
Preço – R$ 169.990 (venda somente sob encomenda)
Kawasaki Ninja ZX-10R
Renovada em 2016, a Kawasaki Ninja é praticamente sinônimo de moto esportiva. E a versão de 1.000cc, a ZX-10R, é a atual bicampeã mundial de Superbike (2015/16). A marca japonesa trouxe para as ruas as mudanças que fizeram da Ninja ZX-10R a moto mais rápida no grid da Superbike. Conheça as novidades.
Motor – O motor de quatro cilindros, 998 cm³, sofreu diversas alterações, entre elas novos comandos de válvulas, e um virabrequim mais leve, que reduz em cerca de 20% a força inercial, melhorando assim a aceleração do motor e também a agilidade da nova ZX-10R. A potência de 200 cv a 13.000 rpm não foi alterada, mas na prática o propulsor cresce de giros mais rapidamente até a sua potência máxima.
Ciclística – Apesar de ser a mais pesada da lista com 206 kg em ordem de marcha, a maneabilidade da Ninja ZX-10R se beneficia da menor inércia do motor, mas o quadro em alumínio foi redesenhado e a balança traseira, alongada. Com isso, as mudanças de direção são mais rápidas e as entradas de curvas mais precisas. Os discos maiores de 330 mm e as pinças de freio Brembo M50 melhoraram o poder de frenagem.
Eletrônica – O controle de tração, desenvolvido pela Kawasaki, agora incorpora a unidade inercial da Bosch (IMU), assim como sua moderna rival, a Yamaha R1 e oferece cinco níveis de ajuste. Há ainda três modos de entrega de potência, freios ABS, ajuste do freio motor, controle de largada e quick shift, mas apenas para subir as marchas.
Preço – R$ 72.990
Honda e Suzuki entram no páreo
As outras grandes fábricas japonesas ainda não aparecem nesta lista, mas certamente estarão em uma futura. Honda e Suzuki apresentaram no final de 2016 as novas versões de suas esportivas de 1.000cc. A Honda finalmente adotou controles eletrônicos em sua nova CBR 1000RR e também atualizou o desenho e aprimorou o motor, que terá 191 cv e apenas 195 kg em ordem de marcha. A Suzuki também apostou na eletrônica, mas a novidade mais aguardada da GSX-R 1000 2017 é seu novo motor com comando de válvulas variável, como as motos da marca na MotoGP. A Honda prometeu a nova CBR 1000RR para o Salão Duas Rodas, que acontece em novembro deste ano na cidade de São Paulo. Já a Suzuki ainda não tem definição do lançamento da nova GSX-R 1000 no mercado brasileiro.