As fábricas de motocicletas no Brasil devem produzir apenas 890.000 unidades em 2016, segundo a Abraciclo, associação do setor. Uma queda de quase 21% se comparado aos números de 2015, quando a produção atingiu 1.120.000 unidades. Mas o cenário torna-se ainda mais preocupante ao constatarmos que o resultado obtido é semelhante a 2002, quando foram produzidas pouco mais de 800 mil unidades.
“A produção de motocicletas em 2016 voltou aos patamares de 2002, demandando ajustes na estrutura de toda a cadeia produtiva, fornecedores, fabricantes e concessionárias”, observou o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian.
As razões para o resultado catastrófico foram a falta de crédito e o temor do consumidor da classe C, uma das mais atingidas pelo desemprego, com o futuro. “Ninguém compra ou adquire um financiamento, se não tiver certeza que honrará seu compromisso, o medo do desemprego assusta esse consumidor que posterga a compra da moto nova”, afirmou Fermanian.
Os números mostram que as motos de até 160 cc – modelos de entrada e que se destinam aos consumidores de baixa renda, tiveram a maior queda de vendas: 26,7% em relação ao ano passado.
Previsões
Para 2017 os executivos da Abraciclo estão cautelosos e projetam um leve aumento de produção para 910 mil unidades, das quais 93 mil motocicletas deverão ser exportadas. “Apostamos que teremos melhores resultados em relação à exportação” informou o presidente.
Já o mercado interno deverá se manter em baixa. A entidade prevê uma baixa de 1,1% nas vendas internas que, neste ano foi de 900.000 unidades e deverá ser de somente 890.000 no próximo ano, de acordo com a entidade.