A Ford alcançou em junho o nível zero de envio de resíduos de sua fábrica de São Bernardo do Campo ao aterro sanitário da região. A unidade do ABC Paulista se une à de Taubaté, no interior do estado, que já havia atingido este patamar no início deste ano. Por sua vez, a planta de Camaçari (BA) continua inserida neste conceito ambiental.
Segundo o diretor de operações da Ford na América do Sul, Félix Guillen, esta etapa faz parte do plano global da montadora de se tornar um modelo de práticas sustentáveis. O resultado foi alcançado a partir de diversas ações implementadas em várias áreas da empresa, incluindo campanhas de conscientização. “Foi um árduo trabalho de educação e de envolvimento de toda a fábrica, incluindo os empregados das áreas de produção e administrativas. Este marco representa muito para a Ford e mais que isso, é uma conquista do planeta”, disse.
Em várias áreas, incluindo as administrativas, os empregados são incentivados a realizar a separação adequada de resíduos como papel, garrafas, copos plásticos e embalagens em geral. Foram criadas as chamadas ilhas de reciclagem, distribuídas pelos setores de produção e escritórios. “Um dos objetivos dessa iniciativa foi eliminar os cestos de lixo individuais, debaixo das mesas, que inviabilizam a segregação e reciclagem adequada dos diferentes resíduos. Outro fator positivo é a economia de sacos de lixo”, diz Edmir Mesz, supervisor de sustentabilidade da Ford de São Bernardo.
Entre as ações introduzidas na empresa, estão coleta seletiva, com segregação dos resíduos e destinação ambientalmente correta de cada um. Atualmente, cada resíduo gerado na fábrica passa por um tratamento diferente, conforme as suas características, como folhas secas e restos de jardinagem são separados e usados no processo compostagem, que gera em média 4 toneladas/mês. Resíduos gerados nos restaurantes, como cascas de ovos, frutas e restos de frutas ácidas, têm o mesmo destino.
A sílica (saquinhos de mineral), que serve como proteção na embalagem de peças e equipamentos, é misturada na argamassa usada em obras civis na fábrica: o material ajuda a eliminar a umidade e já foram aproveitadas cerca de 7 toneladas do composto. Já os pallets de madeira são encaminhados para reaproveitamento, com um volume médio mensal de 2 toneladas. As madeiras inservíveis são transformadas em cavacos para queima em fornos de cerâmica, com volume médio mensal de 84 toneladas.
Papelão e isopor são encaminhados a empresas especializadas e transformados em cabides, molduras, porta-retratos ou rodapés. Essa reciclagem envolve mensalmente cerca de 70 toneladas de papelão e 150 quilos de isopor. Latas de alumínio, garrafas PET e embalagens plásticas são separadas internamente e doadas a uma cooperativa de recicláveis da cidade. Nos últimos quatro anos, quase 110 toneladas de copos plásticos foram enviadas para reciclagem: são cerca de 3 toneladas por mês que são transformadas em vários produtos, como sacolas plásticas.
A cidade de São Bernardo do Campo envia diariamente cerca de 700 toneladas de resíduos domiciliares para aterro. No Brasil, cada pessoa produz em média, cerca de 1 kg de lixo por dia.