Há pouco mais de 40 anos, fabricava-se a primeira motocicleta no Brasil: a pequena Yamaha RD 50 lançada em 1974 já alardeava seu bom desempenho e a economia de combustível. De lá para cá, a indústria de duas rodas no País só cresceu, tanto em volume – em 2015 foram produzidas 1.262.000 unidades – como em tamanho – hoje as diversas fábricas produzem desde pequenas motonetas de 100cc até modernas superesportivas de 1.300 cc e 200 cavalos de potência.
Hoje, 27 de julho, é celebrado o Dia do Motociclista. Atualmente, no Brasil há cerca de 27 milhões de pessoas habilitadas na categoria “A” para motos. Uma verdadeira nação sobre duas rodas. A frota circulante já ultrapassa as 24 milhões de unidades, o que representa 26,80% dos veículos registrados no País. O número também mostra que existe uma moto para cada oito habitantes, segundo dados do Denatran. A relação é baixa se comparada a alguns países da Ásia, mas quase triplicou nos últimos dez anos: em 2005 havia uma moto para cada 23 habitantes. Já há algum tempo, o veículo mais vendido do Brasil é uma moto: em 2015, foram emplacadas 341.849 Honda CG Titan, enquanto o automóvel mais vendido foi o Chevrolet Onix com 125.931 unidades.
Em mais de quatro décadas a motocicleta deixou de ser apenas uma prática e econômica opção de transporte, passou a ser um instrumento de lazer e até mesmo ferramenta de trabalho de muitos brasileiros. Conheça alguns exemplos da utilização das motos e conheça um pouco mais da versatilidade dos veículos de duas rodas.
Motofretista
O popular “motoboy” é figura comum nas grandes cidades. Para alguns são os vilões do trânsito, porém é impossível imaginar um grande centro sem este tipo de profissional. São especializados em entregas e coletas rápidas, além de executar o trabalho que antigamente era feito pelo office-boy como, por exemplo, pagar contas no banco, serviços de cartórios etc. À noite, se encarregam de entregar pizzas e outros alimentos “quentinhos” na mesa de milhões de brasileiros.
Mototáxi
A estimativa é de que existam mais de três milhões de mototaxistas no Brasil. Eles são vistos em pequenas e grandes cidades complementando o ineficiente serviço de transporte público. Além de levar as pessoas de um lado para outro, executam serviços de transporte de encomendas, como a entrega de remédios.
Motociclista urbano
Ele não ganha a vida sobre duas rodas, porém a motocicleta se tornou essencial para exercer sua liberdade de ir e vir. São profissionais liberais, estudantes, que cansaram da ineficiência do transporte coletivo ou de ficarem presos dentro de um carro e adotaram a moto como veículo oficial para ganhar tempo e economizar combustível.
Moto no lugar do animal
A motocicleta também cumpre sua função no campo. Serve para percorrer lavouras, ajudar na segurança das fazendas e até tocar a boiada pelo interior do País. Na região Nordeste, por exemplo, muita gente trocou o jegue pela motocicleta para se locomover com mais conforto, rapidez e economia.
Resgate rápido
Muitos agentes de saúde estão adotando a motocicleta para prestar um pronto atendimento eficiente e dinâmico. Vale destacar o trabalho realizado pelo SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) que, com suas motos, consegue chegar rapidamente ao local do acidente e salvar muitas vidas. Hoje há motociclistas especializados em transporte de matéria biológico e até órgãos.
A todo gás
Aos poucos os motociclistas brasileiros estão aprendendo que o lugar de correr é na pista. Afinal, essas máquinas de duas rodas podem sim proporcionar muita adrenalina com segurança, desde que seja no lugar certo. Seja ela de asfalto ou de terra, hoje, no Brasil, há uma infinidade de modalidades praticadas sobre duas rodas: motovelocidade, supermoto, motocross, rali, enduro, velocross e até competições de arrancada.
Para se aventurar
Motos podem ser usadas para desbravar lugares em passeios fora-da-estrada ou conhecer cidades paradisíacas pelo asfalto. A “mototerapia” vem ganhando a cada dia mais adeptos. Motivos não faltam: a moto não paga pedágio em algumas rodovias, é mais econômica que o carro e, principalmente, o prazer de conduzir uma motocicleta por uma estrada aberta e conhecer novos lugares é indescritível. Há alguns pontos negativos em se viajar de moto, como pouco espaço para bagagem e encarar a chuva e o frio. Mas nada que atrapalhe a sensação de se aventurar em duas rodas.
Em prol da segurança
A motocicleta também é muito utilizada para garantir a segurança de muitos cidadãos, mas não apenas pelas forças policiais ou exército. Bombeiros se utilizam da moto para fazer salvamentos ou chegar antes aos locais de incêndio. Na iniciativa privada, os vigilantes particulares nas ruas - o famoso guarda noturno - e segurança particular são outros serviços prestados pela moto.
Quantos e quem somos?*
• Frota circulante – 24.301.681 motos
• Habilitados – Categoria “A” (moto) – 27.477.232 (78% homens e 22% mulheres)
• Motos por habitante – 1 moto para cada 8 pessoas em uma população de quase 205.000.000 habitantes
O mercado de duas rodas em números*
• Produção – 1.262.708 unidades
• Vendas varejo – 1.224.597 unidades
• Maiores mercados consumidores: Nordeste – 37,97%, Sudeste – 31,29%, Norte – 12,91%, Centro-Oeste – 9,47% e Sul – 8,35%
• Vendas varejo por modalidade: Consórcio – 35%, Financiados 33%, à vista – 32%
• Empresas do setor instaladas em Manaus (AM) – 14
• Empregos – 16.102 trabalhadores
• Concessionárias – 2.128
• Investimento – R$ 4,7 bilhões
• Faturamento – R$ 13 bilhões
*Dados Abraciclo - Balanço de 2015