Empolgada com o bom resultado da Scrambler que, em um ano vendeu mais de 16.000 unidades em todo o mundo, a Ducati ampliou a família para 2016 com a chegada da nova Sixty2 (lê-se sixty-two, ou seja, 62). O modelo segue as mesmas linhas de design dos modelos maiores, mas é equipada com motor de menor capacidade – 400 cc – e traz alguns itens de custo mais baixo, como a balança traseira feita em aço ao invés do alumínio.
Seu nome faz referência ao ano de 1962, quando a primeira Ducati Scrambler foi lançada nos Estados Unidos. E, segundo a fábrica, sua missão não é apenas expandir a linha, mas também torná-la mais acessível ao motociclista jovem que busca uma moto com baixo custo de manutenção, mas sem abrir mão do estilo.
Como é
Dotada do mesmo estilo retrô e minimalista, a Sixty2 tem farol redondo com aro em LED, um largo guidão, rodas de liga-leve aro 17 calçadas com pneus Pirelli de uso misto. O tanque para 14 litros segue o tradicional formato de gota, porém sem as tampas laterais em alumínio, adornado com um novo logo inspirado nos anos 1980. A balança feita em aço ganha a companhia de uma ponteira curta de escapamento, pintada na cor preta. O peso a seco é de 167 kg – 3 kg a menos do que a Scrambler Icon.
Mas está na capacidade do motor de dois cilindros em “L” a grande diferença para suas irmãs maiores: são apenas 399 cm³ que produzem 41,5 cv a 8.750 rpm (contra os 75 cv do motor de 803 cm³ da Icon). O “L2” é refrigerado a ar e conta com comando de válvulas desmodrômico, uma assinatura da Ducati.
Na parte ciclística, quadro de aço em treliça, amarrado a um garfo telescópico convencional Showa com tubos de 41 mm na dianteira sem ajustes, ao invés dos tubos invertidos KYB do modelo maior. Na traseira, a balança de aço conta com um amortecedor KYB com ajuste na pré-carga da mola. O curso de ambas é de 150 mm. O grande apelo para os pilotos mais jovens e inexperientes é a baixa altura do assento: somente 790 mm.
Menos potência, quase o mesmo preço
Embora seja mais espartana e com um motor com quase metade da capacidade cúbica, a Scrambler Sixty2 não é o que se possa chamar de “acessível”, afinal seu preço sugerido em outros mercados onde já foi lançada é bem próximo dos modelos maiores. Nos Estados Unidos, a Sixty2 será vendida por US$ 7.995 (cerca de R$ 31.500), enquanto a Icon e seu motor de 803 cm³ está cotada a US$ 8.895 (em torno de R$ 35.000).
A Ducati justifica a “pequena” diferença de preço afirmando que a Sixty2 compartilha 60% dos componentes com suas irmãs maiores. Mas, trata-se de muito menos potência (41,5 contra 75 cv) por apenas US$ 900 a menos.
Esse talvez seja um dos empecilhos para que a Scrambler de 400cc venha para o Brasil: o preço final dessa versão de entrada seria muito próximo do valor pedido pelo modelo maior, o que levaria os consumidores a optar pela Scrambler “completa”. A Ducati do Brasil ainda não confirma essa informação, mas fontes ligadas à marca afirmam que não a Sixty2 não virá para o nosso mercado.
Na Europa, a existência da Sixty2 justifica-se em função da existência de níveis de habilitação para motociclistas. No continente, pilotos mais jovens e inexperientes têm limitação na potência das motos que podem conduzir, e é nesses consumidores que a marca italiana está de olho.