Terminou a greve na unidade Anchieta da Volkswagen, em São Bernardo do Campo (SP). O cancelamento das 800 demissões que ocorreriam no fim de janeiro e a aprovação de acordo feito entre a montadora e o sindicato puseram fim à paralisação de 11 dias.
A greve impediu durante esse período a produção de todos os modelos feitos na unidade (Gol, Polo e Saveiro) e os metalúrgicos conseguiram paralisar até mesmo o refeitório e o setor administrativo.
A produção será retomada nesta segunda-feira, 19. Veja parte do comunicado oficial da montadora a respeito: “Empresa e sindicato retomaram as discussões e chegaram nesta sexta-feira (16/1) a uma proposta balanceada que possibilitará a adequação da estrutura de custos e efetivo da unidade. O resultado contempla a continuidade dos mecanismos de adequação de efetivo por meio de programas voluntários, com incentivo financeiro, e também “desterceirizações” temporárias para alocação de parte do excedente de pessoal, entre outras medidas”. O comunicado da VW também assegura a produção de veículos no ABC a partir de uma nova plataforma.
Também na sexta-feira, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC emitiu nota a respeito do fim da greve. Para o presidente da entidade, Rafael Marques, o cancelamento das demissões era essencial para a retomada das negociações: “Partimos dessa condição. Sem a retomada dos postos de trabalho nenhuma proposta seria considerada.”
Segundo Marques, o movimento permitiu ao sindicato negociar um novo acordo coletivo com a VW, melhor do que o que havia sido rejeitado em dezembro. Tem vigência até 2019 e resulta em garantia de emprego durante sua validade, reajuste integral da inflação incorporado ao salário para os próximos quatro anos (de 2016 a 2019) e aumento real nos anos de 2017 até 2019. Para 2016, o aumento real ocorrerá em forma de abono.
As cláusulas sociais também valem até 2019. O acordo prevê ainda a garantia de novos investimentos, com a vinda de novos produtos, incluindo uma plataforma mundial para produção na fábrica de São Bernardo do Campo.
Para 2015, o reajuste da inflação e o aumento real de 2% serão pagos em forma de abono e antecipados para o dia 20 de janeiro. O texto avança em relação à proposta rejeitada no ano passado, ao garantir o reajuste pelo INPC em 2016 incorporado ao salário.
Pela proposta anterior, esse reajuste seria substituído por abono salarial. Os metalúrgicos conquistaram também a antecipação do abono de 2015 e o complemento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de 2014, conforme as novas regras.