Descendente de uma linhagem de aventureiras que fez muito sucesso nos anos de 1990, a Yamaha XT 660Z Ténéré recebeu atualizações importantes para 2015. Ficou mais segura, já que agora conta com uma versão dotada de sistema de freios ABS. E também mais baixa: o curso das suspensões foi reduzido e a altura do banco caiu de 896 mm para 865 mm. Com isso o modelo ficou acessível aos motociclistas de até 1,75 m que antes mal conseguiam apoiar a ponta dos pés no chão no modelo standard. Entretanto, o preço da Ténéré 660 com ABS aumentou para R$ 32.990 – a versão sem o sistema continua sendo comercializada por R$ 29.920.
Novas cores e grafismos também deram uma renovada na aparência da Ténéré 660 – destaque para a opção cinza fosco com o logotipo laranja do Deserto de Ténéré, de onde veio a inspiração para o nome da moto. No restante, a bigtrail de média capacidade manteve as características que a faz ser amada por uns e muito criticada por outros. Um bruto monocilíndrico com refrigeração líquida, que tem mais força nas acelerações do que potência em altos giros; um robusto quadro em aço, com suspensões de longo curso que a permitem boas incursões no fora-de-estrada; conforto e autonomia para longas viagens.
Um cilindro
Além do visual aventureiro, a característica mais marcante da Ténéré 660 é seu motor de um cilindro, com 659,7 cm³ de capacidade, SOHC, quatro válvulas e refrigeração líquida. Exatamente o mesmo que equipa a XT 660R, porém reajustado para funcionar melhor em baixos e médios regimes. Entretanto, o desempenho é o mesmo: modestos 48 cv de potência máxima a 6.000 rpm e 5,92 kgf.m de torque a 5.500 rpm. O motor com bastante força para gerar acelerações empolgantes, mas que “acaba” cedo e não leva a moto acima dos 175 km/h.
Esse monocilíndrico empurra bem desde as baixas rotações e logo se alcança a última marcha no câmbio de cinco velocidades. É preciso buscar a faixa de rotações correta, sendo ideal rodar acima dos 3.000 giros para evitar que ele apague: o já famoso “poft”, característico desse propulsor, que costuma acontecer quando se está em uma marcha alta com o motor em torno dos 2.000 giros. Também não é lá dos mais econômicos: o consumo varia entre 17 e 19 km/l. Com seu tanque de 23 litros de capacidade, a autonomia supera os 400 km – uma qualidade do modelo para quem vai pegar a estrada.
Mais conforto
O parabrisa, marcante no design da Ténéré 660, é outra característica que a credencia como uma boa companheira de viagem. Embora pequeno, funciona bem para desviar o vento do peito do piloto. O banco único, em dois níveis, também garante conforto para rodar muitos quilômetros.
Com a altura do assento reduzida em três centímetros, pilotos de até 1,75 m que antes tinham a “árdua” missão de apoiar a ponta dos pés no chão agora se sentem mais seguros. E isso sem alterar a espuma do banco, já que a redução de altura foi obtida por meio da diminuição do curso das suspensões. O garfo telescópico dianteiro passou de 210 mm de curso (na versão standard) para 160 mm nesta Ténéré 660 com ABS. Já monoamortecedor traseiro fixado por links passou de 200 mm para 145 mm. Uma redução considerável que também forçou a diminuição da altura livre do solo – de 260 mm para 205 mm. Com isso a Ténéré 660 com ABS é, em teoria, menos apta para o off-road.
Claro que isso se você for fazer uma trilha pesada, mas se a sua ideia for rodar em estradas de terra, a velha e boa Ténéré continua valente. Suas suspensões absorvem bem os buracos e isolam o piloto, transmitindo confiança para uma pilotagem segura fora do asfalto.
Freios melhores
Outra novidade é o bem-vindo sistema de freio ABS (anti-travamento). Mesmo standard, a Ténéré 660 já oferecia um melhor poder de frenagem do que sua irmã, XT 660R, em função do disco duplo na dianteira. Na nova versão, além de mais eficaz, está mais segura. Forcei algumas frenagens de emergência e o sistema transmitiu segurança, parando a Ténéré sem derrapagens ou sustos no asfalto.
Porém, uma crítica fica para a impossibilidade de desligar o sistema. Pois o ABS não conta com parâmetros fora-de-estrada – como acontece na Super Téneré 1200 - e atrapalha a pilotagem off-road, principalmente em curvas.
Aventureira cara
Nesta versão com freios ABS, a Yamaha XT 660Z Ténéré ficou acessível a um maior número de motociclistas, pois a altura do assento do modelo standard é proibitiva para os mais baixinhos. Entretanto, o acréscimo de preço para essa nova versão, deixou-a cerca de 10% mais cara. Afinal, trata-se de uma monocilíndrica, baseada em um projeto consagrado e que está no mercado desde 2011. Poderia custar menos. Por esse preço, é possível optar até mesmo pela bicilíndrica Honda XL 700V Transalp que, com C-ABS, sai por R$ 32.990. Ou ainda gastar menos e levar a BMW G 650GS, de um cilindro, com freios ABS e aquecedor de manopla por R$ 29.800.
FICHA TÉCNICA Yamaha XT 660Z Ténéré ABS
Motor OHC, monocilíndrico, 4 tempos, 4 válvulas e refrigeração líquida,
Capacidade cúbica 660cc
Diâmetro x curso 100 x 84 mm
Taxa de compressão 10.0:1
Potência máxima 48 cv a 6.000 rpm
Torque máximo 5,95 kgf.m a 5.500 rpm
Sistema de combustível Injeção de eletrônica
Tipo de embreagem multidisco banhado a óleo
Sistema de ignição Elétrica
Câmbio 5 velocidades
Transmissão final Corrente
Chassis Tipo Diamante, em aço
Suspensão
Dianteira: Garfo telescópico com 160 mm de curso
Traseira: Monoamortecedor, ajustável para pré-carga e retorno e 145 mm de curso
Freio dianteiro discos duplos de 298 mm de diâmetro (ABS)
Freio traseiro: Disco simples de 245 mm
Pneu dianteiro: Scorpion Trail 90/90R 21M/C 54S
Pneu traseiro: Scorpion Trail 130/80R17M/C 65S
Comprimento total: 2.260 mm
Largura total: 900 mm
Altura total: 1.450 mm
Altura do assento: 865 mm
Distância entre eixos: 1.505 mm
Distância mínima do solo: 205 mm
Peso total (em ordem de marcha): 215 kg
Capacidade do tanque.: 23 litros
Quantidade de óleo: 2,9 litros
Cor: Azul e Cinza
Preço: R$ 32.990