Uma das maiores tendências apontadas no Intermot 2014 (Salão de Motos de Colônia, Alemanha) foram as motos elétricas. Muitos fabricantes de motos à combustão estão entrando na “onda” sustentável e lançando modelos que não poluem e não emitem ruídos. Esse é o caso da KTM, que continua vestindo suas motos com a tradicional cor laranja, mas agora aposta em uma família “verde” para o mercado europeu. "Stefan Pierer, nosso CEO, está convencido que o futuro das motos será elétrico", disse Hannes Dirmayer, gerente da KTM Áustria para a América Latina.
Em função da prática do off-road estar cada vez mais restrita em países europeus, principalmente por conta do ruído emitido pelos motores a combustão, um grupo de engenheiros da KTM, em parceria com a Panasonic e com apoio financeiro do próprio governo austríaco, desenvolveu a E-Freeride. "Com a E-Freeride não há esse problema: ela não faz barulho, não tem embreagem e é fácil de pilotar", explicou Harald Plöckinger, diretor de operações da KTM, durante a apresentação dos modelos em Colônia.
A nova gama de motos elétricas, cujos testes iniciaram-se em 2011, foi oficialmente apresentada em três versões: uma off-road, uma trail e uma supermotard. De acordo com a fabricante, as motos elétricas têm a mesma potência de uma convencional de 200cc e autonomia de 60 minutos de uso. "A moto é elétrica, mas a emoção e a diversão ao pilotá-la é a mesma de qualquer outra KTM", garantiu Plöckinger.
Chassi e motor compartilhados
As três motocicletas elétricas – Freeride E-SX (motocross), Freeride E-XC (trail) e Freeride E-SM (supermotard) – compartilham o mesmo chassi, suspensões e freios. O quadro é constituído por seções de aço cromo-molibdênio com componentes de alumínio forjado aparafusados, e subquadro de poliamida e plástico ABS. O conjunto de suspensões é feito pela marca WP, com garfo dianteiro invertido com tubos de 43 mm de diâmetro e monoamortecedor traseiro. O trabalho de frenagem é feito por disco único dianteiro de 260 mm de diâmetro e traseiro de 230 mm.
A KTM equipou as três versões com o mesmo motor elétrico síncrono com imã permanente e sem escovas, de arrefecimento líquido. Ele é capaz de gerar um máximo de 21,5 cavalos de potência e torque de 4,3 kgf.m, e é abastecido por bateria de íon e lítio de 2.6 kWh de capacidade. Por não ter caixa de câmbio, não precisa de embreagem e a entrega de potência é feita por transmissão única. A ECU garante uma aceleração suave e progressiva e o torque é entregue logo de cara, assim que o cabo do acelerador é enrolado.
Homologadas para a rua
Com a intenção de atrair jovens condutores (a partir de 16 anos) ou pessoas habilitadas na categoria A1 (novos motociclistas), os modelos trail (E-XC) e supermotard (E-SM) tiveram sua cavalaria máxima ajustada para 14,9 cv. Além disso, para poderem rodar legalmente em vias urbanas e até em estradas, a KTM equipou os dois modelos com espelhos retrovisores, sistema de iluminação (farol dianteiro, piscas e lanterna traseira), assim como velocímetro e suporte para a placa.
A Freeride E-SM tem rodas de aro 17, tanto na traseira quanto na dianteira, que utilizam pneus street. As medidas, que exaltam seu lado mais urbano, também são outras. Apesar do mesmo entre-eixos, são 320 mm de distância do solo, 870 mm de altura do banco e 108 kg. Segundo a KTM, esse modelo é voltado para pilotos jovens e agressivos que procuram uma máquina “limpa” e potente para rodar nas ruas europeias.
Já a trail Freeride E-XC conta com rodas de aro 21 na dianteira e 18 na traseira, calçadas com pneus cravados, e tem as mesmas medidas: entre-eixos de 1.418 mm, distância livre do solo de 340 mm, altura do banco de 910 mm e peso de 106 kg.
Só para as pistas de terra
A nova KTM Freeride E-SX é indicada para o motocross. Por ser voltada somente para as pistas de off-road, a E-SX não é homologada para as ruas – diferente de suas irmãs. E por isso, ela foi a única entre as três com motor mais potente, capaz de gerar 21,5 cavalos de potência máxima.
Sem emissão de poluentes e quase totalmente silenciosa, a E-SX pesa apenas 106 kg e foi desenvolvida para ser utilizada em pistas de motocross dentro dos centros urbanos, onde as motos à combustão não são mais permitidas. A linha E-Freeride chega ao mercado europeu em 2015.