A Ariel, lembrada nos últimos anos pelo superesportivo Atom, já foi uma criativa fabricante de motocicletas há 50 anos. Agora, a marca britânica revisita seu passado com o lançamento da Ace, uma naked equipada com motor V4 da Honda, que oferece diversas possibilidades de customização. Criada com foco nos motociclistas que buscam exclusividade e estilo, o modelo terá poucas unidades produzidas e chega ao mercado europeu em 2015 com preço partindo de 20.000 libras, o equivalente a mais de R$ 75.000.
No design, a versão mais agressiva da Ace traz características de superesportiva. Por exemplo, a rabeta alta com assento de pouca espessura sugere uma posição de pilotagem na qual o piloto permanece no ataque. Já no modelo cruiser, pode-se notar o assento com mais espuma e a ausência do subquadro, com o suporte de placa junto ao para-lama traseiro posicionado rente à roda. Ambas dispensam carenagem e empregam o mesmo quadro treliçado em alumínio, que “abraça” o tanque de combustível. Abaixo do motor, um estiloso spoiler protege e complementa o visual das duas motos, que ainda partilham o mesmo farol redondo.
Além do desenho do quadro, semelhante ao Atom, as rodas têm formato de estrela, mesmo desenho das oferecidas na primeira geração do carro e o escape mais curto ajuda a deixar o monobraço traseiro em evidência. Assim como acontece com o carro, o design diferente da moto também é uma aposta da marca para atrair clientes. “Motociclistas gostam de ser singulares e querem que suas motos também sejam, não apenas uma igual a centenas ou milhares de outras. Com a Ace, cada uma é única como o seu dono”, comenta Simon Saunders, diretor da Ariel.
Motor V4 e garfo “em trave”
O coração da Ace – independente da versão – é um motor Honda de quatro cilindros em “V” a 76º de 1.237 cm³. Esse propulsor, o mesmo usado na VFR 1200F, é capaz de gerar até 172,6 cv de potência a 10.000 rpm e torque máximo de 13,1 kgf.m a 8.750 giros. Aliás, outros elementos da sport-touring da Honda também foram incorporados na naked britânica, como a transmissão final por eixo cardã e o câmbio de seis velocidades. E o inovador sistema de embreagem dupla DCT, que permite trocas automáticas de marcha também é oferecido como opcional para a Ace.
Enquanto a versão mais esportiva da Ace sai da Ariel equipada com garfo telescópico invertido na dianteira, a cruiser adota um sistema bem diferente. O sistema, chamado de “trave” pela marca britânica, consiste em duas espessas barras de cada lado da roda aparafusadas a uma base oscilante. Essa base, por sua vez, apresenta um monoamortecedor com mola, colocado atrás do farol. Na traseira, as motos adotam monoamortecedor. Todos os conjuntos são Öhlins e totalmente ajustáveis e, no caso dos sistemas formados por um único amortecedor, este conta com o auxílio de um cilindro de gás para a regulagem.
Já nos freios, o disco duplo dianteiro de 320 mm de diâmetro recebe pinças Nissin de seis pistões, enquanto o disco único traseiro de 276 mm de diâmetro conta com pinça de pistão duplo também da Nissin. Todavia, a marca já planeja oferecer pinças Brembo como opção em um futuro próximo. Já o sistema ABS é item de série em todas as versões da Ace, assim como o controle de tração desligável.
Diversão a gosto do freguês
O principal trunfo da Ace de acordo com a Ariel são as opções de personalização. Altura do assento, do guidão e da suspensão, bem como a posição dos comandos e das pedaleiras são especificados pelo comprador na hora do pedido. O mesmo para o acabamento e até para a capacidade do tanque, que pode ser escolhida entre 14 e 21 litros. “As primeiras fotos mostram apenas duas opções de configuração – esportiva e cruiser – mas as combinações são quase intermináveis”, diz Simon Saunders, diretor da Ariel. O executivo finaliza dizendo que uma vez que eles entendam o que o cliente quer, eles podem oferecer a moto que ele precisa.
Outro ponto enfatizado pela marca é que mais do que altos números de desempenho, eles procuraram criar uma moto divertida, cujo controle está dentro das capacidades de um motociclista com experiência média. “Nós pensamos em criar uma moto de corrida super leve, mas elas já estão por aí e estão muito além das habilidades de grande parte dos motociclistas. Então, nós decidimos produzir uma moto rápida, que fosse fácil de pilotar e estivesse dentro das capacidades da maioria dos pilotos”, afirma o diretor da Ariel.
O preço, no entanto, não estará dentro das posses da maioria dos motociclistas, pois parte de 20.000 libras (cerca de R$ 75.000). A produção da Ace começa em 2015 e terá algo entre 100 e 150 unidades por ano.