Eles têm os mesmos princípios de um quadriciclo convencional, mas concepção similar a dos automóveis e fazem o maior sucesso na América do Norte e Europa. Estamos falando dos UTVs, também conhecidos como side-by-sides, uma vez que os ocupantes vão lado a lado. No Brasil, há diferentes marcas comercializando esse tipo de produto, entre elas a norte-americana Polaris, que chegou ao país com subsidiária própria no final de 2012.
Para se destacar, a marca organiza uma competição para seus clientes e proprietários de UTV Polaris. “Para ganhar adeptos, tornar os UTVs mais ‘famosos’ e agregar ainda mais valor à família Polaris, decidimos fazer a Polaris Cup no Brasil”, disse Paulo Brancaglion, gerente de marketing da Polaris no país. Em 2014, a competição chegou a sua segunda edição e apresentou um crescimento significante se comparado a anterior. Em 2013 foram apenas três etapas e este ano são sete no total, com ainda mais pilotos inscritos em cada uma.
A competição
A Polaris Cup é dividida em categorias para diferentes níveis de pilotagem: categorias RZR S 800 (indicada para iniciantes), RZR 900, Super Production (cujos veículos podem ser o RZR XP 1000 ou qualquer outro modelo com modificações no motor) e a categoria feminina, criada este ano. O regulamento é profissional e foi baseado nas regras do campeonato brasileiro de Baja. Cada etapa da Polaris Cup possui um circuito específico, variando de 20 a 25 km de trajeto e três baterias de cada categoria com pontuações independentes. A somatória das três define o vencedor.
Pilotos experientes e iniciantes competem para ver quem é o melhor. No entanto, segundo Paulo Brancaglion, gerente de marketing da Polaris no Brasil, o objetivo principal não é a competição em si. “Começamos a Polaris Cup no ano passado, com três etapas, com o objetivo de dar razão à compra do proprietário Polaris. Ou seja, juntar os clientes novos e antigos, e reuni-los num dia de atividades e competição off-road onde eles podem levar seus veículos ao limite. E o mais importante para a maioria deles, suas famílias são bem vindas”, explicou Bracaglion.
Além de proporcionar a diversão e a união de seus clientes – principal objetivo por trás da ideia –, a Polaris ganhou ainda em número de vendas. Apesar de não poder nos informar quantas unidades são comercializados por ano, Bracaglion afirmou que houve um crescimento de aproximadamente 50% na procura e aquisição dos UTVs da Polaris e que o RZR S 800 representa metade das vendas dos “side-by-side” da marca no país.
Da moto para o UTV
De acordo com Edson Nole, que já foi piloto off-road de moto e também de rally, “quando o piloto envelhece, fica mais difícil se recuperar de lesões. Muitos de meus amigos já venderam suas motos de enduro e motocross para comprar um UTV esportivo da Polaris. Ele oferece a mesma sensação de liberdade da moto, com a segurança da gaiola de ferro e das quatro rodas em contato com o solo”. Além disso, “Di”, como é chamado, garante que a sensação de pilotar um UTV é muito parecida com a motocicleta.
E, por isso, Nole afirma ainda que “esse é o futuro do off-road do país. Além de ser mais barato que carros e mais seguro que as motos, você pode utilizar o UTV tanto em competição, quanto para levar sua esposa ou filho para um passeio off-road. Com o carro de rally isso não é possível e com as motos, menos ainda”.
A primeira piloto a competir num Rally dos Sertões, a Moara Sacilotti, também esteve presente na etapa de Brotas, interior de São Paulo, a quarta da temporada. Como convidada, a piloto experimentou pela primeira vez um UTV e pilotou o RZR S 800 EPS na prova. “Sou apaixonada por motos e pela sensação que isso me passa. Não trocaria isso por nada, até conhecer o UTV da Polaris. Além da leitura do terreno ser muito parecida de quando se está sobre uma motocicleta, a adrenalina é a mesma. O vento no rosto e a sensação de liberdade estão presentes”, disse. Embora tenha gostado da experiência, afirmou que não irá abandonar as motos, pelo menos por enquanto.
O produto
No mercado nacional, a Polaris comercializa apenas três modelos de UTVs voltados para competição. O topo de linha RZR XP 1000, o intermediário RZR 900 e o veículo de entrada, o RZR S 800. Assim como a Moara Sacilotti, pilotamos o modelo de 800cc na categoria de entrada da Polaris Cup.
O “side-by-side” RZR S 800 da Polaris é equipado com motor bicilíndrico de 760 cm³ de arrefecimento líquido e injeção eletrônica capaz de gerar 52 cavalos de potência. Segundo a fabricante, o veículo é capaz de chegar a 60 km/h em 3,8 segundos e pode atingir até 110 km/h. A transmissão é do tipo PVT (automática) e conta com cinco posições: P (park), N (neutro), R (ré), L (Low) e H (high). Além disso, há o seletor de tração, que modifica de 4x2 para 4x4 com o simples apertar de um botão, em movimento ou não.
No entanto, o destaque fica mesmo para o conjunto de suspensões independentes nas quatro rodas. Sem elas, o RZR S 800 não seria o mesmo. Na dianteira, esse UTV traz braço duplo (tipo A-Arm) com curso de 30,5 cm e amortecedores Premium Fox Podium X com ajuste de compressão. Na traseira, a única diferença fica por conta da barra estabilizadora.
Para facilitar a condução e manter o piloto o mais relaxado possível, o modelo conta ainda com o auxílio da direção elétrica, EPS (Eletric Power Steering). De acordo com Nuno Fojo, gerente de produto da Polaris do Brasil, “nenhum outro UTV consegue balancear tão bem a relação peso/potência quanto o RZR S 800 EPS. Com apenas 464 kg ele se torna o mais leve da categoria”.
Importado, o Polaris RZR S 800 EPS LE, a porta de entrada para a Polaris Cup, pode ser encontrado nas diversas concessionárias da marca espalhadas pelo país por um preço público sugerido de R$ R$ 59.900 nas cores “stealth black” e “white lightning”.