Por meio de parcerias e investimentos bilionários para ampliação, obras de dragagem, aprofundamento do canal e uma usina termelétrica, o jovem porto de Itaguaí (antes chamado de Sepetiba) quer se transformar em um porto concentrador de cargas, ou seja, num hub-port, o primeiro do Atlântico Sul, como Roterdã, Cingapura e Hong Kong.
Depois de iniciar essa nova expedição pelo porto de Santos e passar pelos portos de São Sebastião, Paraty e Angra dos Reis, a Chevrolet Flexpedition Portos Abertos visitou o Porto de Sepetiba, cuja denominação mudou, em 2005, para Porto de Itaguaí, localizado na baía de mesmo nome, no município de Itaguaí (RJ).
Em 2007, o porto ficou em terceiro lugar no ranking de movimentação de granel sólido, com 17,5% do total ou 77,3 milhões de toneladas, segundo o Panorama Aquaviário da Agência Nacional de Transportes Aquaviários - Antaq, publicado em janeiro de 2008. Movimentou 230 mil toneladas de TEUs (medida de contêiner) e 48 milhões de cargas em geral.
Esses volumes serão violentamente ampliados com os investimentos de US$ 2,2 bilhões que serão feitos pela CSN, até 2013, para construir o porto privativo Lago da Pedra cujos dois piers serão ligados a um centro de logística por uma ponte de três quilômetros de extensão. Só a movimentação de carga desses dois piers será de 2,3 milhões de TEUs, quando o projeto estiver implantado, de carga própria e de terceiros.
Segundo Marco Aurélio de Azevedo Braga, assessor da Diretoria da empresa Sepetiba Tecon (do grupo CSN), o projeto de construção desse porto privativo já conta com apoio da Antaq. Atualmente, a CSN já opera o terminal Tecar, em Itaguaí, para exportação de minério de ferro.
De acordo com Alexandre das Neves Pereira, superintendente do Porto de Itaguaí, o porto antes chamado de Sepetiba, foi inaugurado em 1982 para receber as cargas de minérios que o porto Rio de Janeiro não estava mais comportando e para atender à usina siderúrgica que a CSN pretendia construir no município. A usina até hoje não foi construída, mas está nos planos de expansão da CSN, junto com seu porto privativo.
O cais de uso público está dividido em trechos arrendados para a movimentação, exportação e importação, de produtos como carvão, minério de ferro, coque de hulha, alumina, enxofre, carga geral, veículos, produtos há pouco incluídos como a soja e o cimento, bem como o trigo e a cevada, além dos contêineres.
Impacto sócio-ambiental
Toda essa expansão da CSN, mais os planos de ampliação da própria Companhia Docas do Rio de Janeiro (que opera os portos de Itaguaí, além de Angra dos Reis e Niterói), vai provocar uma grande demanda de sistemas de transporte rodoviário e ferroviário.
O acesso ao porto é feito por rodovias, principalmente a BR-101 (Rio-Santos), e por ferrovias que ligam ao Vale do Paraíba ao estado de São Paulo e Minas Gerais. Está prevista uma obra considerada essencial para melhorar o acesso ao porto: a construção da rodovia BR-493, um arco viário que sairá do Rio de Janeiro, ligando o porto às rodovias Rio-Teresópolis, BR-040 (Rio-Juiz de Fora, MG) e BR-116 (Presidente Dutra), desafogando o trânsito da região metropolitana do Rio de Janeiro.
Mas, esses planos de ampliação, modernização e desenvolvimento do porto de Itaguaí e de seu entorno, transformando-o em um superporto, concentrador de carga ou hub-port, têm uma conseqüência direta e violenta no meio ambiente.
A área do porto de Itaguaí, juntamente com a restinga da Marambaia, possui um ecossistema riquíssimo, com uma variedade imensa de espécies. Pesquisadores, biólogos e ambientalistas estudam e zelam pela preservação dessa área conservada até meados do século XX, quando a região sobrevivia do turismo, da pesca e do cultivo de gêneros agrícolas.
As mudanças e desenvolvimento da área, hoje, pólo industrial, com um porto que pretende ser um hub-port, terão enorme impacto sobre a natureza e a sociedade.
As mudanças também vão impactar a mão-de-obra. Calcula-se que deverão ser contratados mais cinco mil funcionários, recrutados entre os 120 mil habitantes da cidade.
A caravana da Chevrolet Flexpedition Portos Abertos
A caravana Chevrolet Flexpedition Portos Abertos é formada pelos veículos Chevrolet S10 Turbo Diesel 2.8, Astra Hatch, Vectra Elite, Vectra GT, Meriva Easytronic e Tracker. Da primeira etapa da expedição participaram o coordenador e chefe da expedição, Luiz Cezar Fanfa, Renato Acciarto, gerente de imprensa da GM do Brasil, Fabiano Mazzeo, assessor de imprensa da GM e os jornalistas expedicionários Anderlin Valério Junior, de Curitiba/PR; Antônio Carlos da Silva, da TV Bandeirantes, de Curitiba/PR; Claiton Mendes Ramos, da revista Logística para o Brasil, de Uberlandia/MG; Eduardo Alberto Chau Ribeiro, da revista Transporte Moderno, de São Paulo/SP; Fábio de Oliveira Penteado, da revista Tecnologística, de São Paulo/SP; Fernando Siqueira, do Jornal Tribuna do Norte, de Natal/RN; Victor Aguiar Pinto, do Diário do Pará, B elém/PA; Pedro Danthas, fotógrafo da expedição; e Nereu Leme, redator da expedição.